sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados


A DEVOÇÃO DOS PRIMEIROS SÁBADOS


Na aparição do dia 13 de julho anunciou Nossa Senhora de Fátima: "Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia  ao meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora  nos Primeiros Sábados". 
Esta última devoção veio pedi-la, aparecendo à irmã Lúcia a 10-12-1925, em Pontevedra, Espanha. Disse então: "Olha, minha filha, o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, procuras consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no Primeiro Sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário com o fim de me desagravar". 
Nossa Senhora mostrou o seu coração rodeado de espinhos, que significam nossos pecados. Pediu que fizéssemos atos  de desagravo para lhos tirar, com a devoção reparadora dos Cinco Primeiros Sábados. Em recompensa, promete-nos "todas as graças necessárias para a salvação". 
Jesus nos dois anos seguintes, 15 de Fevereiro de 1926 e 17 de Dezembro de 1927, insiste para que se propague esta devoção. Lúcia escreveu:" Da prática da devoção dos Primeiros Sábados, únida a consagração ao Imaculado Coração de Maria, depende a guerra ou a paz no mundo". 


CINCO, PORQUÊ? 

São cinco os Primeiros Sábados porque, segundo revelou Jesus, serem "cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria. 

1. As blasfêmias contra a Imaculada Conceição.

2. Contra a sua Virgindade.

3. Contra a Maternidade Divina, recusando ao mesmo tempo recebê-la como Mãe dos homens.

4.  Os que procuram infundir no coração das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe.

5. Os que a ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens." 


*Primeira ofensa: negação da Imaculada Conceição.

A 8 de dezembro de 1854, definiu o Papa Pio IX: <<Declaramos, pronunciamos e definimos, que a doutrina que sustenta que a bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, foi por graça e privilégio singular de Deus Todo-Poderoso preservada e imune de toda mancha do pecado original, foi revelada por Deus e como tal deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis>>. 

Recusam este privilégio várias confissões protestantes, os racionalistas, e implicitamente aqueles que negam o pecado original, pois que a Imaculada Conceição é precisamente a isenção dessa mancha, que em tal hipótese não existiria. 

*Segunda ofensa: negação da Virgindade perpétua de Maria.

A 6 de novembro de 1982 disse João Paulo II no Santuário do Pilar em Saragoça, Espanha: << De modo virginal, 'sem intervenção de varão, e por obra do Espírito Santo, Maria deu a natureza humana ao Filho do Eterno Pai. De modo virginal nasceu de Maria um corpo santo. É a fé que o Papa Paulo IV articulava na forma ternária de Virgem 'antes do parto, no parto e perpetuamente depois do parto'. É a mesma que ensina Paulo IV: 'Cremos que Maria é Mãe sempre Virgem do Verbo encarnado'>>. 

Opõem-se a esta verdade os que negam que a Conceição e o parto de Jesus não foram virginais, e que Maria não conservou no parto a sua integridade, assim como aqueles que afirmam que Ela teve mais filhos além de Jesus. 

*Terceira ofensa: negação da maternidade divina e espiritual de Maria.
 
Declarou o III Concílio de Constantinopla no ano de 680: << Nosso Senhor Jesus Cristo - nasceu do Espírito Santo e de Maria Virgem, que é, segundo a humanidade, própria e verdadeiramente Mãe de Deus >>. 

É também Mãe espiritual dos homens, pela sua participação no Mistério da Encarnação e Co- redenção. 

*Quarta ofensa: ódio para com a Imaculada Mãe de Deus.

A ideologia Marxista-comunista procurou eliminar todos os vestígios da religião, a começar pelas crianças. O Ministério da Educação Soviética declarou nesses tempos: << A educação comunista tem como fim principal eliminar todos os vestígios da religião >>. Ensinava-se às crianças o racionalismo puro e, além disso, em certa nação, os pequeninos aprendiam "ladainhas" de injúrias contra a Mãe de Deus. 

*Quinta ofensa: ultrajes às sagradas imagens. 

