São compreendidas debaixo deste nome as centenas de seitas protestantes, como os Luteranos, Calvinistas, Remonstrantes, Contraremonstrantes, Batistas, Anabatistas, Metodistas, Pentecostes, etc., etc., que não vale a pena enumerar todas. Não quero falar do fundador, Lutero, que, primeiro frade agostiniano, depois de ingresso se juntou com uma freira, também ingressa - cada qual com seu igual. Não quero referir-me a sua vida particular, para que ninguém pense que eu tencione rebaixá-lo e com ele os protestantes, embora isso possa servir de argumento. Pois si Deus o tivesse chamado para restabelecer a verdadeira doutrina da Igreja, como dizem os protestantes, conviria a escolha de um homem santo e não de um frade apostata, perjuro, amasiado, revolucionário, etc. - Calemo-nos, pois, de Lutero e contentemo-nos com o exame da doutrina protestante, confrontando-a com a doutrina católica. Para irmos ao amago da questão, inquiramos logo: qual a questão fundamental entre o catolicismo e o protestantismo?
Muitos autores tratam questão por questão e escrevem grandes volumes. Isto, geralmente, é muito bom, mas nem todos tem o tempo disponível para ler e estudar tudo, e, não obstante, querem ter ideia exata, baseada em argumentos sólidos, irrefutáveis e evidentes. É para estes que escrevo.
Já provei nos primeiros três capítulos que a Igreja Católica é única, verdadeira Igreja de Cristo. No capítulo presente resta-me mostrar que o fundamento sobre o qual foi construído o edifício protestante está errado e, por conseguinte, errada toda a doutrina protestante, em quanto difere da doutrina católica.
Lutero protestou contra a autoridade do Papa na explicação da religião. Para maior clareza lembre-se o leitor da doutrina católica, explanada nos capítulos passados: Jesus ensinou os apóstolos e mandou-os pregar a sua doutrina a todo o mundo: "Ide e ensina-e todos os povos, etc." - Obrigou o mundo todo a aceitar a doutrina dos apóstolos, dizendo por cima: "Quem crê, será salvo, quem não crê, será condenado", - Jesus prometeu ficar com os seus apóstolos até o fim do mundo: " e eis que estarei convosco, etc." - Mandou o divino Espírito Santo: " e eu rogarei ao Pai que vos mandará outro Consolador, o Espírito da verdade, etc." - Acrescentou: "Assim como meu Pai me enviou, eu vos envio: 'quem vos ouve, a mim me ouve, quem vos despreza, a mim despreza e quem a mim despreza, despreza aquele que me enviou". (Lc 10,16).
Este e outros textos provam a autoridade da Igreja, para ensinar a doutrina revelada por Jesus Cristo. Só a ela cabe a última palavra em questão de fé e de moral. E conforme as palavras claríssimas de Jesus, à sua ordem categórica, todos nós temos que ouvir a Igreja e aceitar a sua decisão, cada vez que haja alguma dúvida sobre artigos de fé. Assim a Igreja procedeu durante todos os séculos, ainda o faz e continuará a fazer até o fim do mundo. Nestas suas decisões ela é assistida pelo divino Espírito Santo, e por Jesus mesmo, como Ele garantiu. É preservada do erro, para que todos possam crer o que ela ensina. Se Jesus não tivesse ficado com a sua Igreja, teria faltado à Sua palavra, à Sua promessa. Quem então nos garantiria ainda a verdade de sua doutrina após tantos séculos? Neste caso Jesus não seria o Filho de Deus, mas um impostor, e toda a religião um logro infernal.
Isto, porém, não pode ser: Jesus se legitimou por muitos meios: pela doutrina, o cumprimento das profecias, a vida santa, por milagres estupendos e pela continuação de sua Igreja. Por isto o divino Espírito Santo e Jesus protegem a Igreja contra todo erro no terreno da fé e da moral.
Lutero protestou contra esta autoridade da Igreja. Segundo ele, toda a doutrina está na Bíblia, e cada um deve haurir da Bília a verdadeira doutrina. - Substituiu, pois, a autoridade da Igreja pelo juízo individual. Rejeitou a autoridade da Igreja, protestando contra ela; dali o nome de protestantismo. Cada um - diz ele - deve achar a verdade na Bíblia. Os protestantes o fizeram. Aceitaram como única fonte de fé revelada a Bíblia, explicada pela razão individual de cada um.
Qual o resultado? Lisonjeou muito a soberba humana, favoreceu mais ainda certos vícios, em pouco tempo cada um seguia a sua própria cabeça.
Cada qual achou na Bíblia o que lhe agradava. Acabou entre eles a unidade da fé e de sacramentos. Os anglicanos queriam continuar com a Santa Missa, os outros rejeitaram-na. Cada um era o seu próprio chefe, naturalmente - segundo eles diziam - assistido do Espírito Santo. Em pouco tempo o protestantismo se subdividiu espantosamente. Faltou-lhe a necessária certeza na fé, o que é proveniente do próprio sistema: a razão humana é sujeita ao erro. Sabemos por própria experiência.
Já os romanos diziam: errare humanum est. Por conseguinte, a explicação da Bília ficava sujeita à razão humana, e por isto ao erro, ao engano. Assim esta parte da religião perdeu seu cunho divino. O que um aceitava como revelado, outro entendia de outro modo, até o contrário e assim por diante, até que enfim... sim, senhores, até que a Bíblia toda perdesse para eles o seu valor divino. A Bíblia, sem a autoridade do Papa, fica sem autoridade revelada. Jesus não deixou escrita nenhuma palavra. A maior parte dos apóstolos também não escreveu. Dois evangelhos são de discípulos dos apóstolos. A Bíblia do Novo Testamento consiste só de fragmentos, de cartas propriamente falando particulares, isto é, escritas para fins particulares, dos atos dos apóstolos e de um compêndio de profecias obscuras, que custa muitíssimo entender.
Tudo isto estava espalhado e misturado com cartas apócrifas. Quem podia garantir que uma carta ou um evangelho eram escritos com assistência divina? Tanto mais quando dois evangelhos não foram escritos por apóstolos!
O cristianismo já existia há séculos, e a Bíblia ainda não era joeirada, isto é, não se determinará ainda o canon dos livros inspirados.
Só após quatro séculos, o Papa mandou examinar os escritos e separar as obras legítimas, e assim nasceu o conjunto da Bíblia do Novo Testamento. Mas com que autoridade?
Quem nos garante a divina inspiração desta Bíblia, tal qual hoje a temos?
Porque não foram aceitas outras cartas e escritos, que existiam, mas declarados apócrifos?
