sábado, 14 de maio de 2022

8º Mandamento de Deus (continuação): Não levantar falso testemunho




 A calúnia 

1. A calúnia consiste a levantar a alguém falso testemunho ou aleive, de um defeito que não tem ou de uma falta que não cometeu.

2. A calúnia é um pecado horrendo, que não se perdoa sem que restituamos ao próximo o crédito que lhe tiramos com esse falso testemunho.

3. Restituie-se o crédito desdizendo-se ao caluniador diante de todas as pessoas que ouviram a calúnia. 


A maledicência ou murmuração

4. A maledicência e a murmuração consiste em dizer mal de alguém em sua ausência, e descobrir, sem necessidade, os defeitos, e faltas do próximo.

5. A murmuração é pecado mortal se descobrimos falta grave ou que diminue gravemente a reputação do próximo.

6. Quem murmura tem obrigação de restituir a reputação que prejudicou e reparar todo o dano que tiver causado.

7. Se ouvirmos com gosto a murmuração, ou concorremos para ela com perguntas, é pecado, porque somos cúmplices do mesmo. 

8. São Paulo diz que o céu está fechado para quem murmura.

9. Quando ouvimos caluniar ou murmurar devemos impedi-lo, se for possível, e ao menos não tomar parte na calúnia ou murmuração. 


O juízo temerário

10. Julgar temerariamente é assentar que o próximo fez algum mal sem termos grave fundamento para assim o julgarmos.

11. A suspeita, quando duvidamos se fazia ou não fazia mal, não é juízo temerário, porque na suspeita duvidamos, e no juízo temerário pensamos que o fez. 

12. Se tivermos fundamento grave para julgar, nem o juízo é temerário, nem a suspeita é injuriosa para o próximo. Só é pecado quando julgamos sem grave fundamento um mal grave. 

13. Quando é preciso revelar os defeitos do próximo não os devemos dar a conhecer senão a quem os possa remediar, ou àqueles que fossem prejudicados se não os advertíssemos. 

14. Ainda que uma coisa seja verdadeira, será pecado dizê-la, porque a caridade proíbe nos de tirar ao próximo a boa reputação de que ele goza. 

15. Não é murmurar dizer do próximo uma falta pública e conhecida; mas então é preciso evitar o que da nossa parte poderia revelar malícia. 

16. Há circunstâncias que aumentam a gravidade da calúnia e da murmuração, por exemplo quando dizemos mal de nossos superiores, de pessoas consagradas a Deus, ou diante de muita gente.

17. Em geral é proíbido contar a alguém o mal que se ouviu a seu respeito. A sagrada Escritura diz que Deus detesta aqueles que, pelas suas intrigas, semeiam a discórdia entre os irmãos. 


Explicação da gravura

18. A gravura está dividida em três partes. A parte superior representa a José conduzido à prisão por ter sido falsamente acusado pela mulher de Putiphar. 

19. Na parte inferior à esquerda vê-se o Sumo Sacerdote Aarão e Maria sua irmã diante da Arca da Aliança. O Senhor aparecendo-lhes censura-os por terem murmurado contra Moisés. Castigou Maria com lepra que durou sete dias.

20. Na parte inferior direita vê-se São Paulo na ilha de Malta, onde tinha desembarcado por causa duma tempestade. Os habitantes desta ilha receberam-no afavelmente; acenderam uma fogueira para se aquecerem Paulo deitou na fogueira sarmentos que apanhara, saindo dela uma víbora que se lhe enruscou na mão. Os bárbaros admirados exclamavam: Este homem deve ser um assassino, pois a justiça divina o persegue. Mas Paulo sacudiu a víbora, ficando ileso.


Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

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