quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A castidade, virtude fecunda

"Importa, em particular, que todos tenham um conceito elevado da virtude da castidade, da sua beleza e da sua força de irradiação. É uma virtude que enobrece o ser humano e que o capacita para um amor verdadeiro, desinteressado, generoso e respeitoso para com os outros" (PH,12).

Quais os frutos da castidade antes do matrimônio?
A castidade, vivida com generosidade e alegria antes do matrimônio, alimenta a fé, mantém e acresce a graça santificante, torna-se o alicerce de uma feliz escolha ou do matrimônio ou da virgindade. 

Quais os frutos da castidade no matrimônio?
Com a castidade, vivia generosamente no matrimônio, os esposos cristãos:
a) "atuam a própria vocação para a perfeição e para o testemunho cristão peculiar, que tem de dar ao mundo;
b) tornam  visível aos homens a santidade e a suavidade da lei que une o amor mútuo dos esposos com a cooperação por eles oferecida ao amor de Deus, Autor da vida humana" (HV,25);
c) transformam a própria família em "pequena Igreja" ou "Igreja doméstica";
d) dão aos filhos um exemplo que se converterá em benção para o futuro.

Quais os frutos da castidade nos candidatos ao sacerdócio ou à vida religiosa?
Os candidatos ao sacerdócio ou à vida religiosa. vivendo positivamente a castidade, preparam-se para afirmar, e numa certa medida já afirmam, o primado do amor de Deus e o primado do amor do próximo na própria vida. 

A castidade, com uma abstenção sexual prolongada -e muito particularmente a que ocorre na virgindade ou celibato religioso- é realmente útil para a vida espiritual e inclusive benéfica no que tange à própria saúde física e psíquica do homem, ou, antes, é contrária a natureza? 
É certamente útil e benéfica, como demostra a ciência e a experiência. Aliás, só para exemplificar, vale a pena lembrar o notável sexólogo, Gregoriano Maranõn, que não apenas afirma o caráter natural da castidade, mas também sublinha a sua grande importância na educação da juventude: "Se eu falasse de um púlpito diria que a virtude suprema do homem, que está construindo sua personalidade, é a castidade. Portanto, apesar das aparências, combater a poligamia mercenária (prostituição) e o hábito da aventura, pregar a submissão dos secretos impulsos da sexualidade e uma repressão voluntária, não é opor-se às leis naturais, pelo contrário, é proclamar o direito da natureza, suplantado por um falso conceito de juventude e de virilidade, o conceito "don-juanesco" do amor. Por isso, o uso precoce desta função, que se considera não apenas como natural, mas condição necessária para poder chamar-se "homem", é tão absurdo quanto pedir às espigas o grão dourado em abril, quando os campos ainda estão verdes. A continência, na juventude, é um preceito eugenético de importância primordial" ("Amor, Convivência e Eugenesia"- Madrid). Ou ainda, ouvir Gowers: "Com toda a força que me vem do conhecimento que possuo e da autoridade que tenho, afirmo que ninguém jamais piorou, ainda que seja muito pouco, pela continência (castidade) ou melhorou pela incontinência. Todos tornam-se moralmente piores pela incontinência, uma sensível maioria piora também fisicamente e, em não poucos casos, o resultado é e será sempre um verdadeiro naufrágio físico" ("Sífilis e o sistema nervoso" - Londres).
Todavia a virgindade, como opção definitiva, só deve ser escolhida por parte de quem recebe de Deus um carisma especial (cf. Cap IV, n. 44). O próprio São Paulo, cuja predileção pela virgindade é bem conhecida, afirma: "Se não podem guardar a continência, casem-se, pois é melhor casar-se do que abrasar em concupiscência" (1 Cor 7,9).

Quem depois de ter escolhido o estado de virgindade, descobre que errou e que a sua vocação é o matrimônio, que deve fazer?
Em primeiro lugar, deve-se observar que qualquer homem normal é chamado ao matrimônio, enquanto apto para ele. Comumente se diz que alguém que fosse incapaz de ser um bom pai, não teria, em princípio, condições de ser um bom padre. Quando, pois, se usam os meios de manter e desenvolver a graça, os recursos, que Deus liga ao cumprimento do dever do estado, são suficientes para garantir e realizar a própria vocação. As dificuldades e as tentações não revelam necessariamente falta de vocação à virgindade, apenas confirmam a objetividade das palavas do Mestre que manda "vigiar e orar". Além disso, a confiança em Deus Pai, que compreende, perdoa e reergue o pecador arrependido, constitui a grande força de recuperação e elevação espiritual.
Pode acontecer que a ordenação ou a profissão religiosa não tenham tido condições de validade, por exemplo, por falhas graves de consentimento dos consagrados, como de resto pode acontecer com o matrimônio. Só resta pedir filialmente à Igreja que examine tais situações e sobre elas profira o seu juízo de Mãe.
Afora tais casos, por tratar-se de lei eclesiástica, e não como a lei divina da indissolubilidade do matrimônio, e depois de tentar todos os meios ao alcance para evitar o quase inaceitável desfecho, ela prefere misericordiosamente dispensar dos votos aqueles que chegaram ao ponto de não se sentirem, de forma alguma,  capazes de realizar os fins da vocação sacerdotal ou religiosa. Entretanto, a Igreja não deixa de sentir profundamente e lamentar com tristeza que o Paulo VI chama de "autentica deserções", se bem que, com carinho materno, os acolha em seu seio, como filhos que são.

Qual o melhor fruto da castidade para todos aqueles que praticaram generosamente?
Enquanto o fruto da impureza é o inferno: "Não vos iludais! Nem is impudicos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os injuriosos herdarão o Reino de Deus" - (1 Cor 6, 9-10), o fruto final da castidade é o Céu: "Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus" (Mt 5,8).

"Absolvei-me, Senhor, do pecado e serei puro, lavai-me e ficarei mais branco do que a neve. Criai em mim um coração puro, meu Deus, e renovai-me o espírito de firmeza. Restituí-me a alegria da salvação, e sustentai-me com uma vontade generosa". (Sl 50). 


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A castidade, Virtude dos fortes

"Os fiéis, também hoje, e mesmo mais do que nunca, devem empregar os meios que a Igreja sempre recomendou para levar uma vida casta: a disciplina dos sentidos e da mente, a vigilância e a prudência para evitar as ocasiões de queda, a guarda do pudor, a moderação nas diversões, as ocupações sãs, o recurso frequente à oração e aos sacramentos da Reconciliação (Penitência) e da Eucaristia. Os jovens, sobretudo, devem ter o cuidado de fomentar a sua devoção à Imaculada Mãe de Deus e propor-se como modelo a vida dos Santos e daqueles outros fiéis cristãos, particularmente dos jovens, que se distinguiram na prática da virtude da castidade" (PH, 12). 

É possível viver uma continência ou abstenção sexual periódica longa ou mesmo definitiva exigida, em concreto, pelos diversos estados de vida: a) antes do matrimônio (abstenção que cobre normalmente o período da adolescência e os primeiros anos da maturidade e que se caracteriza por uma grande excitabilidade sexual)? b) no matrimônio (até na grave circunstância de uma abstenção total forçada)? c) na viuvez ou no abandono do cônjuge (abstenção que cobre toda uma grande e penosa etapa da vida)? d) na virgindade ou no celibato consagrada (abstenção que cobre o curso de uma existência inteira)? e) na virgindade ou no celibato não consagrado (daqueles que, não sentindo o apelo de Deus à vida religiosa ou sacerdotal, não se casaram por circunstâncias diversas, alheias ou não à sua vontade, e servem a Deus  e ao próximo na sua profissão, no seu ambiente ou no seu lar)? 
Sim. É possível e relativamente fácil com a ajuda que Deus sempre dá (graça atual) a quem a procura com humildade e perseverança. Como, porém, "nada é desejável sem ser primeiro conhecido", só quem conhece a beleza da castidade será capaz de praticá-la, nas condições acima.