Talvez alguém responda que há provas para a autenticidade dos livros reconhecidos, por exemplo: pelo evangelho de São João temos Polycarpo, discípulo de São João; e Irineus, bispo de Lyon, que foi discípulo de Polycarpo, escreveu sobre o evangelho que São João compôs. Depois temos Justino e também Santo Inácio, bispo de Antioquia, que só poucos anos após São João morreu em Roma. Replico: Pois não, concedo a autenticidade, pela qual atribuímos a São João a autoria do quarto evangelho, mas isto não é a questão: a questão é saber quem me garante que este livro foi escrito sob influência divina, que é a palavra revelada por Jesus Cristo? De mais a mais só existiam ainda cópias: os manuscritos autografados já tinham deixado de existir há muito tempo.
Quem me garante que tudo isso foi fielmente copiado? Daí, si não aceitamos a autoridade do Papa, só nos resta dizer: adeus, Bíblia revelada! Ou aceitar a autoridade do Papa, transmitida por Jesus Cristo, e receber das mãos desta autoridade a Bíblia como livro escrito com assistência divina ou renunciar a autoridade da Bíblia como palavra revelada de Deus. Outro caminho não há.
Os protestantes, porém, rejeitaram a autoridade do Papa, assim como a Tradição: consequentemente devem também rejeitar a Bíblia como livro revelado.
Sem o Papa não tem e nunca poderão achar prova alguma da origem divina da Bíblia e, conseguinte, das verdades que ela contém.
A doutrina católica é inteiramente outra. Nós, católicos, aceitamos a inspiração divina da Bíblia, e com isto toda a sua autoridade divina, mas não só a Bíblia: antes e em primeiro lugar aceitamos a Tradição, que contém toda a doutrina e que desde os tempos dos apóstolos foi comunicada oralmente por toda a parte. Temos como axioma: o que por toda a parte foi ensinado e aceito como revelado por Deus sobre a religião dentro da Igreja, é genuinamente católico.
Se no decurso dos séculos houve alguma dificuldade, recorria-se ao sucessor de São Pedro, ao Papa de Roma, que decidia a questão,declarando o que foi revelado e o que não o foi - Roma locuta, causa finita, depois de Roma ter falado, acabou-se a questão. - Desta tradição uma grande parte foi escrita sob inspiração divina e este livro nós chamamos Bíblia.
A Tradição é o fundamento: pela Tradição sabemos que São Pedro foi designado e instituído chefe da Igreja - o que depois também foi escrito na Bíblia. - Pela Tradição sabemos que São Pedro morreu em Roma - verdade confirmada pela história eclesiástica e profana, mas que não está na Bíblia, embora seja uma das principais questões; - pela Tradição e não pela Bíblia sabemos que devemos santificar os domingos e não os sábados, etc. A Tradição abrange tudo; a Bíblia, uma grande parte do todo.
O centro do catolicismo, pois, é o sucessor infalível de São Pedro ou o Papa de Roma. Sem o Papa a Igreja não existiria, teríamos a mesma mixórdia dos protestantes ou pior; sem o Papa, adeus unidade de fé, dos sacramentos, do sacrifício, de tudo!
Protestantes eruditos sabem perfeitamente o que acabo de escrever.
Justamente por isto, os mais eruditos entre eles não falam mais contra o catolicismo. Muitos até se convertem.
Outros há que rejeitam o cristianismo, pois se quisessem continuar a ser cristãos, deveriam ficar católicos e isto lhes custa demais. Preferem seguir o ceticismo, um certo agnosticismo.
Isto para os eruditos. Para os que não estão a par da ciência ou para os ignorantes na matéria, ainda serve o materialismo, que cientificamente está inteiramente derrubado e teve de fugir de todas as universidades dignas de nome.
Só os ignorantes, portanto, ainda podem ser protestantes.
Num país culto, como por exemplo, a Alemanha, não há mais que vinte por cento de protestantes desta ou daquela denominação de seita, que ainda acredita num Deus pessoal, criador do céu e da terra.
Entre os protestantes alemães não haverá mais cinco por cento que ainda creem na divindade de Jesus, e assim está acabando o protestantismo genuíno na Alemanha, onde nasceu.
Vejam outro país: a Holanda. Este povo, que parece mais conservador, vai pelo mesmo caminho. Muitos há que ainda se chamam protestantes por costume, ou porque os pais assim se chamavam, mas os crentes na Bíblia, na divindade de Jesus, estão diminuindo cada vez mais.
O protestantismo não resiste à crítica, à ciência histórica, à lógica: não tem base científica.
Um povo erudito, como é o alemão, não pode aceitar incongruências, sistemas sem fundamento provado e por isso rejeita o protestantismo.
O que na Alemanha fica de pé, são o catolicismo e o judaísmo.
A América do Norte em geral é ainda menos culta que a Alemanha, mas também lá começa a mesma tendência. Nem sequer a metade os protestantes manda batizar as crianças. Lá a religião é muitas vezes como a própria moda. Outra vezes serve de reclame para negócio.
Mas também ainda há gente religiosa entre os protestantes, que tanto mais se agara à sua seita e ajunta dinheiro para propaganda em países, que eles julgam menos civilizados. As igrejas protestantes na América do Norte, porém, com isto se enchem? Pelo contrário, ficam cada vez mais vazias, sempre mais despedaçadas. É para ter dó daqueles coitados, que querem o bem, a religião, e devem ver como a sua religião é mais e mais despedaçada, justamente pela parte erudita dos protestantes. Veem como floresce o catolicismo, como este sempre mais se ergue, se propaga, sempre é mais presado, justamente dos mais eruditos, também dos próprios protestantes: estes catolicismo que aprenderam a odiar e que tem ideias tão errôneas e contraditórias. Do seu lado, no protestantismo, só observam desanimo, discórdia, dissidência, a morte lenta e, por cúmulo da desgraça, o desprezo do mundo científico, partindo este desprezo das próprias fileiras dos homens eruditos que nasceram no protestantismo, e que pelo estudo se viram obrigados a deixá-lo.
Começou com um grande homem, a que dão o nome de filósofo: Emmanuel Kant. Este ainda conservou durante algum tempo como postulado da razão política - embora contra a ciência do seu cristicismo- uma espécie de religião.
Mais tarde, porém, na sua idade mais avançada, também deixou o pietismo, inventado por ele mesmo. E notemos bem que nunca se ouvir que Emmanuel Kant tenha manifestado aversão ou antipatia contra o protestantismo. Isto mesmo observamos hoje entre os protestantes eruditos da Alemanha, Holanda, etc. Eles não odeiam, não perseguem; pelo contrário, queriam muito que a sua religião vencesse o catolicismo e é com mágoa que são testemunhas da vitória científica do catolicismo.
