sábado, 15 de março de 2014

Nossa Senhora da Misericórdia



Nantes (França)

No século VIII já havia uma capela dedicada a Nossa Senhora, mas o Santuário foi construído no ano de 1026; depois da revolução, tornou-se igreja paroquial.
O título - Nossa Senhora da Misericórdia originou-se de um voto feito pelos habitantes do lugar, que pediam misericórdia à Virgem Santíssima, por viverem aterrorizados por causa de um dragão. 
A peregrinação a este Santuário é no domingo do Divino Espírito Santo, sendo precedida de uma novena. 

(Versão do livro " Mille Pèlerinages de Notre-Dame", de I. Couturier de Chefdubois).

Fonte: livro Maria e seus gloriosos títulos

Nossa Senhora do Santo Cordão


Valenciennes (França)

No ano de 1008 a peste assolava Valenciennes, tendo vitimado, em poucos dias, oito mil pessoas. 
Um piedoso eremita, condoendo-se dos moradores da cidade, retirou-se para uma floresta vizinha, para pedir a proteção da Mãe de Deus, que, bondosa como sempre, atendeu as suas súplicas, prometendo-lhe que manifestaria o seu poder na noite de 7 para 8 de setembro, festa da sua Natividade. 
E assim aconteceu: nessa noite um grande clarão se espalhou pelos ares!
Os habitantes da cidade, saindo amedrontados para as ruas, viram a Mãe de Deus resplandecente de glória e cercada de Anjos, a um dos quais entregou um novelo de cordão, com a ordem de rodear a cidade. O Anjo, obedecendo, circundou-a, desenrolando o novelo, e, finda a sua tarefa, a visão desapareceu, cessando a peste nesse momento. 
A alegria foi indescritível, e eis que regressa o eremita, anunciando que, para agradecerem tão grande benefício, fariam uma procissão ao redor da cidade, e, à medida que a procissão avançava, iam recolhendo o maravilhoso cordão, que foi guardado num relicário de madeira dourada. 
As autoridades da cidade se comprometeram nesse dia, por um voto, a fazerem todos os anos a mesma procissão, no dia da festa da Natividade de Nossa Senhora. 
O milagroso cordão, que livrou várias vezes Valenciennes da peste, foi depositado em uma capela que Carlos Magno tinha mandado construir em honra de Nossa Senhora. 
A igreja atual de Nossa Senhora do Santo Cordão foi construída em substituição da primitiva, que datava do século XIII, e tinha sido demolida depois da Revolução. 
A peregrinação atual ainda circula a cidade. 

(Versão do livro "Mille Pèlerinages de Notre- Dame".)

Fonte: livro Maria e seus gloriosos títulos

sexta-feira, 14 de março de 2014

Nossa Senhora de Fourvière


Lyon (França)

A cidade de Lyon foi fundada pelo cônsul Lucius Muniatus Plancus no ano de 41 antes de Cristo, e, pouco depois de sua fundação, a nova cidade tornou-se a capital da Gália céltica, desenvolvendo-se rapidamente.
Trajano fez construir aí um monumento magnífico - o "Forum trajani", denominado mais tarde "Forum vetus", nome transformado, com o tempo, em "Fortvieil", e , depois, em "Fourvière". 
No meado do século II foi São Pothin da Grécia para Lyon, para implantar aí a nova fé, que fez rápidos progressos. 
As perseguições contra aos cristãos começaram em Lyon sob Marco Aurélio, tendo sido martirizado São Pothin, primeiro bispo de Lyon e apóstolo das Gálias, na idade de 90 anos, juntamente com muitos outros cristãos, entre os quais Santo Irineu e Santa Blandina. Mas a fé dos neófitos tornou-se, depois dessas dolorosas provações, mais firme e mais forte. 
No século IX, em uma capela dedicada a Nossa Senhora, tem sua origem o título -  Nossa Senhora de Fourvière, por ter sido a capela construída, em parte, com materiais provenientes do Forum construído por Trajano, cujo nome, no decorrer dos séculos, tinha-se transformado em "Fourvière". 
A atual Basílica de Fourvière, construída no lugar da primitiva capela, numa colina, a 340 metros de altitude, é um dos Santuários mais venerados da cristandade. 
Por ocasião da peste de 1643, fizeram os habitantes de Lyon o voto de ir em peregrinação, anualmente, no dia 8 de setembro, ao Santuário de Fourvière, "para conseguir de Nossa Senhora uma proteção especial para a sua cidade". 
As peregrinações a Nossa Senhora de Fourvière datam dessa época. 
A nova Basílica data de 1872, foi idealizada pelo arquiteto Pedro Bossan. 
Nossa Senhora de Fourvière é festejada principalmente a 8 de setembro e 8 de dezembro. 
A 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, a colina de Fourvière é ornamentada e iluminada, e a própria cidade fica toda em festa, manifestando assim a sua fé profunda, e a devoção a Nossa Senhora, Protetora da cidade. 

