domingo, 17 de outubro de 2021

4º Mandamento de Deus (continuação): Honrar pai e mãe.


 



Deveres dos superiores para com os inferiores

1. Os superiores devem: 1º tratar a seus inferiores com caridade e bom modo; 2º velar pelo seu procedimento; 3º protegê-los e advogar a sua causa, quando o precisem e mereçam; 4º assistir-lhes em suas necessidades; 5º não exigir deles coisa alguma contrária à lei de Deus e da Igreja; 6º finalmente facilitar-lhes todos os meios para desempenharem as suas obrigações religiosas.

2. Os mestres devem em consciência ensinar a seus discípulos doutrinas sãs e ortodoxas.

3. Os amos devem pagar pontualmente o salário a seus criados e servidores.

4. Estas obrigações dos superiores, mestres e amos são fundadas sobre a palavra do próprio Deus dizendo que os superiores, mestres e amos dar-lhe-ão conta das almas dos que lhes foram confiados.


Explicação da gravura

5. A gravura nos apresenta dos exemplos frisantes do modo como os amos hão de cumprir com os seus deveres para com os serviços.

O primeiro é o do centurião do Evangelho representado na parte superior da gravura ajoelhado diante de Jesus. Um dia, narra São Mateus, tendo Jesus entrado em Carfanaum, chegou-se a ele um centurião, fazendo-lhe esta súplica: Senhor, o meu criado jaz em casa doente duma paralisia e padece muito com ela. Respondeu-lhe então Jesus: Eu irei e o curarei. E respondendo o centurião disse: Senhor, eu não sou digno de que entres na minha casa; porém manda-o só com a tua palavra, e o meu criado será salvo. Pois também eu sou homem sujeito a outros, e tenho sido dadas às minhas ordens, e digo a um: Vai lá, e ele vai; e a outro: Vem cá, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz. E Jesus ouvindo assim falar, admirou-se, e disse para os que o seguiam: Em verdade os afirmo que não achei tamanha fé em Israel. Digo-vos porém, que virão muitos do Oriente e do Ocidente, e que se sentarão à mesa com Abraão, e Isaac e Jacó, no reino dos céus; mas que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e faça-se segundo tu creste. E naquela mesma hora ficou são o criado.

6. O segundo exemplo é de Santo Elzear, conde de Sabrão na Provença, em França. Está representado na parte inferior a esquerda. Tendo o santo conde feito em regulamento de vida para os serviçais, afixou-o na sala nobre do seu palácio, na qual reunia os seus criados para lhes dar explicações acerca do regularmente e das verdades religiosas. Eis aqui as principais disposições do regulamento: 1º Orar da manhã e à noite; 2º assistir ao santo sacrifício da missa; 3º frequentar os sacramentos; 4º ter grande devoção a Santíssima Virgem e a São José; 5º evitar a ociosidade; 6º evitar os maus companheiros; 7º fugir das disputas, conversas más, etc. 


Deveres dos serviçais para com os amos.


7. Os criados estão obrigados: 1º a respeitar os amos; 2º a servi-los com fidelidade e dedicação; 3º a obedecer-lhes em tudo o que não for contrariado a lei de Deus e da Igreja.

Devem os serviçais vê nos amos o próprio Deus, e obedecer-lhes como se fosse a Deus.

8. Na parte inferior direita está representando Eliezer falando com Rebeca. Estando já velho Abraão quis escolher para seu filho uma mulher temente a Deus. Disse pois o seu fiel servo Eliezer: Vai procurar uma esposa para meu filho em minha terra natal e dentre nossa parentela. Tomou Eliezer dez camelos carregados dos ricos presentes e partiu para Haram onde vivera Nacor, irmão de Abraão. Deus quis que chegando à cidade encontrasse a Rebeca, moça tão formosa quanto modesta, filha de Batuel, sobrinho de Abraão. Foi albergar-se Eliezer na casa dela e pediu-a para esposa do filho de seu amo. Batuel respondeu: Deus mesmo determinou tudo isso, toma a Rebeca e leva-a contigo. Eliezer agradeceu ao Senhor, deu a Rebeca vasos de prata e ricos vestidos, fez também presentes a mãe dela e aos irmãos, e partiu com Rebeca que veio a ser esposa de Isaac.


Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

4º Mandamento de Deus (continuação): Honrar pai e mãe.

 



1. Este mandamento obriga também os pais a alguma coisa para com os filhos. Devem os pais: 1º educar os filhos cristãmente com palavras e bom exemplo; 2º procurar-lhes os alimentos e modo de vida; 3º castigá-los em suas faltas sem aspereza nem demasiada severidade.