Quem, por exemplo, há cem anos, no Norte da Europa estudava a filosofia de Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomé, Dum Scoto, etc.?
E hoje? Hoje por toda parte esta filosofia, que é católica, está avançando, alcança vitória sobre vitória, sempre conquista mais adeptos: venceu o materialismo e está vencendo o ceticismo. Os próprios protestantes o reconheceram, já há muito tempo.
Foram eles mesmos que concederam o prêmio Nobel de filosofia ao Cardeal Mercier, foram e são eles mesmos que convidam, por exemplo, na universidade de Amsterdam filósofos católicos para ensinar a filosofia católica. Já se nomeiam frades e padres para lentes catedráticos nas universidades protestantes, por exemplo: Utrecht e outras.
Estamos, pois, diante do dilema: ou aceitar o Papa de Roma como chefe da Igreja, sucessor legítimo de São Pedro, investido com toda a autoridade por Jesus mesmo, ou negar toda a nossa fé cristã.
O meio caminho do protestantismo só serve para embair os retrógrados. Nunca satisfará a um homem que está a par da ciência religiosa.
fonte: F.I. Westerveld, O.F.M. 1930
sábado, 28 de setembro de 2013
O uso do véu no Santo Sacrifício da Missa
O uso do véu na Santa Missa vem desde o inicio do cristianismo no Oriente. Alem de ser um preceito bíblico se preservou na Igreja de Cristo por milênios. E ainda é seguido por grupos tradicionais e conservadores pela Igreja Católica romana e pelas demais Igrejas do Oriente.
Antigamente o uso do véu era obrigatório em toda Santa Missa, após o CVII retirou-se a obrigatoriedade do uso do véu. O referido concilio afirma que a moça ou senhora pode ou não usar o véu na Santa Missa. Ou seja, não foi retirado o costume, as moças e senhoras que assim desejarem podem ainda fazer uso deste belo costume. Muitas pensam que o véu foi abolido, mas como mostramos agora isso não é verdade. Ainda existem piedosas mulheres que usam em toda parte do mundo.
O Uso do véu na Santa Missa além de ser um belo costume é extremamente importante para manter a modéstia dentro da Igreja, e o devido respeito à presença do Senhor. Todas as moças deveriam usar ainda em toda santa missa, e também na hora da confissão.
O uso do véu na Igreja tem referência bíblica:
"Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu. Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o homem. Por isso a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos. Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus. Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?
(I Cor 11, 4-13)
Está escrito no Código de Direito Canônico de 1917: Cânon 1262, que a mulher tem que cobrir suas cabeças-“especialmente quando se aproximam da mesa sagrada (altar)”. “Mulieres autem, capite cooperto et modest vestitae, maxime cum ad mesnam Domincam accedunt”. Quando o Código de Direito Canônico de 1983 foi produzido, a questão do véu simplesmente não foi mencionada (não foi abolida, simplesmente não mencionada). De qualquer forma, Cânones 20-21 do Código de Direito Canônico de 1983 deixa claro que a nova Lei Canônica só abole a Velha Lei Canônica quando eles escreverem explicitamente isto, e que em caso de dúvidas, a Lei Antiga não deve ser revogada, pelo contrario; Cânon 20 (Código Direito Canônico). Consequentemente, de acordo com a Lei Canônica e o costume, a mulher continua tendo o dever de cobrir suas cabeças. [2]
Antigamente o uso do véu era obrigatório em toda Santa Missa, após o CVII retirou-se a obrigatoriedade do uso do véu. O referido concilio afirma que a moça ou senhora pode ou não usar o véu na Santa Missa. Ou seja, não foi retirado o costume, as moças e senhoras que assim desejarem podem ainda fazer uso deste belo costume. Muitas pensam que o véu foi abolido, mas como mostramos agora isso não é verdade. Ainda existem piedosas mulheres que usam em toda parte do mundo.
O Uso do véu na Santa Missa além de ser um belo costume é extremamente importante para manter a modéstia dentro da Igreja, e o devido respeito à presença do Senhor. Todas as moças deveriam usar ainda em toda santa missa, e também na hora da confissão.
O uso do véu na Igreja tem referência bíblica:
"Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu. Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o homem. Por isso a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos. Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus. Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?
(I Cor 11, 4-13)
Está escrito no Código de Direito Canônico de 1917: Cânon 1262, que a mulher tem que cobrir suas cabeças-“especialmente quando se aproximam da mesa sagrada (altar)”. “Mulieres autem, capite cooperto et modest vestitae, maxime cum ad mesnam Domincam accedunt”. Quando o Código de Direito Canônico de 1983 foi produzido, a questão do véu simplesmente não foi mencionada (não foi abolida, simplesmente não mencionada). De qualquer forma, Cânones 20-21 do Código de Direito Canônico de 1983 deixa claro que a nova Lei Canônica só abole a Velha Lei Canônica quando eles escreverem explicitamente isto, e que em caso de dúvidas, a Lei Antiga não deve ser revogada, pelo contrario; Cânon 20 (Código Direito Canônico). Consequentemente, de acordo com a Lei Canônica e o costume, a mulher continua tendo o dever de cobrir suas cabeças. [2]
Como sempre esteve escrito nos documentos da Igreja, nenhuma mulher precisa de autorização de sacerdotes para fazer uso do véu. O sacerdote que proíbe ou não permite o uso está em desacordo com os ensinamentos da Igreja e a tradição Católica. Portanto, é decisão sua usar o véu na missa. As meninas que passarem por este constrangimento sugiro que procurem uma outra paróquia e se tiverem Missa Tridentina em sua cidade participem somente dela. Ou então algum rito bizantino, por exemplo o Rito Ucraniano Católico.
Ainda em respeito ao véu, ele deve ser usado em toda Santa Missa, e também na hora da confissão. Para aquelas que não sabem onde compram seu véu, podem procurar uma renda bonita em uma loja de tecidos e levar a uma costureira, é simples é só colocar uma rendinha como acabamento e está pronto! Pode até ser feito em casa para as moças que tem máquina de costura.
Ainda em respeito ao véu, ele deve ser usado em toda Santa Missa, e também na hora da confissão. Para aquelas que não sabem onde compram seu véu, podem procurar uma renda bonita em uma loja de tecidos e levar a uma costureira, é simples é só colocar uma rendinha como acabamento e está pronto! Pode até ser feito em casa para as moças que tem máquina de costura.
Quanto as cores
O costume era sempre:
Branco para as solteiras
Preto para as casadas
Hoje as casadas que não gostam do preto podem usar também o cinza. Vale lembrar que este costume é mais preservado no Brasil e em Portugal; em outros países as mulheres costumam usar a cor do véu combinando com a cor da roupa.