(Versão adaptada do livro "Mille Pèlerinages de Notre-Dame", de I. Courturier de Chefdubois.)

Fonte: livro Maria e seus gloriosos títulos

segunda-feira, 10 de março de 2014

Nossa Senhora de Montserrat


Festa a 27 de abril

A pouca distância de Barcelona (Espanha) encontra-se Montserrat, cujo nome provém da forma dessa montanha, que se assemelha a uma serra de agudos dentes. 
A história de Nossa Senhora de Montserrat perde-se na escuridão dos tempos. Uma piedosa tradição refere que a santa Imagem foi levada para Barcelona pelo Apóstolo São Pedro. O que se pode afirmar com certeza é ter sido venerada na dita cidade já no século sexto. Nessa época os mouros, atravessando o estreito de Gibraltar, invadiram a Espanha, e os cristãos, receando a profanação das suas imagens mais veneradas, esconderam-nas dentro da terra ou nos antros inacessíveis das montanhas, entre as quais Montserrat oferecia grandes recursos. A imagem de que falamos foi levada para lá pelos piedosos fiéis de Barcelona e escondida numa de suas cavernas. 
Decorreram quase dois séculos, e, perdida a lembrança do tesouro, quis o céu manifestá-lo. 
De fato, nos sábados de um belo mês de abril, quando alguns pastorezinhos apascentavam seus rebanhos à margem do rio Llobregat, aparece de repente um grupo de estrelas mais brilhantes que o sol, ouvindo os pastorezinhos simultaneamente um coro de vozes angélicas, que os deixa extasiados. 
Não compreendendo o prodígio, referiram o caso aos patrões, que por sua vez o relataram ao Vigário de Olesca. Repetindo-se a visão sábado após sábado, foram ter  com o Bispo, na cidade de Manresa, e este, acompanhado do Prefeito de Barcelona, subiu à montanha com grande dificuldade, para ver se descobria algo que o esclarecesse. Não foram vãos os seus esforços; pois, encontrando no morro uma caverna, depara-se-lhes belíssima imagem preta (isto é, enegrecida pelo tempo) da Virgem Maria, tendo no regaço o Divino Menino em ato de abençoar. 
Organizou-se então devota romaria, para levarem a santa Imagem para Manresa, onde seria mais venerada. 
Mas, ó prodígio! Ao chegarem ao lugar onde hoje se ergue o célebre Santuário, a Imagem, que até então se deixara levar, ficou imóvel, isto é, não houve quem pudesse removê-la do lugar em que parara, de modo que o Prelado teve de renunciar à sua resolução, pois era evidente que Nossa Senhora queria estabelecer ali o seu trono. 
Colocaram então a Imagem numa capela daquelas paragens, onde uma série de maravilhas começa a atrair gente de toda a parte. Os milagres sucediam-se com profusão: os cegos recuperavam a vista, os mudos falavam, os pecadores se convertiam. 
O nome de Montserrat voou por todos os lados, porque se tornou um novo título de Nossa Senhora. 
Os filhos de São Bento, guardas do sagrado tesouro, foram os primeiros a propagarem a devoção a Nossa Senhora de Montserrat em terras americanas. 

(Da notícia histórica do "Manual do devoto de Nossa Senhora de Montserrat", Santos, 1923 foi extraído este resumo.)

Resta-nos apenas acrescentar que no lugar onde parou a Imagem de Nossa Senhora existe hoje um Santuário, que se celebrizou pelas graças extraordinárias que a Mãe de Deus tem concedido aos seus devotos. 
O Santuário de Nossa Senhora de Montserrat da cidade de Santos foi fundado em 1610 e doado aos monges de São Bento. Também nesse Santuário tem Nossa Senhora derramado a mãos cheias as suas graças, como testemunham os inúmeros ex-votos que pedem das paredes da Capela. 
Em Santos a festa de Nossa Senhora de Montserrat é celebrada a 8 de setembro. 