Como o homem procura e obtém a graça atual, que o torna forte contra todos os inimigos espirituais, e, por isso, também no combate pela castidade?
O homem procura e obtém a graça atual, seguindo o exemplo dos santos de todos os tempos, idades e estados, e particularmente o exemplo singularíssimos e excelso da Virgem Maria, a única criatura a ostentar maravilhosamente sobre a sua fronte o duplo dilema da Maternidade Divina e da Sagrada Virgindade, antes, durante e depois do parto, e desenvolvendo no seu interior uma adequada Vida Espiritual, com o recurso frequente à oração, à mortificação e aos Sacramentos, e com a observância de uma conveniente higiene e disciplina de vida. 

Quais são, porém, os dois meios essenciais de que a vida espiritual dispõe?
Os dois meios essenciais de que a Vida Espiritual dispõe são a oração e a mortificação (cf. Mc 9,29; Gál 5,17-24; 1 Cor 9,12; Mt 5, 28-29).

Entre as várias práticas de mortificação, qual a mais eficaz na luta pela castidade?
É certamente a fuga das tentações e das ocasiões de pecado (cf. SV, 52-55). "Fujo para não ser vencido", dizia São Jerônimo. O Espírito Santo afirma: "Quem ama o perigo nele perecerá" (Eclo 3,27). E Santo Agostinho: "Não digais que tendes almas puras se tendes olhos impuros, porque os olhos impuros são mensageiros dum coração impuro". 
Significativos os exemplos de José, que fugiu e foi vitorioso (cf. Gên 39,12); e de Davi, que não fugiu e cometeu adultério e homicídio (cf. 2Sam 11, 2-5).

Além da fuga, qual é outro meio muito importante nesta luta?
É a mortificação exigida para praticar as normas do pudor cristão, que pode definir-se como a "prudência da castidade". 

Como se manifesta o pudor cristão?
O pudor: a) previne o perigo que ameça; b) impede de expor-se a ele; c) não se compraz com palavras torpes ou menos honestas; d) aborrece a mais leve imodéstia; e) afastar-se da familiaridade suspeita com pessoas do outro sexo ou do mesmo sexo; f) tem horror a qualquer pecado de impureza; g) e retira-se ao primeiro assomo da sedução (cf. SV, 56-58).

Se os meios sobrenaturais ocupam o primeiro lugar na luta pela castidade, é necessário usar também os meios naturais?
Certamente também os meios naturais ajudam na luta pela castidade, especialmente: a) ocupar bem o tempo, evitando a ociosidade; b) cuidar da higiene no repouso e na alimentação (praticar esporte; evitar a temperança, o uso exagerado de bebidas alcoólicas e de excitantes; etc); c) interessar-se por bons ideais; d) cultivar amizades, que estimulem a virtude, somem energias e experiências, e criem um clima propício ao crescimento espiritual; e) ter um conhecimento prudente e exato, proporcionado à idade e ao desenvolvimento físico e psíquico, dos problemas da vida sexual. 

Para quem profanasse gravemente a pureza, estariam fechadas todas as portas da volta à beleza da virtude?
Aqueles que conheceram os desregramentos dos sentidos e experimentaram todos os tipos de concupiscência, por uma vida de luxúria, poderão, quando dóceis à graça de Deus, renunciar, pelo arrependimento sincero e a penitência confiante, a esse passado de vícios e abraçar conscientes, e com toda a generosidade, o caminho de uma nova castidade por amor a Deus, servindo-O com fidelidade onde quer que estejam. Cristo exaltou a virtude recuperada, ao referir-se à pecadora: "Seus numerosos pecados lhe são perdoados porque muito amou" (Lc 7,47). Ele já o dissera claro na parábola do filho pródigo, que, mesmo depois de servir aos porcos, viu devolvidos todos os títulos de filho (Lc 15,22-24). E a história da Igreja está cheia desses prodígios maravilhosos da Graça, que produziu um Santo Agostinho, uma Santa Margarida de Cortona, entre tantos. O amor vence tudo!

Qual a orientação da Igreja com respeito à educação sexual?
"Que as crianças e os jovens, de acordo com a idade, sejam preparados por uma educação sexual positiva e prudente" (GE,1); "eles devem ser instruídos convenientemente e a tempo sobre a dignidade, a função e o exercício do amor conjugal, a fim de que, preparados no cultivo da castidade, possam passar, na idade própria, do noivado honesto às núpcias" (GS,49). Entende-se por "educação sexual positiva e prudente", uma iniciação ou instrução "fortemente ligada a uma constante disciplina, a um vigoroso domínio de si mesmo, ao uso, sobretudo, das forças sobrenaturais da oração e dos Sacramentos" (Pio XII aos Pais de Famílias Francesas, 18-09-1951), que leve ao "cultivo da castidade".

A quem cabe a delicada tarefa da educação sexual?
A educação sexual deve ser dada pelos pais, cuja principal preocupação pedagógico-cristã será a de mostrar o fundamental e íntimo relacionamento do sexo com amor, de modo que a criança ou jovem veja, no instinto sexual, um convite que Deus faz ao homem a participar do seu amoroso poder criador, para propagar a vida. Que a criança compreenda que a mãe ou a mulher grávida realiza, no plano da vida física, o mais belo trabalho existente no universo: gera nova vida. Se os pais não puderem dar educação sexual aos filhos, hão de substituí-los, com sua autorização explícita, outras pessoas qualificadas (médicos, professores, sacerdotes ou parentes mais próximos) nas quais as crianças sintam confiança.

Um adolescente ou um jovem, que já recebeu uma sã educação sexual, possui, normalmente, a capacidade de aplicar com prudência e equilíbrio os meios de combate pela castidade?
Não. Por isso, é sumamente recomendável a prática da Direção Espiritual, que se converte no meio mais importante para viver uma vida casta e para descobrir a vontade de Deus acerca do caminho a seguir: o matrimônio ou a virgindade.

Que é a direção espiritual?
É a arte de guiar as pessoas individualmente, com um trabalho constante e progressivo, para posse do grau da perfeição à qual Deus as chama. 

Como deve ser praticada a direção espiritual?
A Direção Espiritual deve ser praticada: com sinceridade, com docilidade e com perseverança. 


Pe. Vitório Lucchesi

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Perigos que rondam nossas almas nestes últimos tempos

Será que estamos nos últimos tempos? A nossa alma está em maior perigo de ser perdida para sempre nestes tempos do que nos séculos passados? São as palavras de São Paulo a Timóteo para o nosso tempo:

... Haverá um tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas de acordo com seus próprios desejos, ajustarão mestres para si, tendo comichão nos ouvidos, e darão as costas à verdade, voltando-se às fábulas. (II Tm. 4,3-4)

  

Últimos tempos

Para responder a estas perguntas Nossa Senhora chegou à montanha de La Salette e advertiu-nos:

No ano de 1864, Lúcifer, juntamente com um grande número de demônios, será solto do inferno. Eles vão pôr fim à fé pouco a pouco, mesmo naqueles que se dedicam a Deus. Eles irão cegá-los de tal maneira que, a menos que sejam abençoadas com uma graça especial, essas pessoas irão assumir o espírito desses anjos do inferno; várias instituições religiosas perderão toda a fé e perderão muitas almas.

Livros maus serão abundantes na terra e os espíritos das trevas espalharão por toda parte um relaxamento universal em tudo que concerne ao serviço de Deus. Os chefes, os líderes do povo de Deus negligenciaram a oração e a penitência, e o demônio obscureceu sua inteligência. Eles tornaram-se estrelas errantes que o velho demônio arrastará com sua cauda para fazê-los perecer.

Sim, os sacerdotes estão pedindo por vingança, e a vingança paira sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes e pessoas consagradas a Deus, que por sua infidelidade e suas vidas perversas estão crucificando o meu Filho de novo! (Virgem de La Salette, 19 de setembro de 1846).