Nada impede você de usar o véu branco ou preto independentemente da sua condição.
O importante é velar-se em respeito ao Santíssimo Sacramento do Altar e para conservar a modéstia dentro da casa de Deus.
A santa modéstia no dia a dia da católica piedosa
A santa modéstia, a pureza, o recato, o pudor; todas essas virtudes cristãs que a boa, fervorosa e piedosa católica deve guardar, são aplicáveis a todos os domínios da nossa vida.
A nossa Santíssima e amável Mãe é o nosso perfeitíssimo modelo de modéstia, recato e santa pureza. Devemos imitá-la, ser novas Marias, pequenas Marias, como dizia o fundador do movimento apostólico de Schoenstatt.
É n’Ela que nos devemos inspirar.
Muitas vezes, quando falamos em modéstia, toda a gente pensa que falamos somente de roupas modestas, de vestuário decente e condizente com a nossa santa fé e com uma vida autenticamente radicada em Cristo. É isso, claro, mas não é só isso.
A santa modéstia tem que estar igualmente presente em todas as nossas atitudes na vida quotidiana: nos nossos gestos concretos com os outros – ser amáveis sem excessiva familiaridade -, nos nossos olhares – devemos ter olhos puros para os outros, não pretender julgar o interior dos nossos semelhantes, não usar ninguém como trampolim para subir, etc – e nas nossas palavras.
Mulheres modestas, consagradas à Santíssima Virgem, não devem utilizar determinada linguagem menos correta, como o recurso ao palavrão, por exemplo. É uma grande impureza, uma imundice, que uma mulher piedosa use linguagem inadequada, indecente e imodesta. É grave falta ao recato e à virtude da santa pureza.
Nas universidades e no trabalho, por exemplo, esforço-me sempre por tratar todos com amabilidade e gentileza, mas sem excessiva familiaridade – no caso de pessoas que não são propriamente minhas amigas – precisamente para evitar a imodéstia e as faltas ao recato. Os nossos olhos podem ser causa de grave escândalo para os outros, se não soubermos direcionar o nosso olhar do modo correto, se não soubermos ter um olhar puro e natural, transparente, para as diversas realidades da vida.
Nunca uma mulher católica deve permitir excessivas familiaridades com desconhecidos; e esse mal corta-se logo de raiz. O modo de olhar, já traz consigo implícito o respeito (ou a falta dele) que a mulher pretende impor. Olhares demasiado fixos e profundos, com pessoas que não fazem parte do nosso ciclo de amigos e de quem quase nada sabemos, podem prejudicar a nossa honra e levar-nos, ao menos exteriormente, a faltar ao recato. Então, haveria que manter o sorriso gentil, a delicadeza no trato, mas simultaneamente a distância prudencial mínima exigida a mulheres que se pretendem recatadas. Tem que haver uma atitude de discrição, de prudência, de moderação nos gestos, nas manifestações físicas de carinho, mesmo entre bons amigos.
Não sou puritana, muito longe de mim tal coisa horripilante! Mas é sim necessário guardar-se o recato com atitudes e não só com palavras vãs e inúteis. Ou seja, o recato é uma virtude prática, no sentido de que temos a oportunidade de a praticar todos os dias. Não é teórica.
Do mesmo modo a língua. A nossa grande e comprida língua! Falar só o necessário, calar o mais das vezes. Quanta insensatez, quanta iniquidade já cometeram as nossas línguas!
Uma mulher católica recatada não pode tomar – nunca! – parte em conversas obscenas, nem sequer com a sua presença. Deve retirar-se e mostrar o seu descontentamento com a situação. Uma mulher católica não deve – jamais! – reproduzir a outros o que ouviu ou leu se isto for imodesto, indecente e faltar ao recato que ela, como filha de Maria, se deve esforçar por praticar.
A nossa Santíssima e amável Mãe é o nosso perfeitíssimo modelo de modéstia, recato e santa pureza. Devemos imitá-la, ser novas Marias, pequenas Marias, como dizia o fundador do movimento apostólico de Schoenstatt.
É n’Ela que nos devemos inspirar.
Assim sendo, algumas atitudes são muito indignas de uma filha de Maria. Por exemplo, cruzar as pernas quando estamos sentadasnum local público, longe da nossa casa – além de ser de péssimo gosto e uma falta à classe e à elegância, e bem mais grave do que isso, é uma grande falta ao recato!
Tenhamos a imagem da nossa Santíssima Mãe sempre muito presente em nós, sempre muito interiorizada nos nossos gestos, palavras e olhares.
Pensemos em como Maria agiria perante determinada situação e Vamos com toda a certeza envergonharmo-nos de muitas das nossas atitudes imodestas e indecentes!
Não nos esqueçamos de nos consagrarmos todos os dias a esta tão bondosa e solícita Mãe. Peçamos-Lhe que guarde o nosso coração, os nossos olhos, os nossos ouvidos e, sobretudo, a nossa língua, os nossos lábios, de todo o pensamento, de todo o desejo, de toda a palavra impura, imodesta, indecente e que falte ao recato. Estas imundices afastam-nos muito do caminho espiritual, do crescimento na prática das virtudes e da imitação da nossa excelsa Rainha, lírio de santa pureza e de angélico recato!
Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço toda a Vós. E em prova da minha devoção e afeto filial para convosco, vos consagro neste dia: os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser. E porque assim sou vossa, ó boa e incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa. Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa; guardai-me e defendei-me, como coisa própria vossa.
Não permitais, ó Mãe amadíssima, que me manche pela imundícia e pela impureza; que cometa alguma falta ao recato e escandalize os meus irmãos; que negligencie os meus deveres para com a santa virtude da modéstia. Guardai os meus olhos, ouvidos, coração e lábios, para que me não manche pelo pecado!
Maria Santíssima, Mãe do divino amor, Rainha da pureza, Senhora de todo o recato e modéstia, rogai por todas as vossas filhas muito amadas, para que não se extraviem do recto caminho! Intercedei por mim, minha Mãe, para que me esforce sempre por agradar-vos e dar bom exemplo aos meus semelhantes! Que, nem por uma má palavra minha, nem por um impuro olhar meu, alguém se perca, doce Senhora! Que eu não tome parte com nada imodesto e indecente, ó sublime Rainha do mundo! Que sejais Vós sempre a minha guia e a guarda da minha pureza, modéstia e recato.
Qual é a verdadeira Igreja de Cristo?
