5º Mandamento da Igreja: Não comer carne nas sextas-feiras e nos Sábados.¹
1. A Igreja nos manda jejuar na quaresma toda, exceto os domingos, nas quatro temporas, e nas vigílias de algumas festas.
2. O jejuar consiste a comer uma só vez ao dia com abstinência de certas comidas, que são as carnes de animais terrestres e aves de pena, os ovos e laticínios² que são produzidos pelos animais.
3. Nos devemos abster dessas comidas por mortificação, pois são nutritivas e mais gostosas.
4. Comer carne nos dias de jejum, sem causa, é pecado mortal.
5. Dizemos que para jejuar se há de comer uma só vez ao dia, porque a consoada* somente é permitida pelo costume. Podemos comer à consoada coisas de pouca substância e em pequena quantidade.
6. Para comer ovos e laticínios ao jantar em dias de jejum é preciso tomar a Bula da santa Cruzada.
7. O preceito do jejum principia a obrigar a vinte e um anos completos.³
8. A Igreja sendo mãe não quer prejudicar a saúde de seus filhos, e por isso dispensa da obrigação do jejum os que não tem boa saúde ou que tem muito trabalho extraordinário.
9. A quaresma são quarenta dias de jejum e penitência, instituídos pela Igreja, 1º para honrar e imitar o Jejum de Jesus Cristo no deserto; 2º para excitar-nos a fazer penitência; 3º para preparar-nos à celebrar os mistérios da paixão de Cristo; 4º para dispor-nos a comunhão pascal.
10. O jejum das quatro temporas foi instituído: 1º para consagrar pela penitência cada uma das estações do ano; 2º para pedir a Deus a conservação dos frutos da terra; 3º para dar-lhe graças pelos frutos já recebidos; 4º para suplicar-lhe que dê bons ministros à sua Igreja.
11. Foi instituído o jejum das vigílias para que os fiéis se preparem a celebrar mais, devotamente as festas.
12. Nos ordena a Igreja a abstinência em cada semana para nos estimular a viver na penitência e fazer-nos exercitar na mesma, escolheu a sexta-feira em honra da paixão de Jesus Cristo e o sábado em memória da sua sepultura.
13. Principia a obrigar o preceito de não comer carne deste os sete anos completos.
14. Quem está dispensado da abstinência não está dispensado do jejum: são coisas diversas.
15. Nos dias de jejum não se pode comer carne e peixe na mesma comida.
Explicação da gravura
16. Na parte superior da gravura, vê-se a N. S. Jesus Cristo tentado pelo demônio no deserto.
17. À direita, um padre impõe a cinza na cabeça dos fiéis no primeiro dia da Quaresma dizendo: Lembre-te, ó homem, que és pó e em pó te hás de tornar.
18. À esquerda, nas temporas do verão, está representado a ordenação dos subdiáconos; mais abaixo, nas têmporas do outono, está representada a ordenação dos diáconos; embaixo, nas têmporas do inverno, está representado a imposição das mãos na ordenação dos padres; mais acima, à direita, nas têmporas da primavera, está representada a consagração das mãos na ordenação dos sacerdotes.
19. Na parte superior da gravura à direita vê-se o velho Eleazar a quem querem obrigar a comer carnes proíbidas pela lei.
20. Na parte superior vê-se ainda representado um festim onde se serve carne em dia proíbido. Ao centro vê-se um baile em tempo de quaresma, e mais abaixo o inferno onde se precipitam.
21. No ângulo esquerdo inferior vê-se, profeta Jonas profetizando a ruína de Nínive.
22. No ângulo direito vê-se São João Batista pregando penitência aos Judeus.
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1. A Igreja hoje, após o Concílio Vaticano II mudou um pouco as regras do jejum. Hoje de forma obrigatória ele ( o jejum) só é mandado para a Quarta-Feira de Cinzas e a Sexta-Feira Santa. As outras sextas-feiras ou sábados ficam a decisão do fiel para modelar sua devoção.
2. Da mesma forma, a abstinência [em todas as sextas-feiras do ano] hoje se toma para com as carnes de animais de sangue quente, ou seja, bovinos, suínos e aves. Os ovos e laticínios são permitidos mesmo em dias de abstinência, assim como os peixes e frutos do mar.
3. O jejum torna-se obrigatório a partir dos 18 anos e a abstinência a partir dos 14.
*Consoada: leve refeição noturna, sem carne, que se toma em dia de jejum.
P.S.: "Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da quaresma, cada sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Esses tempos são particularmente apropiados aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna (obras de caridade e missionárias). CIC 1438
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Edição da Juventude Católica de Lisboa.
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