Nossa Senhora continua em sua mensagem apocalíptica para descrever com precisão todo o flagelo que irá atingir a humanidade: a vinda do Anticristo, juntamente com suas perseguições contra os fiéis e contra a Igreja. Ela, então, acaba por descrever a derrota final de Satanás e seus anjos e, assim, o triunfo final de Deus sobre seus inimigos.

Agora, quando Nossa Senhora disse em 1846 que estes tempos terríveis começariam em 1864, uma vez que Lúcifer e um grande número de demônios foram soltos do inferno, ela realmente quis dizer que, a partir daquela data a humanidade não estaria mais no curso normal da história. Em 1864, a humanidade teria entrado no último período da saga terrena da humanidade, um período em que Satanás iria liderar sua batalha final sangrenta seduzindo e destruindo almas.

O Papa Leão XIII, que recebeu em 13 de outubro de 1884 uma revelação de que Deus tinha dado permissão a Satanás para tentar destruir a Sua Igreja, levou este aviso muito a sério e compôs as Orações Leoninas a serem ditas depois de cada Missa. Ele, em seguida, publicou para os sacerdotes e fiéis o famoso exorcismo de São Miguel contra Satanás e os anjos rebeldes para proteger a humanidade contra as pragas que viriam.

Mais tarde o próprio São Pio X não hesitou em referir as calamidades presentes, a grande perversidade das mentes e os esforços furiosos "para apagar a memória e o conhecimento de Deus", como "a antecipação e, talvez, o início destes males reservados para os últimos dias "(E Supremi Apostolatus, 4 de outubro, 1903).

Irmã Lúcia, a vidente de Fátima, também está absolutamente convencida de que estamos vivendo nos últimos tempos: aqui está o que ela explicou ao padre Agustin Fuentes, o postulador da causa de beatificação de Francisco e Jacinta, em uma conversa realizada em 26 de dezembro de 1957: "A Santíssima Virgem não me disse que estamos nos últimos dias do mundo, mas ela me fez entender isso por três razões."

1) A BATALHA FINAL: A primeira razão é porque ela me disse que o diabo está no meio de travar uma batalha decisiva contra a Virgem Maria. E uma batalha decisiva é a batalha final, onde um lado será vitorioso e o outro lado sofrerá a derrota. Assim, a partir de agora temos de escolher um dos lados. Ou somos de Deus ou somos do diabo. Não há outra possibilidade.

2) OS ÚLTIMOS REMÉDIOS: A segunda razão é porque ela disse aos meus primos, bem como a mim mesma, que Deus está dando os dois últimos remédios para o mundo. Estes são o Santo Rosário e a Devoção ao Imaculado Coração de Maria. Estes são os dois últimos remédios, o que significa que não haverá outros.

3) O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO: A terceira razão é porque, nos planos da Divina Providência, antes que Ele esteja prestes a castigar o mundo, Deus sempre esgota todos os outros recursos. Agora, quando Ele vê que o mundo não presta qualquer atenção, então, como dizemos na nossa maneira imperfeita de falar, Ele oferece-nos com um certo receio o último meio de salvação, a Sua Mãe Santíssima. É com um certo receio, porque se você despreza e repudia este último meio, não teremos mais o perdão do céu, porque vamos ter cometido um pecado que o Evangelho chama de pecado contra o Espírito Santo. Este pecado consiste em rejeitar abertamente com pleno conhecimento e consentimento, a salvação que Ele oferece. Lembremo-nos que Jesus Cristo é um filho muito bom e que Ele não permite que ofendam e desprezem a Sua Mãe Santíssima. Temos registrado através de muitos séculos de história da Igreja o testemunho evidente que demonstra, pelos castigos terríveis que se têm abatido sobre aqueles que têm atacado a honra de Sua Mãe Santíssima, como Nosso Senhor Jesus Cristo sempre defendeu a honra de Sua Mãe Santíssima.

Se considerarmos agora o colapso trágico na Igreja Católica desde o último Concílio, o que se torna óbvio com a assombrosa queda da prática religiosa e das vocações, com o fechamento e venda de tantas igrejas, conventos, mosteiros, a perda da fé e valores morais básicos entre os sacerdotes e os fiéis, juntamente com a vasta e terrível propagação da homossexualidade dentro dos seminários e dioceses - quem não consegue ver a aplicação literal das palavras de Nossa Senhora de La Salette para os nossos tempos?

Se considerarmos que a Universidade Gregoriana (sem dúvida a mais prestigiada das cadeiras Romanas de aprendizagem) não só ensina o ecumenismo, mas confia o curso a um herege formal e cismático como doutor Carey, ex-arcebispo de Canterbury (The Universe, 119, 4 de junho de 2003), quem não consegue ver que nós chegamos a realização da profecia acima citada de São Paulo a Timóteo? É razoável pensar que tal conduta também cumpre a profecia de Nossa Senhora em La Salette que "Roma perderá a fé?".

Quando consideramos que, desde 1975, os homens tem legalmente matado 45 milhões de bebês por ano, mais de 1,27 bilhões de bebês que foram massacrados ao comando de sua própria mãe! Como não ver que a fúria de Satanás acostumada a cegar e corromper a humanidade atingiu um nível sem paralelo na História?

Quando consideramos o que foi alcançado em todo o mundo pelos governos maçônicos para destruir a família e para virar de cabeça para baixo todos os valores morais em que a civilização cristã foi baseada, não somos as testemunhas horrorizadas de um mundo engolfando-se em um estado de barbárie, que pode terminar apenas em sua própria destruição? Podemos deixar de ver na construção deste Governo Mundial Maçônico Único a realização da profecia de Nossa Senhora nos avisando que:

Todos os governos civis terão um e mesmo plano, que será abolir e acabar com todo princípio religioso, para abrir caminho para o materialismo, o ateísmo, espiritualismo, e vícios de todos os tipos.

É estonteante considerar até mesmo poucas das realizações deste "único e mesmo plano (Maçônico)": a legalização do divórcio e do aborto, a acessibilidade mesmo para as crianças de todos os tipos de contracepção, a educação sexual nos programas escolares, a degradação das mulheres através de modas indecentes, homossexualidade, eutanásia, violência e pornografia nos meios de comunicação, filmes e teatro... Quem não consegue ver que esses crimes estão clamando ao céu por vingança e que a vingança deve acontecer em nossas próprias portas?

A sociedade dos homens está em vésperas dos mais terríveis flagelos e dos mais graves acontecimentos. A humanidade deve esperar ser governada com uma barra de ferro e beber do cálice da ira de Deus (Nossa Senhora em La Salette).

 A NOSSA ALMA ESTÁ EM PERIGO MAIOR?

Tendo essas considerações em mente, parece bastante óbvio, que de fato entramos nos últimos tempos. E para responder à segunda pergunta, no início desta carta, (isto é, qual o perigo para a nossa alma?), infelizmente devemos dizer que a resposta é igualmente óbvia. Quando clérigos dos mais altos escalões agem contrariamente aos interesses da Igreja e do bem das almas, quando a sociedade legisla contra a Lei Divina e Natural, quando todos os tipos de corrupção e vício são amplamente, constantemente, e facilmente acessíveis a todos, mesmo aos mais jovens - o que mais se poderia esperar do que um número muito maior de pessoas perdendo suas almas agora do que no passado?

Nossa Senhora tinha também particularmente anunciado em sua mensagem para a irmã Maria Anna de Jesus no Convento da Imaculada Conceição, em Quito, em 02 de fevereiro de 1634, essa situação terrível para os nossos tempos. Considere o que Nossa Senhora tinha a dizer 200 anos antes de sua mensagem em La Salette sobre os acontecimentos que atingem a humanidade em nossos dias:

No final do século XIX e por uma grande parte do século XX, várias heresias irão prosperar nesta terra que têm se tornado uma república livre. A preciosa luz da Fé vai se extinguir nas almas por causa da quase total corrupção moral: naqueles tempos haverá grandes calamidades físicas e morais, em privado e em público. O pequeno número de almas mantendo a fé e praticando as virtudes será submetido a sofrimento cruel e indescritível; através de seu longo martírio muitos deles morrerão por causa da violência de seus sofrimentos, e estes contarão como mártires que deram suas vidas pela Igreja ou pelo país. Escapar de ser escravizado por essas heresias exigirá grande força de vontade, constância, coragem e grande confiança em Deus...