Quem tiver lido atentamente os três capítulos anteriores, sabe: a Igreja de Cristo é única e exclusivamente a santa Igreja Católica, Apostólica, Romana. E Igreja Católica é a única, que começou com Cristo. As demais igrejas, que se chamam também cristãs, são todas de data mais recente: os Koptas, armenios, gregos, protestantes, etc. Só a Igreja Católica data de era de Cristo e dos apóstolos. Só a Igreja Católica descende dos apóstolos, instituídos por Jesus Cristo. Só o Papa de Roma é o sucessor legítimo de São Pedro e nenhuma outra igreja pode ufanar-se de ter em Roma um chefe, que é sucessor do príncipe dos apóstolos, São Pedro.
Os papas numa série ininterrupta remontam até São Pedro. Todos os historiadores hodiernos são unanimes em o afirmar. Só a Igreja Católica tem intacto o símbolo dos apóstolos, usado desde os primeiros séculos em toda parte. Só a Igreja Católica administra aos seus fiéis os mesmos sacramentos, que desde os primeiros séculos se administraram. A Igreja Católica ainda tem o mesmo sacrifício da Santa Missa, que, no essencial, data dos primeiros séculos, desde os apóstolos.
Por conseguinte: Só a Igreja Católica, Apostólica, Romana é a Igreja de Cristo, única e verdadeira.
F.I. Westerveld, O.F.M.
F.I. Westerveld, O.F.M.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
A Igreja é infalível quanto à fé e à moral e permanecerá até o fim do mundo
A Igreja é obra divina e não humana. Jesus Cristo, o próprio Filho de Deus, feito homem para nossa Salvação, a fundou para todos os tempos e todos os povos. Isto já resulta da própria obra da salvação. Jesus salvou a todos e fundou a Igreja para comunicar a todos a sua doutrina e os meios da salvação. Ele fez uma obra perfeita: salvou-nos e cuidou de que todos quantos quisessem pudessem participar desta sua salvação. No fim da vida, antes de por próprio poder subir ao céu, ordenou a seus apóstolos: "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra; ide, pois, e ensina-e a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar todas as coisas, que vos tenho mandado. Quem crê, será salvo; quem não crê, será condenado. E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28,20; Lc 16,15-16).
Este texto nos ensina em primeiro lugar que Jesus é o Senhor do mundo: do céu e da terra. Deus Pai entregou a Jesus o julgamento do gênero humano. Como tal manda a seus apóstolos pregar toda a doutrina da salvação a todos os povos: ide e ensina-e; manda-lhes comunicar a todos a sua graça: batizando-os,etc. Todos tem que crer e fazer o que os apóstolos ensinam. Quem crê e faz o que os apóstolos ensinam, irá para o céu: quem crê será salvo, quem não crê, será condenado. Que grande promessa, mas também que ameça terrível! E Jesus, segunda pessoa da Santíssima Trindade, fica com os apóstolos até o fim do mundo em todas as circunstâncias e vicissitudes: estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos, isto é, do mundo. Dali a promessa é feita aos apóstolos e seus legítimos sucessores. O sucessor de São Pedro, como chefe da Igreja, é o Papa, bispo de Roma; os sucessores dos demais apóstolos são os bispos legítimos, subordinados ao Papa. Por este texto nos obriga Jesus a ouvir e aceitar as verdades reveladas que a Igreja, isto é, o Papa, com ou sem os bispos, nos propõe a crer. Se crermos e vivermos conforme esta crença, seremos salvos; no caso contrário, seremos condenados. Se Jesus nos obriga a tanto, como indubitavelmente o fez, deve providenciar para que a Igreja, isto é, o Papa, com ou sem os bispos, não nos ensine falsidades, mas que tudo quanto ensinar sobre a fé e moral seja exato: " eis que estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos", "eu rogarei ao Pai, e Ele vos mandará outro consolador, o Espírito da verdade, que ficará convosco eternamente e vos ensinará a verdade".
Pelo último texto vemos que Jesus promete pelo Pai o divino Espírito Santo, o Espírito da verdade, que ficará com os apóstolos eternamente, isto é, também com os sucessores dos apóstolos. Temos pois que ouvir o Papa como se ele fosse o próprio São Pedro. E assim se pode continuar a alegar textos que provam a infalibilidade da Igreja, isto é, do Papa e dos bispos em união com o Papa.
Estes textos nos garantem ao mesmo tempo que a Igreja durará até o fim do mundo. "Céus e terra passaram, mas minhas palavras não passarão", disse Jesus, que, portanto, ficará com a sua Igreja até o fim do mundo, pelo que esta não errará na fé, não será aniquilada.
F.I. Westerveld, O.F.M.
F.I. Westerveld, O.F.M.
São Pedro, primeiro chefe da Igreja
Já durante a sua vida pública, Jesus prometeu a um apóstolo a chefia: foi a Simão, filho de Jonas. Logo ao encontrá-lo pela primeira vez deu-lhe um cognome: Cefas, isto é, rochedo, pedra firme, inabalável. Mais tarde prometeu-lhe solenemente, na presença dos demais apóstolos: "Tu és 'Cefas' e sobre esta 'Cefas' edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. A ti darei as chaves do reino dos céus; tudo o que ligares na terra, será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu". (Mt 16, 18-19).
A tradução portuguesa deste texto da bíblia necessita duma explicação. Lê-se nas bíblias portuguesas: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, etc.", como si Nosso Senhor Jesus Cristo tivesse usado de duas palavras diferentes. Jesus usou duas vezes a mesma palavra: Cefas, rochedo, pedra firme, inabalável. Como, porém, é contra a índole da língua latina e portuguesa dizer a uma pessoa: "tu és uma pedra", houve adaptação e se traduziu: "tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, etc."
Devemos ,portanto, saber que Jesus não falou assim, mas que disse: "tu és Cefas e sobre este Cefas edificarei, etc." Desta maneira Jesus escolhei Simão Pedro para pedra fundamental, sobre a qual construiria sua Igreja, que ia fundar.
Da mesma forma devem entender as palavras: "A ti darei as chaves do reino dos céus". Quem tem as chaves dum armário, duma casa, é o dono; quem tinha as chaves duma cidade fortificada, como outrora foi costume, era o chefe.
Ainda numa outra ocasião Jesus dirigiu-se a São Pedro em particular: "Simão, Simão, eis que satanás pediu com instância para joeirar-vos por ti, para que tua fé não naufragasse; e tu, depois de convertido, confirma teus irmãos" (Lc 22, 31-32).
Notemos aqui que satanás pediu joeirar, isto é, tentar todos os apóstolos e que Jesus orou especialmente só por um: Simão Pedro, para que este não vacilasse em sua fé.
É Pedro que recebeu a ordem de confirmar os seus irmãos, isto é, os demais apóstolos.
O que Jesus prometeu durante a sua vida pública cumpriu depois de sua morte e gloriosa ressurreição, instituindo Simão Pedro, filho de Jonas, chefe do seu rebanho, isto é, de sua Igreja.