2. O primeiro dever dos pais é amar a todos os seus filhos igualmente com ternura cristã e sem fraqueza. Devem considerar os filhos com um tesouro que Deus lhes confiou e do qual lhe há de pedir rigorosa conta.

3. Dizemos que os pais devem educar cristãmente os filhos, isto é, devem ensinar-lhes as orações e os principais mistérios da religião; mandá-los à catequese e a uma escola cristã onde recebam uma instrução religiosa; levá-los a amar a Deus e a evitar o pecado; fazer-lhes cumprir as suas obrigações religiosas. 

4. Os pais devem procurar aos filhos um modo de vida conforme a sua fortuna e posição, e não devem opôr-se a vocação dos filhos. Não devem desejar para os filhos senão o que Deus quer, como no-lo mostra a resposta de Jesus à mãe dos apóstolos João e Tiago. Um dia, narra o Evangelista São Mateus, se chegou a Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos, adorando-o e pedindo-lhe alguma coisa. Jesus lhe disse: Que queres? Respondeu ela: dize que estes meus dois filhos se assentem no teu reino um a tua direita, e outro a tua esquerda. E respondendo Jesus disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber? Disseram-lhe eles: Podemos. Ele lhes disse: Vós, é verdade, haveis de beber o meu cálice; mas pelo que toca a terdes assento à minha mão direita ou à esquerda, não me pertence a mim o dar-vos, mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai.

E quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos. Mas Jesus os chamou a si e lhes disse: Sabeis que os Princípes das gentes dominam os seus vassalos e que os que são maiores exercitam o seu poder sobre eles. Não será assim entre vós, mas todo o que quiser ser o maior, este seja o que vos sirva, e o que entre vos quiser ser o primeiro, este seja vosso servo. Assim como o Filho do homem não veio para ser servido mas para servir e para dar a sua vida em redenção por muitos.

5. Quando dizemos que os pais devem castigar os filhos entendemos que os pais devem vigiar o procedimento dos filhos, repreendê-los e castigá-los quando fizerem o mal, sem aspereza e com a única intenção de emendá-los.

6. Pela obrigação do bom exemplo entendemos que o pai e a mãe devem cumprir com os seus deveres religiosos: a oração, a assistência a missa, a frequentação dos sacramentos, e evitar tudo quanto poderia levar os filhos ao pecado, como as blafêmias murmurações, palavras desonestas e mofas contra a religião. 


Explicação da gravura

7. Divide- se a gravura em cinco partes. Vemos no meio a Santa Ana ensinando a ler à Santíssima Virgem ainda menina. Vê-se a São Joaquim, pai da Virgem, olhando contemplando-a com parternal ternura.

8. No ângulo superior à direita está representada Branca de Castela ensinando ao seu filho São Luiz de França a orar e dizendo-lhe: Meu Filho, antes quero ver-te morto do que cometer um pecado mortal.

9. No ângulo esquerdo vê-se a um senhor que obriga o filho a pedir perdão a um pobre, que não respeitara.

10. Na parte inferior vemos o sumo sacerdote Heli castigado por Deus por ele não ter castigado os filhos cujo mal comportamento afastava o povo do serviço do Senhor. Os filhos dele, Ofini, e Finés foram mortos numa batalha contra os Filisteus. Recebendo a fatal notícia, o pai caiu e quebrou a cabeça nos degraus do seu sólio.


Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

domingo, 10 de outubro de 2021

4º Mandamento de Deus (continuação): Honrar pai e mãe.

 


1. Debaixo do nome de pai e mãe entendem-se ainda compreendidos: 1º todos os superiores eclesiásticos; 2º os princípes e magistrados; 3º os tutores, amos e patrões, os mestres; 4º as pessoas idosas e as de conhecida virtude.

2. Este mandamento nos obriga também a honrar todos os nossos parentes.

3. Para com os superiores eclesiásticos, estamos nós obrigados a amá-los, revenrenciá-los, obedecer-lhes e ajudá-los no exercício do seu santo ministério.

4. Eis aqui o que está escrito dos bispos e dos padres: "Que os sacerdotes que governam bem sejam duplamente honrados, principalmente os que trabalham pregando e instruindo." Os Gálatas deram ao Apóstolo São Paulo tantas provas de estima e respeito que São Paulo diz deles: Sim, afirmo que estavam os Gálatas prontos, se a coisa fosse possível, a vazarem os olhos para nos dar.