Naqueles dias, o espírito de impureza como um dilúvio de imundície vai inundar as ruas, praças e locais públicos. A licenciosidade será tal que não haverá mais almas virgens no mundo.

Por ter ganhado o controle de todas as classes sociais, as seitas tendem a penetrar com grande habilidade nos corações das famílias para destruir até mesmo as crianças. O diabo vai ter glória em alimentar perfidamente o coração das crianças. A inocência da infância vai quase desaparecer. Assim vocações sacerdotais serão perdidas, será um verdadeiro desastre. Padres irão abandonar seus deveres sagrados e afastar-se do caminho traçado para eles por Deus. (Quito, Equador, 02 de fevereiro de 1634).

Nossas almas estão em perigo enorme de serem engolidas por essa onda formidável de apostasia e corrupção, que está devastando a Igreja e o mundo. Tão grande é o perigo que, antes de deixá-los, eu me sinto compelido a corresponder mais uma vez ao desejo de Nossa Senhora e passar a vocês suas advertências: "E assim, meus filhos, vocês irão passar isso para todo o meu povo".

 AS TRÊS MENSAGENS

O conhecimento destas mensagens que citei ou referi (Quito, La Salette e Fátima) são tão importantes para a compreensão da terrível situação social e religiosa da humanidade em nossos tempos que nós nos comprometemos a reproduzi-las, a fim de torná-las mais amplamente disponíveis para o maior número possível. "Quanto mais ela se espalhar, mais irá despertar um medo salutar e numerosos retornos a Deus" (Melanie, vidente de La Salette).

A publicação deste livro que intitulamos The Three Messages [As Três Mensagens], infelizmente teve que ser adiada por algumas semanas devido à minha partida para os EUA, mas você já pode encomendá-lo [entre em contato com: St. George's House, 125 Arthur Road, Wimbledon Park, London, SW19 7DR, United Kingdom].

Essas advertências de Nossa Senhora também tornam evidente para todos os católicos que o dever de manter a fé e preservar a alma em estado de graça é muito mais exigente em nossos dias do que era no passado por causa do maior poder dos demônios, da crise sem precedentes na Igreja, e do estado geral de corrupção e apostasia do mundo. A fim de manter a verdadeira fé e de manter sua alma pura e limpa de qualquer pecado, o cristão terá então que fazer esforços especiais na prática das virtudes, na oração comum e na recepção dos sacramentos, juntamente com o fim das vaidades, prazeres e modas do mundo que são a causa de todos os tipos de tentações e pecados.

A Irmã Lúcia falou ao Padre Fuentes sobre a necessidade de cada católico de assumir para si o trabalho de sua própria santificação e não esperar por ajuda de Roma ou de assistência antes de começar. O que é uma declaração terrível para Roma vinda da vidente de Fátima, quando pensamos nisso, mas como são relevantes para as nossas próprias vidas quando vemos a falha completa da hierarquia modernista romana em levar almas para Cristo!

“Padre, não devemos esperar que um apelo ao mundo venha de Roma por parte do Santo Padre, para fazer penitência. Também não devemos esperar que o apelo à penitência venha de nossos bispos em nossa diocese, nem das congregações religiosas. Não! Nosso Senhor já usou muitas vezes estes meios e o mundo não prestou atenção. É por isso que agora, é necessário que cada um de nós comece a reformar-se espiritualmente. Cada pessoa deve não apenas salvar a sua própria alma, mas também as almas que Deus colocou em nosso caminho... O diabo faz tudo em seu poder para nos distrair e tirar de nós o amor pela oração, seremos salvos juntos ou seremos condenados juntos”. (Irmã Lúcia ao Padre A.Fuentes).

Que terrível risco correm aqueles católicos, por sua própria alma e pelas almas de seus filhos, que deliberadamente ignoram os avisos e pedidos de Nossa Senhora, negligenciam as orações, o rosário, e os sacramentos. Estes pobres católicos deixam que o espírito do mundo entre em sua casa; gradualmente tornam-se mornos e, pensando que são bons católicos, eles não vêem mais o grande perigo que ameaça a si mesmos e suas famílias. 

Legado Espiritual Através de Maria e com Maria

Por isso, meus queridos fiéis, como é agora a última carta que estou escrevendo para vocês antes da minha partida para os Estados Unidos, gostaria de deixar, como uma espécie de legado espiritual, estas advertências da própria Nossa Senhora, que quer mais do que ninguém preservar vocês e suas famílias da corrupção deste mundo, que quer a vossa santificação, que quer sinceramente a sua salvação e de seus filhos. Meu coração sacerdotal quer ecoar uma vez mais para as vossas almas as palavras de nossa Mãe celeste e tal qual ela, nela, através dela e com ela, quer clamar a você de novo: Acautelai-vos, meus queridos filhos, os tempos são maus, o mundo é corrupto, a própria Igreja Católica está profundamente ferida por seus próprios membros, a ira de Deus está próxima, e castigos terríveis devem vir para purificar o mundo dos seus pecados!

NÃO SIGA A NOVA RELIGIÃO, NÃO SIGA A MODA

Então, meus queridos amigos, tenham cuidado e ouçam com atenção: não sigam os clérigos modernistas e sua nova religião, nem aqueles que se comprometem com eles! Não sigam o mundo e suas modas, não deixem seus filhos queridos serem corrompidos pelo sistema escolar, pela televisão, má companhia, música ruim, má literatura... Que também nossas queridas mães sempre proporcionem, à imagem de Maria, um bom exemplo de modéstia cristã aos seus filhos. "Enquanto a modéstia não for colocada em prática, a sociedade vai continuar a degradar" disse o Papa Pio XII. "A sociedade revela o que é pelas roupas que veste". Da mesma forma, uma pessoa se revela pelas roupas que ela está vestindo. Por exemplo, a moda hoje para as mulheres é ter decotes, camisas justas, calças apertadas**, vestidos justos e/ou curtos. Até pouco tempo atrás, esse tipo de vestuário era indicativo de uma mulher de má fama atraindo seus clientes para o pecado. Por qual mistério ou lógica são essas modas agora praticadas em famílias católicas?

Não somos as testemunhas horrorizadas dessas pessoas que, na maior desolação da Corte Celestial, para a alegria dos demônios, e para o escândalo das almas inocentes, se atrevem a entrar em tal vestimenta na Igreja e até mesmo se aproximar da mesa da comunhão? E o que é mais chocante é ver um certo número de pessoas (poucas, felizmente, entre nossos fiéis) que acham isso perfeitamente normal e aceitável. Não disse a vocês que entramos nos últimos tempos? Não são essas modas apontadas e condenadas por Nossa Senhora em Quito e La Salette? Deve-se, infelizmente, temer que somente os castigos que virão serão capazes de abrir os olhos de tantas pessoas cegas.

