1. Neste mandamento proíbe-nos Deus o desejar os bens do próximo com dano dele mesmo.
2. A concupiscência da riqueza e dos bens da fortuna causa-nos dano, fazendo crer honesto e bom, ainda que não o seja, tudo aquilo que desejamos.
3. Os que mais pecam contra este mandamento são: 1º os jogadores que esperam ganhar no jogo; 2º os mercadores que desejam a carestia para vender por mais alto preço; 3º os letrados que desejam muitas demandas para ganharem com elas.
4. Este mandamento nos ordena: 1º o desepago dos bens do mundo; 2º a lembrança dos necessitados; 3º a paciência na pobreza; 4º a perfeita submissão à vontade de Deus.
5. Assim fala Nosso Senhor a esse respeito no Evangelho: Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e que todos os dias se banqueteava esplendidamente. Havia também um pobre mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à sua porta, e que desejava fartar-se das migalhas que caiam da mesa do rico, mas ninguém lhes dava, e os cães vinham lamber-lhes as ulceras. Ora sucedeu morrer este mendigo que foi levado pelos Anjos ao seio de Abraão e morreu também o rico e foi sepultado no inferno. E quando ele estava nos tormentos, levantando os seus olhos, viu ao longe a Abraão e a Lázaro no seu seio, e gritando disse: Pai Abraão, compadece-te de mim e manda cá a Lázaro, para que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou atormentado nesta chama. E Abraão respondeu-lhe: Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em tua vida e que Lázaro não teve senão males; por isso está ele agora consolado e tu em tormentos, e de mais que entre vós e nós está firmado um grande abismo, de maneira que os que querem passar daqui para vós não podem, nem os de lá passar para cá. E disse o rico: Pois eu te rogo, Pai, que o mandes à casa do meu pai, pois que tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, não suceda virem também eles parar neste lugar de tormentos. E Abraão disse-lhe: Eles lá têm à Moisés e aos profetas; ouçam-os. Disse pois o rico: Não, pai Abraão, mas se for a eles algum dos mortos, hão de fazer penitência. Porém Abraão lhe respondeu: Se eles não dão ouvindo a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir ainda quando haja de ressuscitar algum dos mortos. (Lc 16, 19-31).
Disse-lhe Jesus a seus discípulos: Portanto vos digo: não andeis solícitos para a vossa vida, com que a sustentareis, nem para o corpo com que o vestireis. A vida vale mais do que o sustento, e o corpo mais do que o vestido. Olhai para os corvos que não semeiam, nem colhem, nem tem dispensa, nem celeiro e Deus contudo os sustenta. Quanto mais consideráveis sois vós! Mas qual de vós, por mais voltas que dê ao entendimento, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Se vós pois não podeis as coisas que são mínimas, porque estais em cuidado sobre as outras? Olhai como crescem as açucenas; elas não trabalham, nem fiam, e contudo eu vos afirmo que nem Salomão em toda a sua glória se vestia como uma delas. Se pois o feno, que hoje está no campo, e amanhã se lança no forno, Deus o veste assim, quanto mais à vós, homens de pouquíssima fé? Vós pois, não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber e não andeis com o espírito suspenso, porque as gentes do mundo são os que buscam todas estas coisas, e vosso Pai bem sabe que precisais disso. Buscai logo primeiro o reino de Deus a sua justiça, e em cima dar-se-vos-hão todas estas coisas como acessórias. (Lc 12, 22-31).
Explicação da gravura
1º Castigo de Heliodoro, que tentava roubar o tesouro templo de Jerusalém. 2º O rei Acab querendo obrigar Naboth a ceder-lhe a sua vinha. 3º Santo Eloy que, com o ouro que lhe dera o rei, fez dois tronos em vez de um.
Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.
Edição da Juventude Católica de Lisboa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário