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Nossa Senhora da (Conceição) da Escada
Lisboa - Portugal
A remota tradição da existência deste título é anterior à conquista de Lisboa. Chamaram-lhe primeiro da Corredoura, nome da antiquíssima ermida gótica ao norte do Rocio, e depois, no reinado de D. Afonso II, Nossa Senhora da Conceição da Escada, ou, abreviando, Nossa Senhora da Escada.
Edificado o convento de S. Domingos, no reinado de D. Sancho II, a ermida ficou junto da nova igreja. Foi o povo quem deu a essa imagem de Nossa Senhora o título de - da Escada, aludindo aos 31 degraus que dava acesso ao seu Santuário.
Junto da sua ermida buscavam remanso os pescadores, amarrando os seus barcos aos argolões de ferro chumbados em pilares de cantaria lavrada, e, ao descerem o esteiro do tejo, de gorros sobraçados e de mãos erguidas, pediam-lhe que lhes protegesse as redes. Tão querida e popular foi, que, pelo testemunho de Frei Luís de Souza, todas as procissões que a cidade ordenava, ou para pedir a Deus remédio, ou para necessidades públicas, ou para agradecer mercês recebidas, a essa ermida se dirigiam.
No reinado de D. Afonso III mais se avigorou esse culto. Gente do mar e da terra procurava-a em romarias, e muitos vinham de longe em batéis enramados, levando-lhe o cumprimento de votos e promessas.
D. Diniz rendeu-lhe preito, dizendo-nos o mesmo historiador que, desde aquela época, uma procissão de brandões acesos se organizavam todos os anos.
No reinado de D. Fernando foi restaurado o seu pequeno Santuário.
Chegara a época solene e decisiva da sucessão, hora dolorosíssima para o povo português. Campos e várzeas portuguesas eram taladas pela avidez castelhana, avançando para o festim de uma conquista que parecia fácil; porém mais uma vez desceu sobre Portugal o olhar misericordioso de Deus, e o Condestável e D. João lançaram-se no choque tremendo e rápido da batalha de Aljubarrota.
Quando, no outro dia, um cativo dos castelhanos confirmou a notícia da vitória alcançada, o povo em massa, gente de todas as classes, caminhou descalço para o seu altar.
Cumprindo o povo os votos que fizera - de três procissões anuais, uma delas no dia 1º de maio, dirigia-se à sua ermida, e as casas punham-se em festa. D. João I restaurou-lhe a ermida. Enfim, todos os monarcas foram devotos de Nossa Senhora da Escada.
Em 1531 um terremoto abateu-lhe a ermida, porém a imagem ficou ilesa no seu altar.
D. João III, reconstruindo Lisboa, logo determinou fosse a ermida a primeira obra a reconstruir; porém, novamente destruída pelos dominadores, a imagem foi salva, tendo ido para a casa dos Franciscanos da Terceira Ordem, onde ficou numa ermidinha; mas em 1505 levantou-se o convento, e, como a imagem tinha o título de - da Escada, e também para ocultá-la à impiedade, colocaram-na no Oratório de uma escadaria que dos claustros dava passagem para as tribunas da capela-mor.
Na manhã de 1º de novembro de 1755 o seu pequeno refúgio foi novamente abalado pelo grande terremoto que destruiu parte da cidade. O convento e a igreja tornaram-se ruínas; só uma escadaria ficou intacta, mostrando a imagem no pequeno Oratório.
Acolheram-na almas piedosas, sendo depois levada para a igreja paroquial de Nossa Senhora das Mêrces, onde é venerada, pois o seu culto afervorou-se novamente, fundando-se em 1761 a sua Irmandade.
(Esta notícia histórica foi-me também enviada de Portugal.)
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Edésia Aducci - Maria e seus gloriosos títulos.
Fonte da imagem: https://www.a12.com/academia/titulos-de-nossa-senhora?s=nossa-senhora-da-conceicao-da-escada
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