Fonte: livro Maria e seus gloriosos títulos

quinta-feira, 6 de março de 2014

Nossa Senhora de Einsiedeln ou dos Eremitas



Einsiedeln ( Suíça)

Século IX

Um dos mais famosos santuários do mundo encontra-se em Einsiedeln (Suíça), e é dedicado a Nossa Senhora de Einsiedeln ou dos Eremitas. 
O título - de Einsiedeln provém do lugar onde foi construído o Santuário, e - dos Eremitas, por causa do santo Eremita que levou consigo a imagem, quando se internou na espessa floresta, que é hoje a cidade de Einsiedeln.
O fundador desse Santuário, São Meinrado, viveu no tempo de Carlos Magno. Descendente de nobre família, Meinrado foi educado por Beneditinos, e, depois de receber o hábito de São Bento, resolveu fazer-se eremita. Levando consigo uma preciosa imagem de Maria Santíssima, retirou-se para o monte Etzel, onde constantemente iam procurá-lo numerosos peregrinos, sequiosos de seus conselhos e de sua orientação. 
Após sete anos, querendo realizar melhor sua vocação, Meinrado interna-se numa espessa floresta, ao pé da montanha. Não obstante o recôndito do esconderijo, porém, o santo eremita é novamente descoberto, mas resigna-se ao que a Providência parecia exigir de sua caridade, e continua a acolher e a instruir os que o procuravam. Chega mesmo a construir uma cela e um oratório, onde coloca a imagem de Nossa Senhora. 
Quem diria que essa vida deveria terminar pelo martírio?...
Depois de ter vivido trinta e três anos na solidão, Meinrado foi assassinado, em 21 de janeiro de 863, por dois miseráveis que, julgavam encontrar tesouros naquela pobre cela visitada por tantos peregrinos. 
Morto o anacoreta, a cela ficou abandonada, mas não o oratório de Maria Santíssima, que os cristãos continuavam a visitar com frequência. 
A fama das graças concedidas por Nossa Senhora atraiu santos sacerdotes, os quais ergueram uma igreja majestosa, edificando ao lado um mosteiro subordinado à regra de São Bento.
No ano de 948, São Conrado, bispo de Constança, foi chamado para consagrar o novo Santuário, e eis que acontece então um estupendo milagre: na vigília do dia marcado para a cerimônia, Nosso Senhor Jesus Cristo em pessoa apresentou-se na igreja e realizou a consagração, pelo que o santo prelado absteve-se de fazê-la. Divulgado o prodígio, aumentou consideravelmente a afluência de fiéis. 
No decorrer dos séculos, o Santuário e o Mosteiro receberam muitas dádivas e privilégios. Infelizmente, os períodos de glória sucederam alguns períodos de decadência e outros de opressão. 
Durante a revolução francesa, declarada a guerra contra a Suíça, a paz e a vida religiosa foram perturbadas. Os pacíficos habitantes de Einsiedeln foram obrigados a fugir, e o mosteiro foi despojado e o templo destruído.
Atualmente Einsiedeln é uma das maiores abadias da Ordem de São Bento. A comunidade é constituída por uma centena de monges, além de um bom número de irmãos leigos. 
Desde o tempo de São Meinrado, jamais cessaram as peregrinações ao célebre Santuário, onde ainda hoje se venera a mesma imagem que pertenceu ao santo eremita. 

(Esta notícia histórica, escrita por J. A. Breves Filho, eu a copiei da revista "Ave Maria".)

