quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Catecismo - 7° Artigo: Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos


1. Ensinam-nos estas palavras: donde há de vir a julgar os vivos e os mortos, que Jesus Cristo virá no fim do mundo com toda a majestade e de um modo visível,  julgar todos os homens e dar a cada um segundo as suas obras.
2. Pela expressão vivos, entendo: 1º os bons ou os justos; 2º aqueles que estiverem ainda com vida quando aparecer Jesus Cristo, mas que morrerão e ressuscitarão num instante.
3. Por mortos entendo: 1º os maus ou réprobos; 2º os que tiverem morrido desde o princípio do mundo, mas que ressuscitarão afim de serem julgados.
4. Seremos julgados pelo bem ou pelo mal que tivermos praticado por pensamentos, palavras, ações e omissões. Este julgamento será tão rigoroso que Jesus Cristo declara no Evangelho que teremos de dar conta de todas as palavras ociosas, isto é, de todas as palavras inúteis ou para nós ou para o nosso próximo.
5. Sabemos que o juízo final se realizará quando acabar o mundo, mas ignoramos quando o mundo deixará de existir. Deus não nos quis revelar para estarmos sempre preparados.
6. Anunciarão a chegada próxima do Supremo Juiz muitos sinais de que nos fala o Evangelho: escurecerá o sol, a lua deixará de dar claridade, cairão as estrelas do céu, haverá tremores de terra e as ondas do mar farão ouvir um ruído horrível.
7. São Marcos narra-o nos seguintes termos: "Naqueles dias haverá tribulações tais, quais não houve desde o princípio das criaturas que Deus fez até agora, nem haverá. De sorte que, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma pessoa se salvaria; mas Ele os abreviou em atenção aos escolhidos de que fez escolha. E se então vos disser alguém: Reparai, aqui está o Cristo, ou, ei-lo, está acolá, não lhes deis crédito; porque se levantarão falsos Cristos e falsos profetas, que farão prodígios e portentos para enganar, se possível fora, até aos mesmos escolhidos. Estai vós pois sobre aviso; olhai que eu vos preveni de tudo. Mas naqueles dias, depois daquela tribulação, o sol se escurecerá e a lua não dará o seu resplendor, e cairão as estrelas do céu e se comoverão as virtudes que estão nos céus. E então verão o Filho do Homem que virá sobre as nuvens com grande poder e majestade. E então enviará os seus anjos e ajuntará os seus escolhidos de todos os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu. Aprendei pois o que vos digo duma comparação tirada da figueira. Quando os seus ramos estão já tenros e nascidas as folhas, conheceis que está perto o estio. Assim também quando virdes que acontecem estas coisas, sabei que está perto e já à porta. Na verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto seja cumprido. Passará o céu e a terra, mas não passarão as minhas palavras. A respeito porém deste dia ou desta hora, ninguém sabe quando há de ser, nem os anjos nos céus, nem o Filho, mas só o Pai. Estai sobre aviso, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará esse tempo. Assim como um homem que, ausentando-se para longe, deixou a sua casa e designou a cada um dos seus servos a obra que devia fazer, e mandou ao porteiro que estivesse de vigia: vigiai pois (visto que não sabeis quando virá o senhor da casa, se de tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã), para que não suceda que, quando vier de repente, não vos ache dormindo. O que eu porém vos digo a vós, isso digo a todos: vigiai.
8. Além do juízo final,  há o juízo particular, que se faz quando morremos. No juízo particular a alma comparece sozinha diante apenas de Deus; no juízo final a alma reunida ao corpo será julgada diante de todos os homens.
9. O juízo final não modificará a sentença proferida no juízo particular, mas servirá para fazer brilhar diante de todos a justiça de Deus, a divindade de Jesus Cristo, a glória dos bons, a confusão dos maus.

Explicação da gravura

10. Representa a gravura o juízo final, Jesus está sentado sobre as nuvens, cercado pelos anjos e santos, precedido da cruz. A Virgem está à sua direita. e Jesus diz aos eleitos: Vinde, benditos de meu Pai, possuir o reino que vos tinha preparado desde a criação do mundo.
11. O anjo vingador está à esquerda, arremessando os réprobos para o inferno, depois do Supremo Juiz lhes ter feito ouvir a terrível sentença: "Ide-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, preparado para o demônio e seus anjos."


Fonte da imagem: http://www.sendarium.com
Texto: Catecismo Ilustrado, 1910 (com pequenas alterações devido à mudança ortográfica).
Edição da Juventude Católica de Lisboa.

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