França
O culto divino neste lugar (isto é, no lugar em que foi construído o Santuário de Nossa Senhora) foi ocasionado, já antes da era cristã, por uma pedra tida como santa ou milagrosa, que existia no alto de um morro, a qual (pedra), quando foi construída a igreja, foi colocada diante do altar-mór; como, porém, no decorrer dos séculos, os peregrinos nunca quiseram deixar de rezar diante dela, ou, procurando a cura das mais variadas doenças, quisessem sentar-se ou mesmo deitar-se sobre ela, foi removida em 1784 para a frente da porta principal do Santuário.
É uma grande pedra retangular, e é conhecida pelo nome de "pedra das febres".
Antigamente era costume dormirem os peregrinos, na noite de sexta para sábado, em cima da pedra milagrosa.
Os milagres que, segundo a tradição, tem sido operados em cima da referida pedra, por intercessão de Nossa Senhora, deram ocasião, futuramente, à construção da célebre Catedral.
A lenda põe a pedra em relação com a Mãe de Deus da seguinte maneira: uma viúva dos arredores de Puy, que sofria há muito tempo de uma febre tenaz, sonhou uma noite que a Mãe de Deus lhe dissera se dirigisse à montanha de Anis, como se chamava aquele lugar de peregrinações, e dormisse em cima da pedra dos druídas. A doente obedeceu, e, depois de um sono misterioso, levantou-se completamente curada.
Dirigiu-se ela então ao primeiro bispo de Puy e comunicou-lhe que a Mãe de Deus desejava ser venerada na montanha de Anis.
O Bispo, investigando o caso, encontrou o cume da montanha coberto de espessa neve, apesar de estarem no mês de agosto, e mais admirado ainda ficou quando viu na neve, nitidamente traçados pelas pegadas de um veado que por ali passara na ocasião, os contornos de uma igreja; porém, como não dispunha de meios suficientes para a construção, mandou cercar o misterioso lugar por uma sebe de espinhos, que no dia seguinte estava toda florida.
Duzentos anos depois deu-se um novo milagre: um paralítico, tendo-se deitado sobre a milagrosa pedra, levantou-se completamente curado e, quando agradecia a Nossa Senhora a sua cura, Maria apareceu-lhe e recomendou-lhe a ereção de um santuário.
O Bispo Vosy, a quem foi comunicado o acontecimento, mandou então erigir uma igreja; o Papa aprovou a iniciativa do Bispo e mandou-lhe um afamado arquiteto romano.
Puseram logo mãos à obra, e, quando estava pronta a igreja, ia o Bispo novamente a Roma, com o arquiteto, em busca de relíquias para os altares; porém, mal tinham os dois deixado Puy, vieram ao seu encontro dois anciões, que lhes disseram ser inútil ir a Roma, e que por isso deviam voltar para Puy, e, entregando aos viajantes algumas caixinhas que continham relíquias, desapareceram.
Quando o Bispo e o companheiro chegaram à santa montanha, os anjos tinham começado a consagração da igreja, que estava toda iluminada, e os sinos bimbalhavam milagrosamente por si mesmos. Ao redor do Santuário estava o ar impregnado de agradável perfume, e ouviam-se harmonias celestes.
Esta primitiva igreja tão privilegiada não durou muito, porque logo se tornou pequena para a multidão de peregrinos que para lá acorriam.
O atual Santuário é uma basílica romana do século XII, e a imagem milagrosa está no altar-mór e é muito venerada.
Como Puy era a cidade mais próxima da montanha onde foi construído o Santuário, deram a Nossa Senhora o título de - NOSSA SENHORA DE PUY.
Inúmeras lâmpadas ardem constantemente diante do altar de Nossa Senhora, cujo Santuário é procurado por peregrinos de todos os pontos da França.
(Versão resumida do livro "Wallfahrtsorte Europas".)
fonte: livro Maria e seus gloriosos títulos
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