Essas formas impuras, que exaltam as formas do corpo e mostram a carne, revelam, como o Papa Pio XII diz, o que esta sociedade realmente é e aquilo que ele representa. Mas sabemos que esta sociedade, que promove estas modas impuras, é a mesma que promove a educação sexual para crianças, que vende e exibe contraceptivos e pornografia em todos os lugares, que aborta seus bebês e promove a homossexualidade. Como é, então, que as nossas mulheres cristãs podem seguir essas modas abomináveis, símbolos e expressões de todos esses crimes desta sociedade decadente? Que as nossas queridas senhoras católicas, que carregam a graça do batismo em suas almas, considerem sua responsabilidade ao fazê-lo! Que elas possam refletir sobre as lágrimas de Nossa Senhora do Monte de La Salette e que elas possam, por amor de Deus e de Maria, nunca mais seguir essas modas que estão arrastando almas para o inferno. Não é porque é a "última moda" e porque "todo mundo faz" que a falta de modéstia não é mais pecado. Deus não mudou Sua lei, e as palavras do Espírito Santo pela boca de São Paulo ainda se aplicam em 2003!*

Ora, as obras da carne são manifestas. São elas: fornicação, impureza, imodéstia... Eu digo a você, como eu já predisse a vocês, que os que cometem tais coisas não irão obter o reino de Deus. (Gl 5,19-21)

Saibam e entendam que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento (por que é idolatria) tem qualquer herança no reino de Cristo e de Deus. Que ninguém vos engane com palavras vãs, pois é por causa destas coisas que a ira de Deus vem sobre os filhos da desobediência. Então, não se tornem cúmplices deles. (Ef 5,5-7)

Mais uma vez, vamos prestar atenção ao aviso de Nossa Senhora: "Virá um tempo em que certas modas ofenderão muito Nosso Senhor. As pessoas que servem a Deus não devem seguir esses estilos." (Nossa Senhora de Fátima, 1917). Estas "certas modas" são as de hoje que estamos denunciando "na estação, fora da estação", porque muitos perderam o senso de decência e ignoram completamente a nobreza e o valor de modéstia. Tão poucos ouvem as advertências de Nossa Senhora! É muito mais fácil seguir as modas do mundo, a fim de evitar ser retratado como "antiquado", “tacanho"," fanático", e assim por diante. Então muitos católicos, infelizmente, acham que esta questão de moda é uma questão sem importância, e nós poderíamos ter concordado com eles, se só a Virgem Maria, São Paulo, os Papas e tantos santos não tivessem insistido tanto sobre este assunto, indicando que ele está longe de ser apenas uma ninharia. Aqui está o que Jacinta, repetindo quase palavra por palavra da advertência de Nossa Senhora, tem a dizer sobre isso: "Os pecados que lançam a maioria das almas para o inferno, são os pecados de impureza. Certos estilos que serão inventados irão ofender muito Nosso Senhor. As pessoas que servem a Deus não devem seguir essas modas.".

UM PLANO MAÇÔNICO

Aqui reside a chave para este mistério ou lógica mencionada acima. Como é possível que essas modas que ofendem muito Nosso Senhor, e que eram antes a marca distintiva da profissão mais famosa do mundo, têm vindo a ser adotadas por famílias cristãs? A pequena Jacinta, inspirada por Nossa Senhora, responde a questão e nos diz que essas modas serão inventadas. Estejamos bem conscientes, meus caros amigos, que foram inventadas por ninguém menos que a seitas Maçônicas que tem a intenção de servir ao diabo e destruir a Igreja Católica. Por favor, preste especial atenção ao que eles têm a dizer sobre essa invenção diabólica que eles têm fomentado em suas Lojas:

“O catolicismo não teme uma espada muito afiada mais do que os monarquias temiam. Mas estes dois fundamentos da ordem social podem entrar em colapso sob a corrupção; nunca nos cansemos de corrompê-los. Tertuliano estava certo em dizer que do sangue dos mártires nascem cristãos; não vamos fazer mártires; mas vamos popularizar o vício entre as multidões; que eles possam respirar isso por meio de seus cinco sentidos; que eles possam beber e ficar saturados. Faça corações perversos e não haverá mais católicos.

É a corrupção em grande escala que empreendemos... a corrupção que deve um dia permitir-nos conduzir a Igreja à sua sepultura. Ultimamente, eu ouvi um dos nossos amigos rindo filosoficamente sobre nossos projetos, dizendo: "Para destruir o catolicismo, devemos acabar com as mulheres." A ideia é boa de certa forma, mas já que não consegue se livrar das mulheres, vamos corrompê-las com a Igreja. Corruptio optimi, pessima. A melhor adaga para atacar a Igreja é a corrupção.” (Carta de Vindice para Nubius; [pseudônimos dos 2 líderes da Alta Vendita Italiana] datada de 09 de agosto de 1838)

Esta carta revelando a invenção diabólica denunciada por Jacinta foi escrita apenas oito anos antes da mensagem de Nossa Senhora em La Salette! Nós temos a forte impressão ao ler a mensagem de La Salette e esta carta de Vindice, de que Nossa Senhora, em certo sentido, fez o último alerta público à Igreja e a todos os católicos contra o perigo vindo deste ataque vicioso e diabólico pelos Maçons. É uma pena que tantos católicos desistiram desta batalha pela modéstia quando os Maçons não desistiram! Se para os católicos liberais a modéstia não tem importância, certamente não é assim para eles! Esta citação de uma carta escrita noventa anos depois da de Vindice, mostra a determinação e a tenacidade impressionante com as quais eles têm feito frutificar o seu plano.

“A religião não teme a ponta da adaga, mas pode desaparecer sob a corrupção. Não vamos nos cansar corrompê-la: nós podemos usar um pretexto como esporte, higiene, saúde. É necessário corromper, que nossos meninos e meninas pratiquem o nudismo no vestuário. Para evitar muita reação, seria preciso progredir de forma metódica: despirem-se, em primeiro lugar até o cotovelo, em seguida, até os joelhos, em seguida, braços e pernas completamente descobertos, mais tarde, a parte superior do tórax, os ombros, etc. etc.” (Revista Internacional da Maçonaria, 1928).

Por isso, meus queridos amigos, é de joelhos e em nome de Nossa Senhora que eu peço, depois de ler essas citações à luz das três grandes mensagens de Nossa Mãe do Céu, para compreender de onde essas modas imodestas e indecentes vêm. Elas são a realização de um plano diabólico para destruir suas famílias, a sociedade e a Igreja Católica. Este colapso de todos os valores morais, que destroem tudo que leva o nome de Cristo, foi anunciado por Nossa Senhora para os tempos em que estamos agora. É por isso que, depois de termos sido informados desse plano maçônico e das mensagens de Nossa Senhora, já não podemos ingenuamente pensar que essas "novas modas" são apenas o resultado normal das mudanças na sociedade e que elas não são tão seriamente erradas quanto eram antes! Não, meus caros amigos, não sejam seduzidos pelo canto das sereias dos tempos modernos e não pensem que esta maré suja, que tem devastado nossos países ocidentais e a Igreja, é uma evolução dos costumes inocentes que podemos seguir impunemente.

É por isso que, com Maria e por Maria, peço-lhe novamente, pela santificação e salvação de sua alma: "Não sigam essas novas modas, elas ofendem muito Nosso Senhor e elas levam as almas para o inferno".

As palavras de Nossa Senhora, o ensinamento dos Papas, os exemplos dos santos e o conhecimento dos planos diabólicos da Maçonaria para destruir a Igreja Católica através da imodéstia e "liberalização" da mulher devem ser suficientes para convencer todos os católicos a impedir tais modas e princípios de entrar em suas casas. Mas não nos esqueçamos de que este ensinamento de Nossa Senhora e da Igreja é antes de tudo e principalmente com base no ensinamento de Nosso Senhor no Evangelho e nas abundantes referências nas epístolas de São Paulo sobre este assunto. Quando Jesus diz: "Mas eu vos digo que quem olhar com cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração" (Mt. 5,28), podemos estar certos de que se os homens são seriamente culpados pelo seu olhar de cobiça sobre as mulheres, também, as mulheres certamente não são inocentes por oferecerem novamente a maçã para comer, nem por quebrar as normas da modéstia estabelecidas pela Igreja. É então sobre essa declaração clara de Nosso Senhor que devemos basear o nosso julgamento em relação à moda, música moderna, danças, filmes, e todos esses tipos de entretenimento. A questão que um católico deve se perguntar sobre essas coisas não é se elas são atuais, na moda, ou se todo mundo está fazendo isso, mas se são para si e para outros uma ocasião de pecado. Não é por outra razão, por exemplo, que a música Rock’n 'Roll é tão má, porque essa música e sua dança são uma incitação direta e voluntária às paixões e todos os tipos de impureza. "Foge do pecado como da face de uma serpente, pois se tu vens perto deles, eles vão tomar conta de ti" (Eclesiastes 21,2).

