domingo, 5 de janeiro de 2025

As virtudes teologais




1. A virtude é uma disposição ou hábito da alma que nos leva a obrar o bem e a evitar o mal.

2. A virtude é natural e sobrenatural.

3. Virtude natural é aquela que nos leva a obrar o bem por motivos simplesmente naturais, como dar esmola a um pobre porque a razão nos diz que devemos socorrer o nosso semelhante. 

4. Virtude sobrenatural é aquela que nos leva a obrar o bem por motivos de fé, como dar esmola a um pobre porque a fé nos mostra nele o próprio Jesus Cristo.

5. As virtudes sobrenaturais são de duas classes: as teologais e as morais. 

6. São três as virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. 

7. Chamam-se teologias porque têm a Deus por objetivo imediato. A Fé refere-se a Deus como primeira verdade; a Esperança refere-se a Deus como nosso sumo bem; a Caridade refere-se a Deus como sumo bem em si mesmo.

8. Estas três virtudes propriamente não se adquirirem; são dons gratuitos de Deus em que nós as infunde pelo santo Batismo; mas desenvolvem-se com as práticas que a religião nos ensina. 


A fé

9. A Fé é uma virtude sobrenatural pela qual cremos em Deus e tudo aquilo que Ele revelou à santa Igreja e que ela nos propõe para crer.

10. Devemos crer nas verdades reveladas, porque Deus é a própria verdade que nem pode enganar-se nem quer enganar-nos.

11. A Fé é de absoluta necessidade para a salvação.


A esperança

12. A Esperança é uma virtude sobrenatural pela qual desejamos e esperamos a vida eterna que Deus nos prometeu, e os auxílios para alcançá-la. 

13. Os motivos da nossa esperança são a onipotência e a bondade de Deus, a fidelidade de suas promessas, e os merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

14. Aplicaremos à nós mesmos os merecimentos de Jesus Cristo por meio das boas obras feitas com os auxílios da sua graça. 


A caridade 

15. A caridade é uma virtude sobrenatural pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. 

16. Amar a Deus sobre todas as coisas é preferir a Deus a toda e qualquer coisa, e estar pronto a perder tudo, e até a própria vida antes que separar-mo-nos dele. 

17. Devemos amar a Deus porque é infinitamente perfeito, infinitamente bom, infinitamente amável e porque é o nosso supremo bem e o nosso último fim. 

18. Daremos a conhecer que amamos a Deus, pela fidelidade em observar os seus mandamentos. 


  Explicação da gravura

19. A Fé está simbolizada na parte superior da estampa por uma virgem sustendo a cruz com a mão direita e tendo na esquerda um archote aceso, para indicar que a fé ilumina a nossa alma. 

20. O santo patriarca Abraão praticou a fé de um modo heróico, crendo que Deus, que lhe ordenara de imolar o seu filho Isaac, cumpriria contudo a promessa que lhe fizera de dar-lhe uma posteridade numerosa.

21. A Esperança está simbolizada à esquerda por uma virgem tendo na mão direta uma coroa e na esquerda uma âncora. 

22. Vê-se na parte inferior esquerda o patriarca Jó que no excesso do seu padecer sempre esperou em Deus e não foi baldada a sua esquerda. 

23. A caridade está simbolizada à direita por uma virgem tendo na mão um cálice com a hóstia e mostrando com a esquerda o seu coração em chamas. 

24. Vê-se no ângulo inferior direito a Nosso Senhor sentado a mesa de Simão o Fariseu, e Maria Madalena que lançando-se aos pés de Jesus, os banha de lágrimas, os enxuga com os cabelos, beija-os e os perfuma com bálsamo. 


_____________________________________________

Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário