(No Rio, a festa de N.S. da Guia é dia 8 de setembro)
O presente título provém, a meu ver, - baseando-me no exórdio do panegírico pronunciado pelo Revmo. Mons. Zacarias Lopes dos Santos Luz, por ocasião da festa de Nossa Senhora da Guia, na igreja do Bonfim, na Bahia - do fato de ter a Virgem Santíssima guiado Jesus na Sua infância e juventude: Maria O conduziu nas manifestações exteriores de Suas ações humanas, até os trinta anos de idade, passados em sua amorável companhia; Jesus deixava-se governar por Ela - Erat subditus (Lc. 11-51); e depois de ter nutrido, acarinhado e guiado na vida privada e doméstica a Jesus-Menino, é Ela que lhe abre entrada para a vida pública, obrigando-O, por assim dizer, ao primeiro milagre, nas Bodas de Caná, fato esse que O apresenta à face do mundo soberbo e potentado, com o Filho de Deus, o Reformados dos costumes, o único Senhor e Mestre.
A Jesus levados por Maria - foi sempre o princípio ensinado e praticado na Santa Igreja de Deus.
Comemorar, por exemplo, o mistério da Cruz sem contemplar Maria ao pé da mesma Cruz - é impossível!
Ela lá se achou e se achará sempre que se meditar na paixão de Jesus!
E, se meditarmos na infância ou na juventude de Jesus, forçosamente havemos de pensar em Maria.
Muito oportuno, pois, e muito expressivo o título - Nossa Senhora da Guia, porque também nós e muito mais nós, pobres pecadores, precisamos ser guiados pelo braço maternal da Mãe Celeste, nossa Corredentora, para não nos desviarmos do caminho da salvação.
Qual a Estrela do Oriente que guiou os reis até o berço de Jesus- Menino, assim Maria guiará sempre até o trono de Deus a fraca humanidade na sua viagem para a Jerusalém Celeste.
Nota: Quando se diz ter a Virgem guiado Jesus (entenda-se bem) não se pretende afirmar que Jesus precisasse propriamente de guia e direção, sendo Deus, como Ele o é; mas Jesus, como homem (note-se isto), nas manifestações exteriores de suas obras, quis fazer tudo à maneira humana. Assim é que o Evangelho diz (no mesmo cap. II, de São Lucas, acima citado): "Jesus crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e dos homens"... Logo, Maria, pode-se dizer, o guiava, parecendo que Ele carecia de ensino e de direção à maneira dos outros meninos e jovens, a cuja semelhança quis o Filho de Deus conformar-se, para lhes servir de modelo a ser imitado, e, desse modo, santificar o homem em todas as idades da vida; porquanto para isto assumira Ele a natureza humana, a qual se havia degradado, devendo agora remodelar-se pelo tipo perfeito do Homem-Deus, Jesus.
(Esta nota é da revista "Paladina do Lar", de março de 1917, explicando a opinião do sacerdote acima citado, no seu sermão no dia da festa de Nossa Senhora da Guia, do qual (sermão) fiz esse resumo, para explicar o mencionado título.)
fonte: Livro Maria e seus gloriosos títulos.
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