Coragem! A Graça tem abundado ainda mais!

Bem, meus queridos amigos, agora é tempo de concluir esta carta já muito longa, e recomendo a vocês novamente uma maior vigilância nestes tempos conturbados sobre as vossas almas e as almas de seus filhos. Nossas almas estão, de fato, em maior perigo nestes dias dos últimos tempos, mas não vamos desanimar e não nos esqueçamos de que Deus, em Sua infinita misericórdia nos dará ainda mais abundantes graças para superar essa dificuldade tremenda. Ele prometeu que Ele nunca nos deixará ser tentados além de nossas forças, e São Paulo nos assegura que: "onde a ofensa tiver abundado, a graça tem abundado ainda mais" (Rom. 5,20).

Vão então com confiança a esta fonte de graças que é o Sagrado Coração de Jesus, e Ele derramará Sua misericórdia em abundância nas vossas almas. Consagrem as suas famílias ao Coração Sacratíssimo de Jesus e rezem o rosário todos os dias com toda a família. Lembre-se das palavras da Irmã Lúcia: "Agora é necessário que cada um de nós comece a reformar-se espiritualmente" É por isso que eu sinceramente incentivo-os a ir a um bom retiro em Bristol, a fazer todos os esforços possíveis para ir regularmente à confissão, e para fazer de suas comunhões fervorosas e frequentes os mais importantes e solenes momentos da sua vida. Que o Imaculado Coração de Maria seja o refúgio que levará suas almas ao céu, e que ela possa manter sempre as vossas famílias queridas sob a sua mais especial proteção.



Pe. Jacques Emily é da FSSPX.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A virgindade ou celibato consagrado


“Nestes tempos em que o celibato consagrado é posto em causa frequentemente por não ter sido compreendida a sua inspiração profunda, devemos coloca-lo na sua verdadeira luz, agradecer ao Senhor que suscita semelhantes vocações para a sua Igreja e rezar com perseverança a fim de que numerosos jovens ouçam o apelo do Mestre e lhe respondam generosamente” (AS,6).

Que é a virgindade?
A Virgindade é a escolha, por atração de Graça especial, de intimidade com Cristo, de tal modo que somente Ele seja o Esposo da alma, em lugar de qualquer intimidade humana lícita.

A virgindade é conhecida e estimada também no paganismo antigo e em outras religiões?
Certamente, mas apenas para uma finalidade de culto ou, como no Budismo, só para uma finalidade ascética.

O que caracteriza a virgindade cristã?
A característica da virgindade cristã, “que se conta sem dúvida entre os mais preciosos tesouros deixados como herança à Igreja pelo seu Fundador” (SV,1), não é nem valor cultual, nem o valor ascético – que não é excluído – mas a sua ligação estreitíssima com a caridade. A virgindade casta é uma forma mais alta e mais perfeita de caridade. Escolhe-se a virgindade para poder amar mais, para poder “agradecer ao Senhor” (cf. 1 Cor 7, 32-34).

Pode-se afirmar que a virgindade é mais excelente do que o matrimônio?
É verdade de Fé definida no Concílio de Trento (Sess. XXIV -10), confirmada por Pio XII na Encíclica “Sacra Virginitas” (25.03.54) e no Vaticano II (OT, 10 e LG, 42). Fundamenta-se na palavra e no exemplo de Jesus, que escolheu a virgindade, no ensinamento de São Paulo (1 Cor 7,25-38) e na tradição patrística.

Em que sentido a virgindade é superior ao matrimônio?
Não como um desprezo do matrimônio e da sexualidade. A Igreja afirma não só que o matrimônio é coisa boa e honesta, mas que é caminho de perfeição e de santidade cristã como a virgindade, porém de modo diferente e com algumas específicas dificuldades (cf. GS,48).
A superioridade da virgindade com respeito ao matrimônio está:
a) no fato de que a virgindade é a realidade, da qual o matrimônio é um sinal. O matrimônio, de fato, é sinal do amor recíproco de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 25-32). A virgindade, pelo fato de que participa, sem nenhuma mediação humana, da união de Cristo e da Igreja, não reflete só simbolicamente o amor de Cristo, mas o contém;
b) ainda no fato de que a virgindade afasta alguns possíveis obstáculos do caminho da santidade cristã e representa uma via mais segura ao total amor de Cristo.

Qualquer pessoa pode escolher o estado de vida de virgindade ou celibato consagrado?
Evidentemente que não. É preciso um carisma especial, que Deus concede, no entanto, abundantemente, mas não a todos. Jesus, depois que falou da virgindade, acrescentou: “Quem tiver capacidade para compreender, que compreenda” (Mt 19,12).

Quais são os frutos da virgindade?
Paulo VI sintetizou muito bem os frutos da virgindade, na alocução do dia 2 de fevereiro de 1976, com as seguintes palavras:
“Vós conheceis este outro prodígio da castidade votada à caridade: ela não só não fecha as janelas das nossas celas sobre o mundo, mas abre-as, não certamente para nele buscar o encontro, aliás, bendito do amor conjugal, que nós hoje mais do que nunca honramos e sabemos que é fonte, em Cristo, de graça sacramental e programa normal de santificação, mas para se derramar em caridade que se sublima e se entrega no serviço aos outros e no sacrifício de si mesmo, e que transforma o celibato e a virgindade em fontes incomparáveis de santidade evangélica, a qual lhes assegura, na economia cristã, o primado na jerarquia do amor. Quem melhor pode amar e servir aos homens do que aquele que renunciando a todo o próprio amor humano oferece a própria vida Àquele Cristo Jesus, que de todos os irmãos necessitados fez sacramento de uma Sua presença mística e social?”

O celibato sacerdotal é necessário de modo absoluto?
Não é necessário de modo absoluto, mas muito conveniente por três motivos:
a) semelhança com Cristo;
b) maior disponibilidade para o serviço dos irmãos;
c) testemunho da vida futura, a qual já de certa forma se começa a viver neste mundo.

A Igreja pode mudar a lei do celibato sacerdotal?
A Igreja, que “guarda desde há séculos como brilhante pedra preciosa o celibato sacerdotal”, e acredita que esta instituição “conserva todo o seu valor mesmo nos nossos tempos” (SAC,1), poderia todavia modificar a lei do celibato, se o Espírito Santo a convidasse a fazê-lo.

Uma mudança de lei do celibato (ordenação de homens casados ou escolha livre por parte de todos os candidatos ao sacerdócio) poderá resolver para a Igreja Universal o problema gravíssimo das vocações sacerdotais em impressionante diminuição em várias partes do mundo?
É pouco provável. A Igreja espera “poder gloriar-se, humildemente e sempre, da fidelidade dos sacerdotes ao sublime dom da virgindade, de vê-lo florescer e ser cada vez mais apreciado, em todos os ambientes, para que engrossem as fileiras dos que acompanham o Cordeiro por onde quer que Ele vá (cf. Ap 14,4)” (SAC,98).

“A Igreja proclama altamente esta sua esperança em Cristo, em consciência da dramática escassez de sacerdotes em relação às necessidades espirituais da população do mundo, mas espera firmemente, fundada nos recursos infinitos e misteriosos da Graça, que a qualidade espiritual dos seus ministros há de produzir também o seu aumento em número, pois a Deus tudo é possível (cf. Mc 10, 27; Lc 1, 37)” (SAC,99). 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A castidade conjugal

“Meio de expressão e também de conhecimento e de comunhão, o ato conjugal mantém e fortifica o amor, e sua fecundidade leva o casal ao seu pleno desenvolvimento: torna-se, à imagem de Deus, fonte de vida. O cristão tem consciência de que o amor humano é bom na sua origem e, embora esteja, como tudo o que existe no homem, ferido e deformado pelo pecado, encontra em Cristo a sua salvação e a sua redenção; aliás, não é esta a lição de vinte séculos de história cristã? Quantos casais encontraram na sua vida conjugal, o caminho da santidade, nesta comunidade de vida, que é a única fundada num sacramento?”  (Paulo VI – Alocução às Equipes de Nossa Senhora – em “Documentation Catholique” n. 1564 de 7-06-1970).

