Maria Santíssima, excelsa Mãe de Deus e nossa Mãe amantíssima, Rainha do céu e da terra, foi sempre considerada como uma criatura privilegiada, pelas prerrogativas que Deus lhe concedeu, a Ela só, na previsão da grandeza e sublimidade do encargo, que Ela receberia um dia - de vir a ser a Mãe do Filho de Deus humanado.
Demais, os que tiveram a felicidade de conhecê-lA aqui na terra não puderam deixar de amá-lA e venerá-lA pela sua bondade, a sua amabilidade, a sua modéstia; em suma, pela santidade que irradiava de todo o seu ser, e mesmo pela sua beleza física, pois Maria Santíssima é a mais perfeita das criaturas na ordem da natureza e da graça, o máximo de perfeição que pode existir, depois da perfeição de seu Divino Filho.
E por isso o povo católico sempre a amou e venerou, e esse amor e veneração foram sempre crescendo através dos séculos, manifestando-se o culto popular mariano por inúmeras formas de devoção, uma devoção sincera inspirada pela mais absoluta confiança na bondade, na misericórdia, na sabedoria, no poder miraculoso da Mãe de Deus.
Sim, Maria é amada e venerada pelos cristãos católicos do mundo inteiro, não só por causa de suas prerrogativas - a Imaculada Conceição, a Maternidade Divina, a sua gloriosa Assunção etc. - mas também por muitas circunstâncias de sua bondade misericordiosa: não tem Ela aparecido a devotados filhos seus, por exemplo? Não tem manifestado o desejo de que certas imagens suas sejam especialmente veneradas em determinados lugares? E por quê?
Simplesmente para alertar seus filhos, livrando-os do caminho do pecado por meio de graças extraordinárias e milagres sem conta, com os quais patenteia, a olhos vistos, o seu amor de Mãe, Mãe terna e amorosa, que deseja ter perto de si, na bem-aventurada eternidade, a humanidade em peso, por quem tanto sofreu e morreu seu adorado Filho.
E por causa dessas aparições ou dessas imagens, ou por outra circunstância comprobatória da intervenção milagrosa de Maria, por meio das quais Ela tem beneficiado os homens de um modo maravilhoso, por causa dessas aparições e imagens, digo, foram sendo dados à Mãe de Deus, no decorrer do tempo, os títulos que hoje ou são universalmente conhecidos e venerados, como Nossa Senhora de Lourdes, de Fátima, da Salette, etc., ou conhecidos e venerados unicamente no país de sua origem.
Além dos títulos litúrgicos e dos títulos históricos, há muitos outros que, segundo penso, não tem origem ou fundamento histórico nem litúrgicos, sendo meramente populares; porque, sendo em geral o povo muito devoto de Nossa Senhora, nas suas dores e aflições lembram-se logo de chamá-lA em seu socorro, acrescentando, conforme a necessidade que ao aflige, ao vocativo - "Minha Nossa Senhora", um título que corresponda ao mal que os atormenta, e assim recebeu a Mãe de Deus os títulos de - Nossa Senhora dos Navegantes, do Parto, da Boa Viagem, dos Agonizantes, da Boa Morte, do Socorro, etc.
Não será assim?
Penso também que outros títulos são dados, pelos artistas que os produzem, a quadros ou imagens de Nossa Senhora representando certas cenas de sua santíssima vida, e esses títulos, como os populares, foram passando de boca em boca, e entraram no rol dos outros, como se fossem de origem histórica; no número destes estariam então Nossa Senhora do Desterro, quadro ou imagem representando a fugida da Sagrada Família para o Egito; a Divina Pastora ou Nossa Senhora trajando como uma pastorinha e acariciando suas ovelhas; Nossa Senhora da Cadeia e Nossa Senhora do Livro, quadros de Rafael; Nossa Senhora do Ostensório, antiga imagem venerada na França, imagem esta que tinha nas mãos um Ostensório, e talvez outras. (...)
Amemo-lA também nós, de todo o coração, e, para pagarmos o seu amor com o nosso amor, esforcemo-nos por nos tornamos semelhantes a Ela, imitando, tanto quanto possível, as suas preclaras virtudes.
fonte: Livro Maria e seus gloriosos títulos
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