Lemos na Sagrada Escritura, que nosso Senhor Jesus Cristo apareceu muitas vezes a seus apóstolos para confirmá-los na fé, ensiná-los, instituir sacramentos, etc. Numa destas ocasiões dirigiu-se a Simão Pedro e lhe perguntou: Simão Pedro, Bar Jona, tu me amas mais do que os outros?" Simão Pedro humilhado pela queda na noite da sagrada Paixão de Jesus, não ousou dizer simplesmente que sim, mas respondeu: "Senhor, tu sabes que eu te amo".
Ao que Jesus replicou: "Apascenta os meus cordeiros!"
Pela segunda vez Jesus lhe fez a mesma pergunta: "Simão Pedro, Bar Jona, tu me amas mais que os outros?"
E São Pedro respondeu também da mesma forma:
"Senhor, tu sabes que eu te amo".
Ao que Jesus repetiu: "Apascenta os meus cordeiros!"
Pela terceira vez tornou Jesus a perguntar: "Simão Pedro, Bar Jona, tu me amas mais que os outros?"
São Pedro, temendo que Jesus lhe ia predizer uma segunda infidelidade da sua parte, começou a chorar e disse: "Senhor, tu sabes tudo, sabes também que eu te amo".
Então Jesus disse a Simão Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas!". (Jo 21,15-16)
Deste modo instituiu Jesus a São Pedro chefe de seu rebanho: dos cordeiros e das ovelhas.
Simão Pedro, por conseguinte, foi o primeiro chefe da Igreja de Cristo, residiu em Roma, onde foi preso, condenado e crucificado, de cabeça para baixo. O próprio Harnack, o mais insigne historiador protestante, confessou publicamente num discurso, feito em Berlim perante um escol de cientistas: "Wir, Protestanten, manchen unslächerlich in den Augen der Katholicken, etc". "Nós, protestantes, nos tornamos ridículos aos olhos dos católicos, repetindo sempre que São Pedro não esteve em Roma. Está mais que provado que São Pedro esteve em Roma e lá morreu, etc."
Alego esta autoridade, reconhecida do lado dos protestantes, para não precisar aduzir todas as provas certíssimas da estadia e morte de São Pedro em Roma. Por conseguinte o bispo de Roma ou o Papa é o legítimo sucessor de São Pedro e dali o chefe de toda a Igreja de Cristo. Com o Papa atual já temos mais de 260 Papas. Pelo que ficou dito, resulta claramente que aquela é a verdadeira Igreja de Cristo, que se submete e obedece ao sucessor de São Pedro ou Papa de Roma. Quem fica com o Papa, está na verdadeira Igreja de Cristo, e quem se afasta do Papa, afasta-se da Igreja de Cristo. Outra conclusão não é possível. As palavras de Cristo são claríssimas e não deixam margem de dúvida. Temos que aceitá-las, si ainda quisermos ser cristãos.
F.I. Westeeveld, O.F.M
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Como Jesus fundou a sua Igreja
Quando Jesus andava neste mundo, seu proceder foi inteiramente excepcional. Filho de mãe pobre, de nome Maria, desposada com um modesto carpinteiro, chamado José, não frequentou aulas. Aos trinta anos de idade começou repentinamente, sem preparação alguma, confiando unicamente em si mesmo, a pregar uma nova doutrina, dizendo-se Filho de Deus vivo. Jamais mortal algum, antes ou depois de Jesus, se lembrou de proclamar-se Deus. E ele provou a sua divindade, sua missão e doutrina com inúmeros milagres, cada qual mais estupendo. Enfim pôs remate a todos: ressuscitou ao terceiro dia como claramente predissera.
Para provar ainda mais sua divindade e, por conseguinte, a de sua doutrina, de sua obra e de seu reino, escolheu pescadores, simples pescadores ignorantes, para fundar um reino acima de todos os reinos: são baldos de toda instrução superior, sem jurisprudência, sem filosofia, sem diplomacia, sem estratégia; falta-lhes tudo: dinheiro, recursos, exércitos, simplesmente tudo.
Assim começaram a loucura da pregação, contrariando em tudo as inclinações humanas, declarando guerra a soberba, ao luxo, a riqueza, a sensualidade, ao gozo e a liberdade desenfreada, a tudo que o homem por natureza estima; eles declaram guerra sem tréguas a todas as religiões pagãs, a todos os deuses, que não são o Deus deles e dali a todas as instituições pagãs, a todos os sacerdotes pagãos, a todos os governos pagãos.
E milagre dos milagres: eles venceram e estão vencendo ainda.
O que parecia loucura rematada, revela-se sabedoria e poder divino, avança, derruba, triunfa.
Contra os doze pescadores desarmados, ignorantes, as legiões romanas, jamais vencidas, se põem em movimento, marcham, desembainham os gládios luzentes e afiados. Agora, porém, se lhe opõe outro exército, capitaneado por pescadores, composto de gente inocua: homens e jovens sem armas, que nem querem defender-se, mas preferem oferecer sem resistência alguma os seus pescoços desnudados, para que sejam cortados; mulheres fracas, donzelas tímidas, até crianças.
Será possível que soldados briosos, que comandantes invictos se aviltem ao ponto de enodar, sujar as suas espadas com sangue de gente pacata, inerme, até de mulheres e crianças? Sim. Fizeram-no!
O sangue inocente, inocuo, corre a rios, embebendo a terra: a espada romana fica desprezada, pois ficou manchada de sangue imbele: a águia romana torna a ser simples ave de rapina, de garras sujas, manchada de sangue fraco, mas desprezível que o abutre, o urubu.
Após três séculos de luta inglória para os romanos, a cruz é plantada sobre o frotispicio do Capitolio de Roma: Júpiter destronado jaz esmagado por terra, ainda úmida do sangue dos mártires da fé.
Os pescadores venceram, imolando o seu próprio sangue.
Assim se fundou o cristianismo, continuou pelos séculos, assim hoje ainda é: haja visto o México, a Hungria, a Turquia, a Rússia, a China: em breve seguirão outros países.
Eis o maior milagre de Cristo Deus: a fundação e extensão de sua Igreja.
A vitória de Jesus continua, é a vitória dos mártires da fé.
Após dezenove séculos (vinte e um) Jesus ainda vence até no sexo fraco: o corpo débil, tenro, duma criança inocente jaz morto por terra, ainda verte sangue, mas a vontade ficou firme, inabalável, não se dobrou, mas triunfou da ferocidade satânica; foi assim no tempo dos Cesares, e assim é hoje com Calles, Lenines, Trotzkys, Bela Kuns, Stalins e outros demônios em carne humana.