fonte: livro Maria e seus gloriosos títulos

segunda-feira, 3 de março de 2014

Nossa Senhora de Collell

Espanha

Festa a 25 de outubro

O antigo e venerado Santuário de Collell pertence à paróquia de Torn, província e bispado de Gerona. 
Origem do Santuário e do título: Pelo ano de 780 vivia um dos primeiros barões de Cartellá, combatente do sarraceno invasor, o qual tinha um filho doente em Collell. 
Vendo baldados seus esforços para restituir-lhes a saúde, invocou a Santíssima Virgem, prometendo-lhe que edificaria uma ermida ou capela naquele lugar, se o filho sarasse. 
A excelsa Mãe de Deus ouviu a sua súplica, e a capela foi edificada, começando-se então de tributar-lhe culto sob o título de Nossa Senhora de Collell, porque assim se chamava a montanha em que foi construída a capela, e também aquele povoado. 
O filho do Barão de Cartellá, para mostrar-se grato pelo favor recebido de Nossa Senhora, mandou construir junto à capela um mosteiro, onde se exaltavam as grandezas de Maria. 
Refere a tradição que um dia foi cometido um crime naquele templo, que, com o correr dos anos, tinha sido objeto de constantes e importantes melhoramentos: abandonaram então os monges o mosteiro e a igreja, ficando um como custódio e administrador. 
Cerradas durante trinta anos as portas do mosteiro, só a tristeza e o pecado viviam em seus arredores, afastando-se o povo daquele piedoso recinto, então interdito. 
Algumas pessoas boas choravam, entretanto, o silêncio e a orfandade em que os deixara o cenóbio fechado. 
Mas eis que, inesperadamente, acontece um fato extraordinário. No histórico dia 25 de outubro de 1483, um lavrador do povoado a que pertencia o Santuário, homem simples e piedoso, chamado Miguel Noguer, saiu de casa para caçar, levando a tiracolo o arco e a aljava cheia de flechas; ao pôr do sol regressava para casa, mas antes de dispôs a cumprir um dever sagrado que se havia imposto voluntariamente: todos os dias estimulava a vizinhança à oração e ao recolhimento, tocando o sino do Santuário abandonado, à hora do Ângelus. 
Segundo o costume, pois, depois de tocar o sino prostrou-se diante da porta fechada do Santuário, e saudou piedosa e fervorosamente a Mãe de Deus; ia levantar-se, quando ouviu como que um lamento e pranto, que parecia vir do interior do templo e, comovido, continuou rezando; de repente vê, com espanto, abrir-se a porta principal e sair uma formosíssima donzela de vestido branco como a neve, com as mãos unidas, em atitude de fervorosa súplica, pedindo a Jesus misericórdia para o seu povo. Perguntou Miguel a causa daquele pranto e daquelas súplicas, e Ela declarou que era a Virgem Maria, e que desejava se restituísse o que fora roubado, se pagassem os direitos da igreja, se guardasse o domingo e se abstivessem de blasfemar, levantando-se então, no prazo de trinta dias, a interdição do Santuário. Insistiu ainda na conversão do povo; se não, seria dizimado pela peste; por fim recomendou que fossem feitas procissões de penitência das paróquias vizinhas e outras que quisessem agregar-se, dando ele notícia de tudo ao Bispo de Gerona. 
Como mais tarde em Lourdes e em Fátima, a Mãe de Deus se comove com a desgraça de tantas almas que viviam no erro e no pecado, convidando o povo a orar e a fazer penitência, com a ameaça de gravíssimos castigos. 
Tal é a chamada Aparição de Nossa Senhora de Collell ao piedoso lavrador Miguel Noguer. 
Cumpriu-se a mensagem da Senhora, celebrando-se piedosas procissões e outros atos de pública reparação e penitência, e reabrindo-se o Santuário ao culto. 
Começaram logo a acudir peregrinos até de terras distantes, e, como digna correspondência à generosidade da Rainha dos Céus, floresceu sobremaneira o culto na época subsequente à aparição. 
Muitas obras benéficas foram-se fundando no decorrer dos tempos no admirável Santuário, e no Mosteiro anexo recebiam hospitalidade e bom tratamento os numerosos peregrinos que para lá se dirigiam, aos quais se referem as crônicas e outros manuscritos do ano de 1600, confirmando a sua fama. 
Posteriormente, ao finalizar a primeira metade ao século XIX, fundou-se em Collell o Seminário Menor do Bispado, para cujo fim, em 1851, se reconstruiu o Mosteiro, para adaptá-lo ao novo plano. 
Um novo edifício estava em projeto quando a perseguição desencadeada contra a Igreja impediu que a obra fosse levada a efeito, transformando-se o Colégio em cárcere e lugar de martírio e morte de inocentes vítimas, entre os horrores da revolução. 
A restauração começou logo depois da libertação do Santuário, e num domingo do mês de maio de 1939 foi recolocada em seu camarim a antiquíssima imagem de Nossa Senhora de Collell, salva providencialmente, reabrindo-se no mês de outubro o curso acadêmico com inegável êxito. Logo depois foram embelezados os arredores com novos monumentos. 
Desde então Collell continua a ser um lugar de devoção mariana, como demostra a continuação das obras de construção e embelezamento da grandiosa Basílica, que há de ser um dia o palácio condigno da gloriosa Rainha dos Anjos e dos homens. 

(Versão resumida da Colección "Nuestros Santos".)

Fonte: livro Maria e seus gloriosos títulos