5. Devemos contribuir para o sustento dos Padres. São Paulo diz: Qual é o soldado que faz a guerra à sua custa? E no livro do Eclesiástico lê-se: Honrai os sacerdotes, purificai-vos com as oblações oferecidas pelas vossas mãos, dai-lhes a parte de primícias e das vítimas expiatórias, como foi ordenado pela lei.

6. O primeiro superior eclesiástico é o papa, vigário de Jesus Cristo na terra. Os fiéis devem socorrê-lo nas suas necessidades, principalmente agora; porque lhe tiraram injustamente os Estados Pontifícios, e não tem outros recursos senão as esmolas dos fiéis. 

7. O dever principal para com os superiores eclesiásticos para os ajudar no seu santo ministério é a oração. Devemos pois rogar por eles a Deus, para que lhes dê as graças necessárias para tão santo e tão difícil ministério como é o de salvar as almas.

8. O quarto mandamento nos manda também honrar os superiores temporais, que são o Rei e os representantes dele.

O Apóstolo São Paulo, na sua epístola aos Romanos, trata largamente daquele dever e nos diz também que devemos rogar por eles.

São Pedro diz: Sede submissos, por amor de Deus, a todo o homem constituído em autoridade, seja ao Rei, como chefe da nação, seja aos governadores ou juízes como seus representantes. Quando os honramos, a Deus honramos.

9. Nunca é permitida a revolta contra a autoridade, porque: 1º Deus o proíbe; 2º a revolta é para a sociedade um manancial de calamidades.

10. Nas eleições, devemos, em consciência, dar o nosso voto por mas dignos, aos que respeitam a Deus, a religião, o direito e todas as liberdades razoáveis e cristãs.

11. Todo o cristão deve amar a sua pátria, trabalhar dar o bem comum, e estar pronto a sacrificar a vida, se for preciso, para a salvação da pátria.

12. Devemos obediência aos superiores em todo o que não seja contrário à lei de Deus.


Explicação da gravura

13. Na parte superior à esquerda vemos o Papa, cercado de bispos e sacerdotes, recebendo-as homenagens dos reis, dos magistrados, dos soldados e do povo.

14. À direita; Vê se um Rei, recebendo também estas homenagens dos seus súditos.

15. No meio da gravura vê-se a Rute trazendo à sua sogra pobre as espigas que recolheu para sustentá-la.

16. Na parte inferior esquerda veem meninos e meninas na aula ouvindo com atenção e respeito aos lições dos seus mestres.

17. À direita vê-se o tremendo castigo de 42 meninos que injuriaram o profeta Eliseu e foram comidos pelos ursos.



Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.


sábado, 9 de outubro de 2021

4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe.

 



1. A palavra honrar significa ter sentimento obsequiosos e de alta estima para com alguém.

2. O pai e a mãe honram-se com o amor, com o respeito, com a obediência e com a assistência.

3. Devemos amar pai e mãe, porque a eles, depois de Deus, devemos a existência e a vida, e porque têm toda a sorte de cuidados para conosco. 

4. Honrar pai e mãe com o amor quer dizer que os filhos, com ato interno de benevolência, devem amar a seus pais, os quais nada desejam tanto como serem amados de seus filhos.

5. Honrar os pais com o respeito significa que os filhos devem mostrar em toda a ocasião obsequio e reverência tanto em obrar como em palavras para com seus pais. Respeitar os pais é respeitar a Deus que eles representam.

6. Honrar os pais com a obediência significa que os filhos devem obedecer sempre aos pais em tudo aquilo que não é pecado. Se os pais mandassem alguma coisa contra a lei de Deus ou da Igreja, os filhos não devem obedecer-lhes, porque devemos obedecer antes a Deus do que aos homens.

São Paulo frequentemente recomenda aos filhos a obediência dizendo: Filho, obedecei aos vossos pais, porque isso é justo. E ainda: Filho, obedecei em tudo aos vossos pais, porque isso é agradável a Deus.

7. Honrar os pais com a assistência quer dizer que os filhos devem socorrer aos pais em suas necessidades e doenças, dando-lhes o sustento e o vestuário segundo as suas posses.

8. Honramos também os nossos pais quando imitamos as suas virtudes; com efeito, a maior prova de estima que se pode dar a alguém é querer parecer-se com ele no bem e na virtude.

9. Cumprir todos os nossos deveres para com os pais é uma obrigação de todos os dias, mas principalmente nas doenças graves e perigosas.

Então devemos fazer todas as diligências para que não lhes faltem socorros temporais e espirituais, especialmente a visita do Pároco, para que eles possam receber os sacramentos da Penitência, da Eucaristia e da Extrema-Unção, que todos os cristãos devem receber em perigo de vida.