O corpo sucumbe, mas a vontade, a alma venceu, apesar de atrocidades inauditas. A doutrina de Cristo é sublime e sem comparação: é divina.
A sua verdade fulge e brilha para esclarecimento dos bem intencionados, ofuscando os olhos do espírito aos demais, que não querem o triunfo da virtude.
Só Deus pode proceder e vencer assim.
F.I. Westerveld, O.F.M - 1930
terça-feira, 24 de setembro de 2013
" Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" (Mt 11,29)
Ladainha da Humildade
( Que Dom Columba Marmion e o Servo de Deus, o Cardeal Merry del Val, entre outros, costumavam recitar frequentemente).
Santa Tereza: "Enquanto vivemos nesta terra, não há coisa que mais importa para nós do que a humildade" ( Cap. 2° das Moradas, n° 9).
Rezemos, pois, com frequência a Ladainha da Humildade!
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus, manso e humildade de coração, ouvi-nos.
Jesus, manso e humilde de coração, atendei-nos.
Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.
Do desejo de ser estimado, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser amado, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser buscado, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser louvado, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser honrado, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser preferido, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser consultado, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser aprovado, livrai-me, Jesus!
Do desejo de ser adulado, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser humilhado, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser desprezado, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser rejeitado, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser caluniado, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser esquecido, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser ridicularizado, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser escarnecido, livrai-me, Jesus!
Do temor de ser injuriado, livrai-me, Jesus!
Que os outros sejam mais amados do que eu - Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Que os outros sejam mais estimados do que eu - Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Que os outros possam crescer na opinião do mundo e que eu possa diminuir - Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Que aos outros seja concedida mais confiança no seu trabalho e que eu seja deixado de lado - Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Que os outros sejam louvados e eu esquecido - Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Que os outros possam ser preferidos a mim em tudo - Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Que os outros possam ser mais santos do que eu, contanto que eu pelo menos me torne santo como puder - Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Ó Maria, Mãe dos humildes, rogai por nós!
São José, protetor das almas humildes, rogai por nós!
São Miguel, que fostes o primeiro a lutar contra o orgulho e o primeiro a abatê-lo, rogai por nós!
Ó justos todos, santificados a partir do espírito da humildade, rogai por nós!
Oração
Ó Deus que, através do ensinamento e do exemplo do Vosso Filho Jesus, apresentastes a humildade como chave que abre os tesouros da graça ( cfr. Tg 4,6) e como fundamento de todas as outras virtudes - caminho certo para o Céu - concedei-nos, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, a mais humilde e a mais santa de todas as criaturas, aceitar agradecendo todas as humilhações que a Vossa Divina Providência nos oferecer. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
A humildade
I. O que é
A humildade é a virtude sobrenatural que, pelo conhecimento de Deus e de nós mesmos, nos mostra nosso verdadeiro valor e, por isso, regula em nós as duas profundas e desordenadas inclinações da estima de si e do desejo de estima dos outros - opõe-se pois à soberba.
II. Necessidade da Humildade
Jesus disse: "Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, não entrareis no reino dos Céus" (Mt 18, 3-4)
De fato, duas expressões sintetizam a vida do soberbo:
1. "Eu conto comigo" - Insensatez! Jesus, pois, disse: "Sem mim, nada podeis fazer" (Jo 15,17)
2. "Eu trabalho pra mim" Desordem e injustiça! Pois Deus deve ser o objeto final de tudo aquilo que Ele criou.
A vida do humilde, pelo contrário, sintetiza-se nas duas expressões opostas:
1° "Eu conto com Deus" Confiança e Coragem.
2° "Eu trabalho para Deus!" Reta intenção.
III. Difícil prática da Humildade
Três são os principais meios para chegar à verdadeira e autêntica humildade de coração:
1. Pedi-la incessantemente a Deus (ótimo hábito de rezar diariamente a Ladainha da Humildade).
2. Meditar frequentemente sobre os motivos pelos quais devemos ser humildes. Que não saiam de nossos olhos: a altíssima lição dos exemplos do Messias humilde em sua vida, em sua morte e na Eucaristia; e a insistente exortação de Jesus sobre a humildade de coração.
3. Aceitar, agradecendo, todas as humilhações que a Providência nos oferecer.
"Deus resiste aos soberbos, mas aos humildes concede a graça" (Pr 3,36; 1P 5,5; Tg 9,4-6).
"Aquele que se exaltar será humilhado; e quem se humilhar será exaltado" (Mt 23,12).
Fonte: Folheto n° 6 da Série: "Doutrina Católica", editado pelo Instituto Diocesano Missionário dos Servos da Igreja - Com Aprovação Eclesiástica
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Maria - Mãe de Cristo, Mãe da Igreja
" Com efeito, a Virgem Maria (...) é reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. (...) Ela é também verdadeiramente ' Mãe dos membros [de Cristo] (...), porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça'." " (..) Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja".
I. A maternidade de Maria com relação à Igreja
TOTALMENTE UNIDA A SEU FILHO
O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo, decorrendo diretamente dela (dessa união).
"Esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até sua morte." Ela é particularmente manifestada na hora da paixão de Jesus:
A bem aventurada Virgem avançou em sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com o Filho até a cruz, onde esteve de pé não sem desígnio divino, sofreu intensamente junto com seu unigênito. E com ânimo materno se associou a seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz, foi dada como mãe ao discípulo com estas palavras: " Mulher, eis aí teu filho" (Jo 19,26-27).
Após a ascensão de seu Filho, Maria "assistiu com suas orações a Igreja nascente". Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, "vemos Maria pedindo, também ela, com suas orações, o dom do Espírito, o qual, na Anunciação, a tinha coberto com sua sombra".
... TAMBÉM EM SUA ASSUNÇÃO...
"Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste.
E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos:
Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte.
...ELA É NOSSA MÃE NA ORDEM DA GRAÇA
Por sua adesão total à vontade do Pai, à obra redentora de seu Filho, a cada moção do Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. Com isso, ela é "membro supereminente e absolutamente único da Igreja", sendo até a "realização exemplar (typus)" da Igreja.
Mas seu papel em relação à Igreja e a toda humanidade vai ainda mais longe. "De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça."
"Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou estes múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira.
" A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força."
"Com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser equiparada ao Verbo encarnado e Redentor. Mas, da mesma forma que o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos, seja pelos ministros, seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas uma variegada cooperação que participa de uma única fonte."
II. Culto da Santíssima Virgem
"Todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lc 1,48).
" A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão".
A Santíssima Virgem " é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Com efeito, desde remotíssimos tempos, a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de 'Mãe de Deus', sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os perigos e necessidades. (...) Este culto (...) embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encarnado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas o favorece poderosamente"; este culto encontra sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, "resumo de todo o Evangelho".