Que exige a castidade de quem vive no matrimônio?
A castidade de quem vive no matrimônio exige principalmente dois empenhos:
a)Recíproca fidelidade, que exclui o adultério;
b)Aceitação dos filhos como “o dom mais excelente do matrimônio” (GS,50).

O dever de fidelidade é igualmente grave, tanto por parte da mulher como por parte do homem?
Sim; diante de Deus, homem e mulher têm os mesmos deveres e os mesmos direitos.

Não poderia, em alguns casos e por motivos gravíssimos, tornar-se lícito o divórcio?
Em nenhum caso é lícito o divórcio; a palavra de Jesus é bem clara e não admite exceções: “O homem não separe o que Deus uniu” (Mt 19,6); “Todo aquele que repudiar a sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela; e se a esposa repudiar o seu marido e se casar com outro, comete também adultério” (Mc 10, 11-12).
A Igreja há vinte séculos sempre proclamou a unidade e a indissolubilidade do matrimônio, isto é, a união de um só homem com uma só mulher por toda a vida, e, no Concílio Vaticano II, lamenta que “a dignidade desta instituição não refulge em toda a parte com o mesmo brilho, posto que a obscurecem a poligamia, a peste do divórcio, o chamado amor livre e outras deformações” (GS,47).

É lícito aos conjugues limitar a prole?
É lícito sob as seguintes condições:
a)Que haja motivo razoável (p. ex.: razões de saúde; problemas econômicos; dificuldades de moradia, etc.);
b)Que se use método de continência ou abstenção sexual periódica, não contrário à saúde ou à higiene, nem à moral;
c)Que haja comum acordo entre os esposos e, assim, não venha a ser causa de desunião.


Que significa método da continência ou abstenção sexual periódica?
O método de continência ou abstenção sexual periódica consiste na abstenção das relações sexuais nos dias em que a mulher é apta para ser fecundada isto é, nos dias fecundos, os quais são normalmente identificado com relativa facilidade e são também muito menos numerosos do que os infecundos.

Que método são ilícitos para limitar a prole?
“Deve ser absolutamente excluído, como via legítima para a regulação dos nascimentos:
a) a interrupção direta do processo generativo já iniciado;
b) e sobretudo, o aborto querido e procurado diretamente, mesmo por razões chamadas terapêuticas;
c) a esterilização direta, tanto perpétua como temporária, e tanto do homem como da mulher;
d) toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação” (HV,14).

Quando o uso dos anovulatórios, vulgarmente chamados “pílulas anticoncepcionais”, é lícito?
O uso dos anovulatórios vulgarmente chamados pílulas anticoncepcionais, é ilícito quando visa direta e intencionalmente a esterilização temporária, isto é, impedir a concepção, mediante a suspensão da ovulação. É sempre gravemente ilícito o uso de anticoncepcionais que impedem a nidificação, isto é, a implantação do óvulo fecundado nas paredes do útero, pois é um medicamento formalmente abortivo. Da mesma maneira é ilícito o uso de meios mecânicos de contracepção como o Diu ou “serpentina” e outros, ultimamente chamados, pelos meios de comunicação, de “selo anticoncepcional”.

O uso de anovulatórios pode justificar-se quando constituem recurso terapêutico no tratamento de distúrbios ginecológicos?
A simples suspensão da ovulação poderia constituir um meio para o tratamento de determinadas doenças. Neste caso, seu uso não seria contrário aos princípios morais, por não se tratar de efeito maus em si, como seria o caso do aborto direto assim chamado “terapêutico”, sempre ilícito. O Papa disse-o claramente na Encíclica “Humanae Vitae”: “A Igreja não considera ilícito o recurso aos meios terapêuticos, verdadeiramente necessários para curar doenças do organismo, ainda que daí venha a resultar um impedimento, mesmo previsto, à procriação, desde que tal impedimento não seja, por motivo nenhum, querido diretamente” (HV,15).

Quais são os métodos naturais que os esposos podem tranquilamente usar para a regulação da natalidade?
São três:
a) o método Ogino-Knaus (ou da “tabela”);
b) o método de Doyle (ou da temperatura);
c) o método Billings (da ovulação ou da mucosidade ou da “clara do ovo”).

A continência periódica, ao quase enquadrar o amor dentro de um calendário, não é demasiado artificial ou mesmo contrária à natureza?
“Diante desta pergunta, deve-se dizer que ela supõe um conceito de amor que é parcial ou unilateral; esse conceito tende a identificar amor e sexo, ou mesmo a reduzir o amor no ato da cópula. Na verdade, o amor, antes de ser relacionamento sexual, é procura efetiva do bem de outro de outrem e exprime-se através de várias formas de atenção, apreço, delicadeza... não diretamente ligadas ao amplexo sexual. A continência periódica é precisamente o teste que comprova, ou não, a existência do autêntico amor, que é, ao mesmo tempo, espiritual e sensível. Os esposos que sabem abster-se de relações sexuais porque abraçam o mesmo ideal ou porque um quer bem ao outro e não lhe quer ser molesto ou importuno, mostram (precisamente pela sua continência) que tem mais profundo e puro amor um ao outro. Quando um casal ou um dos cônjuges chega a dizer: “ou tudo ou nada!”, isto é, ou relações sexuais ou nenhum relacionamento conjugal!”, evidencia-se que o amor desse casal ou desse cônjuge é falso em si mesmo e em suas expressões; é antes instinto do que valor tipicamente humano. O sexo, no ser humano, vem a ser a expressão ou sinal do amor; por conseguinte, tem que pairar acima dos instintos ou dos impulsos meramente libidinais, numa conduta de domínio e subordinação dos sentidos à razão e ao ideal. No ser humano o sexo está a serviço do amor e transmite o amor que o homem e a mulher concebem consciente e livremente em vista da construção de uma meta que ultrapassa os particularismos de um e outro.
Note-se, outrossim, que a continência periódica consiste em fazer uso natural de fenômeno naturais. É isto que a torna especialmente sadia tanto no ponto de vista físico como no ponto de vista moral. A natureza é sábia, como se diz proverbialmente; respeitá-la é desenvolver as chances que ela por si mesma oferece ao homem, é certamente penhor de engrandecimento e nobreza da pessoa humana” (D. Estevão Betterncourt O.S.B – “Planejamento familiar e o método Billings”, na revista “Pergunte e responderemos” – Julho de 1976, n.199).

É possível demostrar de um ponto de vista psicológico e científico que o sexo não pode separar-se da afetividade e da imaginação, enfim, do amor?
Sim. É possível demostrar de um ponto de vista psicológico e científico que o sexo não pode separar-se da afetividade e da imaginação, enfim, do amor, sob pena de se entrar num processo de gradação de todos os níveis da personalidade humana.

Pode-se demostrar o mesmo no plano religioso?
Sim. No plano religioso, o amor sobrenatural complementa e reforça o amor natural e sensível.

Pode, no entanto, ocorrer no próprio matrimônio a grave circunstância de uma continência ou abstenção longa ou mesmo definitiva exigida em concreto pelos cônjuges e em que eles não possuam outra saída lícita a não ser a da convivência fraterna?
Sim. Pode ocorrer na vida matrimonial esta grave circunstância e nela só resta aos cônjuges abraçar durante esse período o ideal de se bem querer um ao outro, sabendo, no entanto, não existirem condições outras para que esse amor se expresse a não ser espiritualmente.


