quarta-feira, 30 de maio de 2018

Catecismo - Duodécimo artigo: Creio na vida eterna



1. Devemos ver neste artigo que depois desta vida há de haver outra que há de durar para sempre, os bons com glória eterna no céu, e os maus com penas eternas no inferno.
2. Sabemos que há de haver outra vida depois desta, porque Deus nos revelou, e que uma outra vida é necessária para prêmio dos bons e castigo dos maus. 

O céu

3. O céu ou paraíso é um lugar de delícias, no qual os Anjos e os Santos gozam duma felicidade eterna e perfeita pela vista e posse de Deus.
4. Os que vão para o céu são aqueles que, tendo morrido em estado de graça, satisfizeram inteiramente a justiça de Deus.
5. Nem todos os bem-aventurados gozarão do mesmo prêmio; todos verão a Deus, mas a felicidade será à proporção dos seus merecimentos.
6. Sabemos que os santos veem Deus no céu, pelas palavras de Nosso Senhor dizendo: Bem-aventurados os de coração puro, porque verão a Deus.
7. A felicidade dos céus é tão grande, que não podemos compreendê-la cá na terra, onde nada pode dar-nos uma ideia do que é o céu. São Paulo diz: Os olhos do homem não viram, nem os ouvidos ouviram, nem jamais veio ao coração do homem o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
8. A felicidade eterna consiste, dizem os santos Padres, na ausência de todo o mal e na posse de todo o bem. No que toca ao mal, lemos no Apocalipse de São João: Os bem-aventurados não terão fome nem sede nunca jamais, nem cairá sobre eles o sol nem ardor algum. Deus lhes enxugará todas as lágrimas de seus olhos, e não haverá mais morte, nem mais choro, nem mais gritos, nem mais dor, porque as primeiras coisas são passadas. No que toca aos bens, a glória dos escolhidos será imensa, possuirão ao mesmo tempo todos os gozos, todas as delícias, porque possuirão a Deus, fonte de infinita felicidade.
9. Atualmente, os santos estão no céu só em alma; os seus corpos não entrarão ali senão depois da ressurreição e do juízo final.
10. Os bem-aventurados hão de contemplar Deus eternamente, e esse dom, o mais excelente e admirável de todos, os tornará participantes da natureza mesmo de Deus e lhes dará a posse completa e definitiva da verdadeira felicidade.

Explicação da gravura

11. Esta gravura representa o céu. Ao centro estão as três Pessoas divinas assentadas num triângulo sobre um trono de glória, cercado pelos anjos. Muitos deles tocam instrumentos diversos, outros queimam incenso em turíbulos. A Virgem Santa, sua Rainha, está a frente deles, à direita de Jesus Cristo seu filho e num trono inferior ao trono de Deus mas superior a tudo o que não é Deus.
12. No segundo plano, figuram, à direita, São João Batista, Moisés, Davi, Abraão e outros santos do Velho Testamento; à esquerda, São José, São Pedro e os outros Apóstolos, um Evangelista com um livro, e muitos santos do Novo Testamento.
13. No terceiro plano veem-se outros santos, entre os quais alguns mártires, como Santo Estevão; santos pontífices, um santo Rei, virgens santas e mártires, como Santa Cecília e Santa Catarina e santas mulheres, como Santa Maria Madalena.
14. Santo Estevão segura na mão uma pedra, porque sofreu o martírio do apedrejamento.
15. Santa Cecília tem uma harpa, porque cantava louvores a Deus ao som de instrumentos músicos.
16. Santa Catarina tem aos pés uma roda quebrada, porque a condenaram à morte por meio de uma roda armada de instrumentos cortantes, mas a roda quebrou-se, mal a puseram em movimento.
17. Santa Maria Madalena segura num vaso, porque derramou um dia sobre a cabeça de Nosso Senhor um vaso cheio de precioso perfume.



Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

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