10. Os deveres dos filhos para com os pais não cessam com a morte destes; devem ainda honrar sua memória, falando bem deles, pagando suas dívidas se as deixaram, encomendando sua alma a Deus e executando fielmente sua última vontade.

11. Aos filhos que honram os seus pais como o manda Deus está prometida uma vida larga e feliz neste mundo e a vida eterna no céu.

12. O quarto mandamento proíbe aos filhos serem ingratos e ímpios para com seus pais e afligi-los por qualquer modo.

A maldição de Deus nesta vida e a reprovação eterna na outra espera aos filhos ingratos. 

13. O mais perfeito modelo de obediência que os filhos devem imitar é o Menino Jesus, que foi submisso e obediente a Maria e a José, quando com eles vivia em Nazaré.


Explicação da gravura


14. Divide-se a gravura em três partes. A de cima representa o Menino Jesus ajudando a sua Mãe Santíssima nos trabalhos de casa e de São José no ofício de carpinteiro.

15. Na parte inferior esquerda está representado o Jovem Tobias em presença do arcanjo Rafael curando milagrosamente o seu pai cego, ungindo-lhe os olhos com o fel de peixe que tinha trazido da sua viagem. 

16. Na parte inferior direita vê-se a Nosso Senhor Jesus Cristo assistindo a São José nos últimos momentos da sua vida e abraçando-o com respeito e amor.


Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

3º Mandamento de Deus (continuação): Guardar domingos e festas



 1. As obras liberais, nas quais o espírito toma mais parte que o corpo, como escrever, ler, ensinar, desenhar, estudar, tocar instrumentos de música, etc., etc., são permitidas nos domingos. 

2. São também permitidas as obras que se chamam comuns, como varrer, caçar, pescar, etc.

3. A profanação do domingo é muito nociva à sociedade, e muitas vezes Deus a pune nesta vida com terríveis castigos.

4. O descanso do domingo é muito útil ao nosso corpo, porque assim reparam-se as forças, conserva-se a saúde e prolonga-se a vida.

5. Na lei antiga, a profanação do sábado era castigada com a morte. Por isso, os Fariseus e os Escribas, que buscavam sempre a ocasião de por Jesus em contradição com a lei de Moisés, acusavam-no de violar a lei do sábado, porque fazia milagres nesse dia curando os enfermos. Eis aqui o que nos narram os evangelistas a esse respeito: Num dia de sábado, ia Jesus caminhando, e seus discípulos, que tinham fome, começaram a colher espigas e a comer delas. E vendo isto os Fariseus, lhe disseram: Estão fazendo os teus discípulos o que não é permitido fazer nos sábados. Porém ele lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi quando ele teve fome e os que com ele estavam, como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição, os quais não era lícito comer nem a ele, nem aos que com ele estavam, mas unicamente aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que os sacerdotes nos sábados, no templo, quebrantam o sábado e ficam sem pecado? Pois digo-vos que aqui está o que é maior que o templo. E se vós soubesseis o que é: misericórdia quero e não sacrifício, jamais condenareis aos inocentes. E porque o Filho do Homem é senhor até do sábado mesmo. E depois de partir dali veio à sinagoga deles, e aparece um homem que tinha paralisada uma das mãos, e eles, para terem do que o arguir, lhe fizeram esta pergunta: será  por ventura lícito curar aos sábados? E ele lhes disse: Que homem haverá por acaso entre vós, que tenha uma ovelha, e se esta lhe cair  no sábado em uma cova não lhe lance a mão para dali a tirar? Ora, quanto mais excelente é um homem do que uma ovelha. Logo é lícito fazer bem nos dias de sábado. Então disse para o homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu e lhe foi restituída sã como a outra. Mas os Fariseus saindo dali consultavam contra ele, como o fariam morrer. (Mt 12, 1-14).

Lemos no evangelho de São Lucas: Jesus estava ensinado na sinagoga dos Judeus nos sábados, e eis que veio ali uma mulher, que estava possessa dum espírito imundo que a tinha doente havia dezoito anos, e andava ela encurvada, e não podia absolutamente olhar para cima. Vendo-a Jesus, chamou-a a si e disse-lhe: Mulher, estás livre do teu mal. E pôs sobre ela as mãos, e no mesmo instante ficou direita e glorificava a Deus. Mas entrando a falar o chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus fazia curas em dia de sábado, disse para o povo: Seis dias estão destinados para trabalhar: vinde pois nestes dias a ser curados, e não em dia de sábado. Mas o Senhor respondendo lhe disse: Hipócritas, não desprende cada um de vós nos sábados o seu boi, ou o seu jumento, e não os tira da estrebaria para o levar a beber? Por que razão se não devia livrar deste cativeiro em dia de sábado esta filha de Abraão que Satanás tinha assim presa do modo que vedes havia dezoito anos? E dizendo ele estas palavras, se envergonhavam todos os seus adversários. (Lc 12, 10-17).


