sexta-feira, 1 de junho de 2018

A GRAÇA


1. Não podemos observar os mandamentos, praticar a virtude, evitar o pecado só com as nossas forças: é-nos precisa a graça de Deus.
2. A graça é um dom sobrenatural, que Deus nos concede gratuitamente em virtude dos merecimentos de Jesus Cristo para efetuar a obra da nossa salvação.
3. Há duas espécies de graça, a graça habitual, ou santificante, e a graça atual ou auxiliante.
4. A graça habitual ou santificante é um dom sobrenatural, estável e permanente, que o Espírito Santo infunde gratuitamente pelos merecimentos de Jesus Cristo em nossa alma, a fim de tornar aceita e agradável a Deus e herdeira do paraíso. Esta graça é muito apreciável; é a graça por excelência, aquele dom perfeito, superior a todos os dons e sem o qual todos eles são perdidos, porque, sem a graça santificante, não há salvação para o homem.
5. Podemos perder esta graça; basta um só pecado mortal para nos fazer perder a graça habitual.
6. A graça atual ou auxiliante, é todo o auxílio divino e de momento, que nos excita, nos move e ajuda a praticar a virtude e a fugir do mal.
7. A graça atual é-nos tão necessária, que sem ela não podemos fazer coisa alguma útil para a salvação.
8. Deus concede-nos a graça atual todas as vezes que é necessária, e que a pedimos devidamente.
9. Podemos infelizmente resistir à graça, e lhe resistimos demasiadas vezes.
10. A graça atual é um socorro ou interior, ou exterior. A graça auxiliante interior consiste na luz sobrenatual que Deus dá ao entendimento e nos bons movimentos que dá aos corações. A graça atual exterior consiste nos sermões, nos bons exemplos, nos bons conselhos, nos milagres, nos castigos dos pecadores, até nas doenças e enfermidades, etc, enfim em todo o auxílio exterior que nos leva ao cumprimento de nossos deveres.
11. Não podemos merecer os auxílios da graça: Nosso Senhor os dá gratuitamente; mas podemos perdê-los.
12. Deus dá a graça atual a todos os homens, porque quer que todos os homens se salvem, e porque Nosso Senhor morreu na cruz por todos.
13. Podemos alcançar a graça de Deus por dois meios: pelo uso dos sacramentos recebemos a graça santificante; e pela oração a graça auxiliante.
14. A graça habitual, já o dissemos, perder-se pelo pecado mortal, e diminui pelo pecado venial.
15. Podemos recuperar a graça perdida pelo sacramento de Penitência, ou por um ato de contrição perfeita, acompanhado do desejo de nos confessarmos.
16. Geralmente falando, pode chamar-se graça a todo o favor que Deus nos faz; e neste sentido, a multidão inumerável de benefícios que temos recebido desde o primeiro instante do nosso ser, e que estamos recebendo em todos os momentos da nossa vida são outras tantas graças que Deus nos dispensa e que estão pedindo o nosso continuo e eterno agradecimento.
17. A posse da graça habitual chama-se estado de graça. Neste feliz estado, amamos a Deus e Deus nos ama, e todas as nossas ações, mesmo as mínimas, tornam-se sobrenaturais e merecedoras do paraíso.

Explicação da gravura

18. Na parte superior à direita, São Paulo está representado dando-nos o exemplo da fidelidade à graça. Um dia, como se dirigia à cidade de Damasco com intenção de prender todos os cristãos que nela encontrasse, ouviu uma voz que lhe disse: Saulo, Saulo, por que me estás perseguindo? Respondeu-lhe: Quem sois, Senhor? E a voz respondeu-lhe: Sou Jesus a quem tu persegues. E São Paulo disse: Senhor, que quereis que eu faça?
19. Na parte superior esquerda, vê-se a Nosso Senhor falando com a mulher samaritana.
20. A alma em estado de graça está representada por uma virgem com um lírio na mão. Está olhando para o céu e o Espírito Santo habita no seu coração. A alma em estado de pecado está representada por uma mulher, presa com cadeias pelo demônio que tomou posse do seu coração.



Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

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