1. Deus, neste mandamento, nos manda honrar seu santo nome e nos proíbe que o profanemos.
2. Podemos honrar o santo nome de Deus de três modos; pronunciando-o com veneração e respeito, louvando-o, e invocando-o em nossas aflições.
3. Profana-se o santo nome de Deus de cinco modos: 1º pela irreverência; 2º pelos maus juramentos; 3º pela blasfêmia; 4º com rogar pragas; 5º com quebrar os votos.
4. O nome de Deus significa aqui a onipotente e sempreterna majestade de Deus uno e trino, o mesmo Deus.
5. Peca-se por irreverência ao santo nome de Deus quando se pronuncia sem respeito ou com desprezo.
6. Jurar é tomar Deus por testemunha do que se afirma ou promete.
7. Quando se jura pelas criaturas, também se toma a Deus por testemunha, porque, como as criaturas são obras de Deus, em certo modo se jura por Deus, quando se jura pelas suas criaturas.
8. Há duas espécies de juramento, o afirmativo e o promissório. Afirmativo é quando tomamos a Deus por testemunha para confirmar um fato presente ou passado. Promissório, quando prometemos com juramento: fazer ou não fazer uma coisa.
9. Este mandamento não proíbe toda a casta de juramento: somente proíbe o jurar em vão.
10. Juramos em vão quando faltamos aos juramentos ou à verdade, ou à justiça, ou ao juízo.
11. Faltamos à verdade nos nossos juramentos, quando sabemos que é falso, ou ao menos duvidamos se é falso isso que juramos. Aqueles que juram sem intenção de cumprir o que prometem, também juram sem verdade, porque mentem, fazendo crer que têm a intenção de cumprir o que prometem, e não têm.
12. Juramos sem justiça quando se juram coisas injustas e más. Quando juramos fazer uma coisa má não estamos obrigados a cumprir o juramento; antes, se o cumprissemos, faríamos um novo pecado.
13. Falta aos nossos juramentos o juízo, quando juramos sem que haja necessidade de jurar, ou por coisas vãs e inúteis.
14. O crime de quem jura falso chama-se perjúrio, e o que jura falso chama-se perjuro.
15. As pragas são uma espécie de juramento, se invocamos o nome de Deus, ou clara, ou indiretamente: de outro modo não o são; mas rogar pragas é sempre pecado, porque as pragas são imprecações sempre contrárias à caridade.
16. O juramento falso é um grande pecado, porque jurando assim fazemos a Deus uma injúria gravíssima, tomando-o por testemunha duma mentira.
17. Fazer juramentos é permitido nas circunstâncias graves, como quando formos chamados em justiça. Então o juramento deve fazer-se com profundo respeito, isto é, com intenção de honrar a Deus como sendo a mesma verdade.
18. Quando prometemos alguma coisa com juramento estamos duplamente obrigados a fazê-lo. Estamos obrigados por justiça, porque é um dever de justiça cumprir o prometido; estamos obrigados por religião, porque é um dever de religião cumprir o que foi prometido com juramento.
Explicação da gravura
19. A parte superior representa a São Pedro no pátio de Caifás, negando a Jesus diante dos soldados e dos criados, afirmando com juramento que não conhecia aquele homem.
20. A parte inferior direita representa Esaú jurando em vão sem necessidade, e cedendo assim o morgadio a Jacó por um prato de lentilhas que este tinha guisado.
21. Na parte inferior esquerda veem-se sete homens crucificados por causa dum juramento violado por Saul, que matou os Gabaonitas contrariamente à promessa e ao juramento de Josué, ao tomar posse da terra de Canaã.
Edição da Juventude Católica de Lisboa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário