sábado, 21 de dezembro de 2013

Nossa Senhora D'Oropa

Oropa (Piemonte) - Itália



Nossa Senhora d'Oropa - eis mais um título proveniente do lugar onde foi levada, e onde se tornou milagrosa e célebre a imagem de Nossa Senhora. 
Vejamos resumidamente a história da imagem e do famoso Santuário de Nossa Senhora d'Oropa:
Ao nordeste de Biella, na província do Piemonte, fica o Vale d'Oropa, e numa altura de 1.200 metros, magnificamente situado, vemos o Santuário em que se venera uma milagrosa imagem de Nossa Senhora, que, segundo uma antiga tradição foi levada, por Santo Eusébio, da Terra Santa para o Vale d'Oropa; por causa de seu feitio e de sua cor (é de cedro bem escuro), esta imagem é tida por muito antiga, e pode ser muito bem da mesma época das milagrosas "Madonas pretas" veneradas nos célebres Santuários de peregrinações da França e da Alemanha. 
Em 369 foi Eusébio forçado, por causa dos arianos, a ficar menos em evidência: fugiu então para as montanhas do norte de Biella, tendo sido bem acolhido pelos montanheses. Levou ele consigo a sua Madona, que colocou na cavidade de um grande rochedo; porém, como as habitações estavam situadas na outra margem, mudou-se para lá, levando novamente a sua imagem e colocando-a em uma abandonada e semi-destruída cabana, que era encostada a uma pedra ao abrigo dos fortes ventos do norte. 
Eusébio melhorou a cabana e colocou nela um altar feito de uma pedra toscamente talhada. Esta pedra e a cabana, quando a Basílica foi construída, ficaram no seu interior. Tanto na pedra em que primeiro colocou Eusébio a sua imagem, como na outra que está atualmente na Basílica, há cinzelada uma cruz de forma primitiva, o que fez os arqueólogos assinalarem Oropa como um lugar de culto cristão já no tempo de Eusébio, e portanto é o Santuário de que tratamos considerando como um dos mais antigos lugares de peregrinação do Ocidente. Na pedra que está na Basílica está gravado o ano de 369. 
Santo Eusébio foi o primeiro que fundou no Ocidente um convento (em Vercelli), e, quando, mais tarde voltou para o Vale d'Oropa, reuniu em torno de si fiéis discípulos, que depois viveram como eremitas, seguindo as Regras de São Bento; esses eremitas cuidaram do Santuário até o século XV, tendo suportado os efeitos das invasões dos gôdos, dos hunos e longobardos, completamente isolados do resto do mundo católico, mas sem ter sido atingido o Santuário pelas devastações dos bárbaros, por estar situado na montanha, longe da passagem dos destruidores. E tempo difícil viveu novamente o país, quando os sarracenos ocuparam o Piemonte, do ano 904 ao de 1006. 
Resumindo, veremos apenas que no século XI pode afinal o Vale d'Oropa ter paz e sossego, começando as peregrinações a regularizarem-se, até que a igreja e o convento precisaram ser aumentados. 
No século XVII foram chamados, para administrarem o Santuário, padres seculares, que seguiram as Regras de Santo Eusébio, sendo em 1918 substituídos por Redentoristas. 
Há uma lenda ( do tempo de Santo Estefano) que diz o seguinte: tinham resolvido transportar a imagem milagrosa para Biella; porém, mal tinham caminhado uma meia légua, a imagem tornou-se de repente milagrosamente pesadíssima, impossível de ser carregada! E, logo que determinaram levá-la de novo para o lugar onde sempre estivera, voltou logo ao seu peso natural!
Para perpetuar a lembrança deste milagre, construíram, no sítio em que a imagem parou, uma capela, que ainda hoje os peregrinos podem contemplar, quando sobem para o Santuário, e que se chama a - Capela do Transporte. 
Em 1559 a cidade de Biella, para se ver livre da peste, comprometeu-se a tomar sobre si uma parte dos encargos para a manutenção do Santuário e a  aceleração da construção da Basílica. 
Pelo fim da última guerra mundial a imagem milagrosa foi escondida, e colocada em seu lugar uma cópia muito bem feita: passados os dias de apreensões e cuidados, foi a imagem verdadeira novamente colocada em seu lugar, mas sem a coroa e os valiosos enfeites. 
Em 1600 foi celebrada a primeira missa na Basílica, e em 1620 foi a imagem coroada pela primeira vez, na presença de 25.000 pessoas, tendo sido operados sete milagres nesse dia. Fizeram a segunda coroação em 1720, e os peregrinos que a assistiram tiveram a felicidade de ver, no ato da coroação, uma coroa de estrelas sobre Oropa, e um cometa, que parecia querer cair naquele privilegiado lugar. 
Em 1820 a festa da coroação reuniu 100.000 fiéis no Vale d'Oropa. A quarta coroação coincidiu com o tempo difícil dos primeiros anos após a guerra mundial. O cardeal Isodoro Valfré presidiu, como legado do Santo Padre, a grandiosa solenidade, na qual tomaram parte muitos cardeais, Bispos e outras altas dignidades da Igreja Católica.
Inúmeros são os milagres e graças extraordinárias que Nossa Senhora d'Oropa tem concedido a seus devotos, no decorrer dos séculos. 
Em 1599 a cidade de Biella fez o voto de ir em peregrinação anualmente ao Santuário d'Oropa, se Nossa Senhora a livrasse novamente (pois já a tinha livrado em outras ocasiões) do flagelo da peste, e este voto tem sido mantido até os dias de hoje. 
No livrinho "II Santuário di Oropa", de Can. Mario Trompetto, o autor informa que o rosto e as mãos da milagrosa imagem nunca são atingidos pelo pó, apesar de ninguém jamais espaná-los. 
Qualquer peregrino pode contemplar este milagre com os próprios olhos. 
Hoje o Santuário d'Oropa é célebre principalmente na Itália; além do Convento e das muitas capelas anexas à Basílica, foi construída outra grande igreja, sob a alta cúpula da qual foi rezada a primeira missa a 21 de setembro de 1941.
Grandes peregrinações são realizadas no decorrer do ano litúrgico, salientando-se as que fazem a 21 de novembro, 15 de agosto e 8 de setembro, assim como a procissão da peste, dos bielenses, no dia 1° de maio. 

(Versão resumida do livro "Wallfahrtsorte Europas", de Rudolf Kriss e Lenz Rettenbeck). 

fonte: Livro Maria e seus gloriosos títulos.

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