III. Maria - ícone escatológico da Igreja
Depois de termos falado da Igreja, de sua origem, de sua missão e de seu destino, a melhor maneira de concluir é voltar o olhar para Maria, a fim de contemplar nela (Maria) o que é a Igreja em seu ministério, em sua "peregrinação de fé", e o que ela (Igreja) será na pátria ao termo final de sua caminhada, onde a espera, "na glória da Santíssima e indivisível Trindade", "na comunhão de todos os santos", aquela que a Igreja venera como a Mãe de seu Senhor e como sua própria Mãe:
Assim como no céu, onde está glorificada em corpo e alma, a Mãe de Deus representa e inaugura a Igreja em sua consumação no século futuro, da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do Senhor, ela brilha como sinal da esperança segura e consolação para o Povo de Deus em peregrinação.
RESUMINDO
Ao pronunciar o "fiat" (faça-se) da Anunciação e ao dar seu consentimento ao Mistério da Encarnação, Maria já colabora para toda a obra que seu Filho deverá realizar. Ela é Mãe onde Ele é Salvador e Cabeça do Corpo Místico.
Depois de encerrar o curso de sua vida terrestre, a Santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma à glória do Céu, onde já participa da glória da ressurreição de seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros de seu corpo.
" Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no Céu sua função materna em relação aos membros de Cristo."
fonte: Catecismo da Igreja Católica
O princípio da gradualidade, regra ardilosa do progresso do mal
Desejamos hoje pôr em evidência um dos princípios mais essenciais do triste roteiro seguido pelo Ocidente, partindo de suas tradições culturais e sociais cristãs, para o paganismo total, do qual já se acha tão próximo.
Trata-se do princípio que chamaríamos da "gradualidade". A corrupção, em sua longa marcha vitoriosa não fez saltos. Pelo contrário, soube progredir por etapas tão insensíveis que ninguém, ao longo da trajetória, prestava atenção ao deslizar das idéias, dos costumes e das modas. E com isto o caminho percorrido docilmente pela humanidade foi imenso...
A maior parte dos costumes lamentáveis de nossos dias apareceu timidamente no século XIX. Publicaremos oportunamente a descrição dos primeiros banhos de mar a que começou a se afeiçoar a alta sociedade francesa ainda antes da revolução de 1830, acompanhando-a do material ilustrativo competente. O termo de comparação, que seria o maillot de banho absolutamente moderno, não o poderemos publicar, pois já "evoluiu" tanto que macularia as páginas de um jornal católico. Quem tivesse dito às nobres e discretas damas que em plagas francesas iniciaram a moda, como se banhariam as elegantes de 1920 por certo lhes teria causado muita surpresa. E talvez, para evitar tais excessos, tivessem elas, até, suspendido o costume ainda incipiente. E o que diriam por sua vez em 1920 as elegantes, se pudessem ver como elas próprias ou suas filhas e netas tomariam banhos de mar e de piscina em 1956? Provavelmente, esta antevisão teria suscitado nelas uma reação salutar. Mas, como ninguém previa tais excessos, a moda continuou seu curso. Em 1956, é-nos lícito perguntar: como estarão as coisas em 1986?
Nenhum princípio nos parece mais importante de difundir, do que este da gradualidade das transformações da moda, se queremos despertar uma reação que já tarda...
* * *
Hoje trataremos mais especificamente da masculinização da mulher, fenômeno absolutamente tão deplorável e ridículo quanto seria a efeminação do homem.
Nossa primeira gravura representa duas senhoras, muito jovens, e uma menina, em um interior confortável de há cerca de cem anos atrás. O ambiente em que se movem é caracterizado por uma certa gravidade.
As cortinas são espessas, a cadeira é grande e nobre, o cachepot de linhas distintas e robustas tem decorações douradas, um belo tapete cobre todo o chão. Mas ao mesmo tempo os coloridos - que nosso clichê infelizmente não reproduz - são alegres. As cortinas são de um azul muito claro, quase água-marinha, a senhora sentada, que é evidentemente uma visitante, traja um belo vestido de um verde de folha nova na primavera européia, e seu casaco é branco. À cabeça, traz algumas rosas. A senhora de pé veste-se de seda lilás brilhante. A menina tem um vestido branco com listas vermelhas, ornado com fitas também vermelhas. São dessa mesma cor as fitas que lhe ornam o cabelo e lhe pendem das tranças. Este misto de gravidade e graça caracterizava bem o ambiente da vida de família de outrora. Nele, a mulher podia expandir em toda sua amplitude, as preciosas qualidades típicas de seu sexo, a doçura, a afabilidade, a graça, a bondade e a distinção. As fisionomias das três pessoas em nosso clichê estão distendidas, plácidas, e impregnadas de afetividade, indicando um convívio marcado a fundo pelo que tem de mais suave a delicadeza feminina. Elas parecem encontrar-se como no elemento próprio para a prática natural e como que instintiva dos deveres cristãos da esposa, da mãe e da filha.
* * *
Mas pouco depois a masculinização começava, timidamente, embora. Nas duas jovens do segundo clichê, há um começo de audácia, de dureza, de atrevimento, que contrasta com o quadro anterior. Tem-se a impressão de que algo de muito profundo -se bem que ainda muito discreto - se desajustou dentro delas, relativamente à vida do lar. Esta lhes parece um tanto insípida. Há um gosto manifesto de viver na rua, enfrentando imprevistos, passando por peripécias, levando enfim uma vida que já não é inteiramente voltada para os prazeres castos da família, e em cujo teor os momentos mais agradáveis são os que se empregam passeando como anônimos na multidão. Um que de masculino nos chapéus, no corte dos vestidos, e sobretudo na fisionomia dos personagens o diz bem.
* * *
Uma jovem moderna, num ambiente moderno. Não tivesse compridos os cabelos, e não seria fácil dizer-se-lhe à primeira vista o sexo. Ela respira por todos os poros o gosto da aventura, da luta dentro de uma vida que em nada se diferencia da de um homem, e que exige o cultivo de qualidades tipicamente masculinas. Um pouco mais, e a masculinização terá sido levada tão longe quanto possível.
Mas, dirá alguém, que mal há nisto?
É fácil responder. O mesmo mal que haveria em que os homens de hoje se penteassem, se vestissem e vivessem como as damas de nosso primeiro clichê.
Pura e simplesmente uma monstruosa subversão da ordem natural.
Plinio Corrêa de Oliveira
Catolicismo Nº 68 - Agosto de 1956
fonte:https://www.facebook.com/FemininaModestaEElegante
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