Fonte: Vitório Lucchesi

sábado, 12 de outubro de 2013

A castidade extraconjugal


“Um encontro sexual, que não é vivido no contexto de um compromisso total e de um amor fiel, assemelha-se, à primeira vista, a um ato de amor, mas de fato difere de tal maneira dele, como a flor cortada difere da flor viva: a flor cortada pode parecer bela e cheia de vida, mas está condenada, quer se queira quer não, a murchar brevemente” (AS,6)

Que exige a castidade por parte das pessoas que não vivem no matrimônio?
A castidade exige por parte das pessoas que não vivem no matrimônio a renúncia a qualquer uso voluntário do instinto sexual. Mas tudo o que escapa ao domínio da vontade, retamente ordenada e, portanto, ao campo da liberdade (impulsos involuntários, sonhos, tentações não aceitas, etc.), sai do âmbito da responsabilidade e, pois, do pecado.

Quais são os principais pecados contra a castidade de pessoas não casadas?
Os principais pecados externos contra a castidade de pessoas não casadas são:
  a) O adultério (união sexual com pessoa de outro ou do mesmo sexo casada);
b) A fornicação (união sexual com pessoa de outro sexo não casada);
  c)  A sodomia (cópula anal);
 d) A homossexualidade (prática sexual com pessoa do mesmo sexo);
  e) A bestialidade (prática sexual com animais);
f)   A masturbação (procura solitária do prazer sexual);
Esses mesmos pecados cometidos por pessoas casadas incluem normalmente uma gravidade ainda maior. 

A homossexualidade é grave desordem moral também quando “os homossexuais são definitivamente tais, por força de uma espécie de instinto inato ou de uma constituição patológica considerada incurável” (PH,8)?

Sim. “... Segundo a ordem moral objetiva, as relações homossexuais são atos destituídos da sua regra essencial e indispensável. Elas são condenadas na Sagrada Escritura como graves depravações e apresentadas aí também como uma consequência triste de uma rejeição de Deus (cf. Rom 1,24-27). Este juízo exarado na Escritura Sagrada não permite, porém, concluir que todos aqueles que sofrem de tal anomalia são por isso pessoalmente responsáveis; mas atesta que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados e que eles não podem, em hipótese nenhuma, receber qualquer aprovação” (PH,8).

Por que a masturbação voluntária é uma grave desordem moral?
“Tanto o Magistério da Igreja, na linha de uma tradição constante, quanto o sentir moral dos fiéis, afirmaram sem hesitações que a masturbação voluntária é um ato intrínseca e gravemente desordenado. A razão principal disso é a seguinte: qualquer que seja o motivo que o determine, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz essencialmente à sua finalidade. Falta-lhe, de fato, a relação sexual requerida pela ordem moral, aquela relação que realiza ‘o sentido integral de uma doação recíproca e da procriação humana num contexto de autêntico amor’” (PH,9 e GS,51).

O que dizer da procura de um prematuro “ajuste sexual’ no caso das assim ditas “experiências pré-matrimoniais”?
É um comportamento gravemente ilícito, e ainda sem sentido também psicologicamente falando, já que o “ajuste sexual” não é condição de amor, mas, pelo contrário, deverá ser o amor a buscar esse ajuste, devendo para tanto os casados, e somente eles, usar de todos os meios legítimos, inclusive os de caráter médico.

As relações sexuais antes do matrimônio são ilegítimas também “naqueles casos em que uma intenção firme de o contrair e uma afeição de algum modo já conjugal existente na psicologia de ambas as pessoas demandam esse complemento que elas reputam conatural; isso, principalmente, quando a celebração do matrimônio se acha impedida pelas circunstâncias, e essa relação íntima se afigura necessária para que o amor seja conservado” (PH,7)?

“Sim, são ilegítimas. Segundo a doutrina cristã, é no contexto do matrimônio que se deve situar todo o ato genital do homem... Pelo matrimônio, de fato, o amor dos esposos é assumido naquele amor com que Cristo ama irrevogavelmente a Igreja (cf. Ef 5,25-32), ao passo que a união corporal na imoralidade (cf. 1Cor 6,12-20) profana o templo do Espírito Santo que o cristão se tornou. A união carnal, por conseguinte, não é legítima se entre o homem e a mulher não se tiver instaurado, primeiro e de maneira definitiva, uma comunidade de vida” (PH,7).

Não parece a Igreja exageradamente severa e até anacrônica ao reafirmar, pela declaração “Persona Humana”, sua doutrina tradicional acerca da ética sexual?
Queremos lembrar que a Igreja é, ao mesmo tempo, Mãe e Mestra. E um mestre e pastor da Igreja Católica no Brasil, Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, Arcebispo de Fortaleza e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao comentar a publicação do documento da Santa Sé sobre a ética sexual, assim falou: “Num mundo de permissividade a clarinada da Santa Sé não foi só oportuna, mas também necessária. A castidade sempre esteve presente na formação das personalidades fortes e de grande fibra. A impureza, ao contrário, este historicamente sempre na origem da corrupção dos povos e no seu desfibramento. Quem quiser enfraquecer um povo, leve-o pelo caminho da impureza.
Tantos delitos cometidos em nossos dias têm a sua origem na impureza de muitas vidas. Tantos casamentos com mau êxito devem procurar a causa fundamental na inobservância da castidade. Julgo, pois, um grande benefício à nossa sociedade este gesto profético da Congregação para a Doutrina da Fé (“L’OSSERVATORE ROMANO” – Ed. Port. De 1-02-76).

Pode-se pecar contra a castidade apenas com o pensamento?
Sim, é pecado pensar voluntariamente, isto é, com consentimento da vontade, no que é pecado fazer. A esta complacência pecaminosa ajunta-se, de frequente, o mau desejo, estigmatizados ambos por Cristo quando afirma: “Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração”. (Mt 5,28).

Pode pecar contra a castidade apenas com as palavras?
Sim; consideram-se impuras as conversas em que os fatos sagrados relativos ao amor, ao sexo e à origem da vida sejam comentados maliciosamente. Isto acontece quando são considerados apenas no seu aspecto físico, animal, ou como simples fonte de prazer. São conversas impuras as anedotas triviais e equívocas, as historietas com duplo sentido, etc.

Pode-se pecar contra a castidade por outro modo, que não sejam pensamentos, palavras e atos?
Tudo aquilo (olhares, leituras, divertimentos, músicas, “amizades”) que pode representar um excitamento da sexualidade, quando procurado, aceito ou alimentado deliberadamente, é pecado contra a castidade e sua gravidade depende das circunstâncias. A advertência plenamente se justifica, sobretudo diante da onda de certos livrinhos, revistas, gravuras, “slides” e filmes pornográficos produzidos com propósito de uma excitação sexual.

Vale também para a castidade a palavra humana e divina do Mestre: “A verdade vos libertará” (Jo 8,32)?
Sim. De fato, “a felicidade de nos sentirmos puros concede, a quem chega a realizar a pureza integral, um sentido de verdadeira liberdade, de grande equilíbrio e autodomínio, e de sublimidade repousante. Isso faz com que, em vez de sermos impedidos de amar, sejamos inundados pela luminosa beleza de um amor, liberto de qualquer escravatura dos sentidos ou da paixão, e vibrante de intensa espiritualidade. Esse amor reverte sobre a própria família, sobre os companheiros e sobre o próximo, com alegre simplicidade”. (Luisa Guarnero, O Mistério do Amor, Ed. Marietti).

Quem oferece, por qualquer motivo, ocasião aos outros de pecar contra a castidade (produtores e distribuidores de filmes pornográficos; gerentes de casas de prostituição; editoras que imprimem publicações obscenas; revendedoras das mesmas, etc.) comete pecado grave?

Sim. Gravíssimo! De impureza (6° mandamento) e de escândalo (5° mandamento). Contra eles Jesus clamou com uma das expressões mais duras do Evangelho: “Caso alguém escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada pedra e seja precipitado nas profundezas do mar. Aí do mundo por causa dos escândalos” (Mt 18, 6-7).

fonte: Pe. Vitório Lucchesi