segunda-feira, 13 de novembro de 2023

9º Mandamento de Deus: Não desejar a mulher do próximo





1. Deus neste mandamento proíbe todo o desejo que contamina a pureza da alma.

2. Comprazer-se num pensamento contra a pureza é também pecado, e chama-se pecado de complacência.

3. Há obrigação de confessar-se dos pecados de pensamento, em todos os casos e com todas as circunstâncias que são necessárias.

4. Aquele que é atormentado de maus pensamentos deve fazer oração para pedir o divino auxílio e estar vigilante para não cair na tentação. 

5. Neste mandamento prescrevem-nos que conservemos o coração puro de toda a mácula, e que nos  exercitemos na mortificação dos sentidos para reprimir a concupiscência.

6. A concupiscência é um certo impulso do ânimo pelo qual o homem é levado a desejar coisas deleitosas.

7. A concupiscência é pecado quando nos leva a desejar coisas proibidas pela lei de Deus, ou a deleitar-nos em tais coisas, ou a consentir nelas e a não as rejeitar.

8. Há mau desejo quando queremos praticar o mal, se fosse possível. Há mau pensamento quando imaginamos o mal sem intenção de o praticar.

O mau desejo é um pecado, ainda que não se execute, porque não temos o direito de desejar o que não é permitido fazer. O mau pensamento é pecado, quando consentido, ainda que não se tenha desejado executá-lo.


Explicação da gravura

9. A gravura representa ajoelhada diante de Nosso Senhor, uma mulher que, levada por mau desejo, cometera um adultério. O Evagelho narra assim o fato: Um dia, os Escribas e os Fariseus trouxeram a Jesus uma mulher que foi apanhada em adultério, e a puseram no meio, e disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi agora mesmo surpreendida em adultério, e Moisés na lei mandou-nos apedrejar a estas tais. Que dizes tu então? Diziam pois isto os Judeus tentando-o, para o poderem acusar. Porém Jesus, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra, e como eles perseveraram em fazer-lhe perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes: O que de vós está sem pecado seja o primeiro que a apredeja.

E tornando a abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros, e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio em pé. Então erguendo-se Jesus disse-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então disse Jesus: Nem eu tampouco te condenarei; vai e não peques mais.

10. Embaixo e a esquerda vê-se o rei Davi e o profeta Natã que o censura do adultério cometido com Betsabéa. A esquerda esta representado o apólogo de que se serviu Natã para fazer ver a Davi a enormidade do seu crime. Havia, diz ele, numa cidade um homem rico e outro pobre. O rico possuia grandes rebanhos, enquanto que o pobre só tinha uma ovelhinha que ele comprara e sustentava na sua casa e que amava como a sua filha. Aconteceu vir um viajante na casa do rico. Porém este para regalar o seu hóspede, e não querendo sacrificar nenhuma das suas rezes, roubou a ovelhinha do pobre. Davi encolerizou-se e disse a Natã: Viva Deus! É digno de morte o homem que fez isto. Então o profeta replicou: Tu és esse homem. Vede o que disse o Senhor: Sagrei-te rei de Israel e livrei-te da mão de Saul. Dei-te a casa dele com todos os seus bens. Porque pois, desprezando a palavra do Senhor, mataste tu Urias e desposaste a sua mulher? Em castigo do teu crime o Senhor se vingará na tua própria família. Então o rei acabrunhado e arrependido exclamou: "Pequei contra o Senhor."



Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

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