Explicação da gravura

6. A lei antiga mandava lapidar os profanadores do sábado. Vê-se na parte superior o suplício de um homem que tinha apanhado lenha no sábado.

7. Na parte inferior esquerda está representado o Senhor com os seus discípulos que, tendo fome, colhem espigas e as comem.

8. Na parte inferior direita vê-se a cura, feita num sábado, do homem que tinha a mão ressequida.



Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

3º Mandamento de Deus: Guardar domingos e festas




1. Neste mandamento Deus nos ordena não trabalhar em obras servis no domingo, e prestar nesse dia especial culto a Deus. 

2. Por obras servis entendemos os trabalhos corporais próprios de servos, oficiais e jornaleiros. 

3. Porém são permitidas ao domingo: 1º aquelas obras que são necessárias à vida humana; 2º as que são consagradas ao serviço de Deus; 3º as que se fazem por necessidade grave, com licença dos superiores eclesiásticos, podendo ser.

4. Para guardar os domingos não basta não trabalhar, porque o proibir-nos Deus o trabalhar é para podermos empregar-nos no seu serviço.

5. Devemos santificar os domingos e festas ouvindo missa inteira, como o manda a Santa Madre Igreja. Posto que a Igreja não nos obrigue a outra coisa, contudo ensina-nos  e recomenda-nos que nos exercitemos em obras de religião e de piedade. 

6. Essas obras são visitar igrejas, ouvir os sermões, principalmente sendo do pároco, assistir às catequeses, e praticar para com o próximo as obras de misericórdia.

7. A palavra domingo significa Dia do Senhor ou consagrado ao Senhor, porque o devemos empregar em dar honra a Deus e a servi-lo.

8. Na lei antiga, o dia consagrado ao Senhor era o sábado, palavra que significa dia de descanso, porque neste dia Deus descansou, tendo nos outros seis criado as criaturas que compõem este universo.

9. Não guardamos nós o sábado, mas sim o domingo, pela autoridade dos Apóstolos que assim o mandaram, e fizeram isso em memória da Ressureição do Senhor que foi ao domingo, e da vinda do Espírito Santo que foi também ao domingo. Neste dia se nos representa pois a Santíssima Trindade em três mistérios: o Pai, na criação; o Filho, na Redenção; o Espírito Santo, na santificação.

10. Além do domingo, estabelecem a Igreja outros dias de festa ou dias santificados, 1º para solenizar alguns mistérios da nossa Redenção que não estão ligados ao domingo, como o dia do Natal, a Ascenção do Senhor, etc., etc., 2º para louvarmos a bondade e poder de Deus, na vitória dos santos; 3º para lhes tributarmos as verdadeiras honras e louvores; 4º para nos exercitarmos a imitar as suas virtudes.

11. Peca-se contra o terceiro mandamento: 1º trabalhando tempo considerável sem grande necessidade; 2º faltando à missa sem causa; 3º passando todo o dia em danças, jogos e divertimentos profanos, ou em uma total ociosidade.

12. Quem trabalha ao domingo por necessidade grave ou por fazer certas obras de caridade, não tem por isso licença de faltar à missa.

13. Não é proibido recrear-se no domingo, com tanto que seja de um modo honesto e moderado; mas devem evitar-se com muito cuidado aqueles divertimentos desonestos e perigosos que são, principalmente para a mocidade, origem de grandes males e pecados.

14. Os que obrigam a trabalhar aos domingos pecam como se eles mesmos trabalhassem, e além disso ficam responsáveis pelo pecado que se comete.

15. Pecam mortalmente os pais ou amos que proíbem aos filhos, criados ou operários a santificação do domingo, ou põem obstáculos a essa santificação.


Explicação da gravura

16. Vê-se nesta gravura o contraste frisante entre os que santificam o domingo e aqueles que o profanam. Os primeiros, deixando os seus trabalhos, dirigem-se ao templo para ouvir a santa Missa. Os segundos passam o dia nas tavernas, escarnecendo os que se dirigem à Igreja. Vê-se na parte inferior uma oficina onde os operários trabalham, desprezando assim o preceito de Deus e dando escândalo ao próximo.



Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.