Da oração em geral
1. A oração é uma elevação da nossa alma e do nosso coração a Deus para pedir-lhe o que é mais conveniente para a nossa salvação eterna.
2. Temos todos obrigação de orar, e por duas razões. A primeira é porque Nosso Senhor o mandou formalmente, dizendo que convinha orar sempre a Deus, e a segunda são as nossas necessidades contínuas.
3. Há duas espécies de oração: mental e vocal; ou por outro modo de coração e de boca.
4. A oração mental ou de coração é aquela em que se ora a Deus com a mente e com o coração, sem recorrer a certas palavras de costumes.
5. A oração de boca ou vocal é aquela que se faz com palavras.
6. Deus conhece as nossas necessidades, mas quer Ele que lhe dirijamos nossas preces, porque, com impetrar o que pedimos, quer que reconhecemos e exaltemos a sua benignidade para conosco.
7. Pode se fazer oração em todo lugar e em todo tempo, mas devemos principalmente orar de manhã e à noite, nas tentações e tribulações, e na igreja porque é o lugar consagrado a Deus e a casa propriamente da oração; porque ali se celebram os sagrados mistérios: porque o concurso de muitos que oram juntos torna a oração mais eficaz e poderosa.
8. A nossa esperança de que havemos de ser ouvidos na oração funda-se nas promessas de Deus onipotente, misericordioso é fidelíssimo, e nos merecimentos de N. S. Jesus Cristo, em nome do qual, como Ele mesmo nos ensinou e como pratica a Igreja, havemos de pedir as graças na oração.
9. Da oração provêm os seguintes frutos: 1º honra-se e louva-se a Deus; 2º aumenta-se a virtude; 3º enfraquecem-se as paixões; 4º aplaca-se a justiça de Deus.
10. A oração não é ouvida por culpa de quem ora, quando quem ora está em desgraça de Deus sem vontade de converter-se.
11. A oração não é ouvida por causa do modo como é feita, quando lhe faltam as condições necessárias, cujas principais são: atenção, humildade, fé e perseverança.
12. Orar com atenção quer dizer que nos devemos aplicar à oração sem nos distrairmos voluntariamente, e orar de coração em quanto rezarmos com a boca.
13. Orar com humildade quer dizer que nos devemos reputar indignos de alcançar o que pedimos e acompanhar a oração com reverente compostura do corpo.
14. Orar com fé quer dizer que Deus pode e quer ouvir-nos pelos merecimentos de seu divino filho.
15. Orar com perseverança quer dizer não cessar de pedir a graça que havemos mister, acrescentando sempre: se for da vossa vontade.
16. As nossas orações não são ouvidas pelo motivo de coisa que pedimos, quando pedimos coisas que não convêm à nossa eterna salvação.
17. O que devemos pedir é o que se contém no Pai-nosso.
18. Podemos pedir a Deus a saúde e os bens temporais, com tal que isto se faça com submissão à sua vontade.
19. Devemos orar por nós, pelos nossos pais e parentes, por nossos superiores espirituais e temporais, em geral por todos os homens, não excetuando os nossos inimigos, pela nossa pátria, e pelas almas do purgatório a fim de livrá-las das suas penas e introduzi-las no céu.
Explicação da gravura
21. Vê-se no ângulo superior esquerdo uma família a rezar em comum. No ângulo superior direito, uma família a rezar antes da comida. No ângulo inferior esquerdo, uma família rezando antes do trabalho.
22. No ângulo inferior direito vê-se a Santo Antão orando com atenção e fervor diante do Crucifixo em quanto os demônios procuram distrair e tentá-lo de mil maneiras.
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Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.
Edição da Juventude Católica de Lisboa.
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