Chegou-se ao descaramento de destruir e ultrajar as imagens  de Nossa Senhora, sobretudo quando expostas em público. Certamente também desgostam à Maria Santíssima aqueles que tiram dos templos as suas imagens ou as reduzem ao mínimo, contrariando o Concílio Vaticano II. << Observer religiosamente aquelas coisas que nos tempos passados foram decretadas acerca do culto das imagens de Cristo, da Bem-Avemturada Virgem e dos Santos >>. 

São estas cinco ofensas a Maria que devemos reparar nos cinco primeiros sábados. 

 

CONDIÇÕES

As condições para ganhar os privilégios dos Primeiros Sábados são quatro:

1. Confissão. Para cada Primeiro Sábado é preciso uma confissão com intenção reparadora.  Pode-se fazer  em qualquer dia, antes ou depois do Primeiro Sábado, contanto que se receba a Comunhão em estado de graça.
A vidente perguntou: - "Meu Jesus, as (pessoas) que se esquecerem de formar esta intenção (reparadora)? Jesus respondeu - Podem formá-la na confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem para se confessar. 
As outras três condições devem cumprir-se no próprio Primeiro Sábado, a não ser que algum sacerdote, por justos motivos, conceda que se possam fazer no domingo a seguir. 

2. A Comunhão reparadora. 

3. O Terço.

4. A meditação, durante 15 minutos, de um só mistério, de vários ou de todos. Também vale uma meditação ou explicação de 3 minutos antes de cada um dos 5 mistérios do terço que se está a rezar. 

Em todas essas quatro práticas deve-se ter a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria. 

A devoção dos 5 Primeiros Sábados foi aprovada pelo Bispo de Leiria a 13-9-1939, em Fátima. 


ATO DE CONSAGRAÇÃO E DESAGRAVO

Virgem Santíssima e Mãe nossa querida, ao mostrardes o vosso Coração cercado de espinhos, símbolo das blasfêmias e ingratidões que os homens ingratos pagam as finezas do vosso amor, pedistes que Vos consolássemos e desagravássemos. 
Ao ouvir as nossas amargas queixas, desejamos desagravar o Vosso doloroso e Imaculado Coração que a maldade dos homens fere com duros espinhos dos seus pecados. 
Dum modo especial Vos queremos desagravar das injúrias sacralejamente proferidas contra a Vossa Conceição Imaculada e Santa Virgindade. Muitos, senhora, negam que sejais Mãe de Deus e nem Vos querem aceitar como terna Mãe dos homens. Outros, não Vos podendo ultrajar diretamente, descarregam nas vossas sagradas imagens a sua cólera satânica. Nem faltam também aqueles que procuram infundir no coração das crianças inocentes, a indiferença, desprezo e até ódio contra Vós. 
Virgem Santíssima, aqui prostados a Vossos pés, nós Vos mostramos a pena que sentimos por todas estas ofensas e prometemos reparar com nossos sacrifícios, comunhões e orações tantas ofensas destes vossos filhos ingratos. 
Reconhecendo que também nós, nem sempre correspondemos às vossas predileções, nem Vos honramos e amamos como Mãe, suplicamos para nossos pecados misericordioso perdão. 
Para todos quanto são vossos filhos e particularmente para nós, que nos consagramos inteiramente a vosso Imaculado Coração, seja-nos ele o refúgio durante a vida e o caminho que nos conduza até Deus. Assim seja. 


Fonte: http://www.santuario-fatima.pt


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

Fonte: Livro Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem 
Autor: São Luís Maria Grignion de Montfort; Missionário Apostólico, Fundador da Congregação dos Missionários da Companhia de Maria e da Congregação das Filhas da Sabedoria. 
44° edição- Editora Vozes- Petrópolis, 2014.

CAPÍTULO III
Escolha da verdadeira devoção à Santíssima Virgem

90. Conhecidas essas cinco verdades, é preciso, mais do que nunca, fazer agora uma boa escolha da verdadeira devoção à Virgem Santíssima, pois, como jamais, pululam falsas devoções a Maria Santíssima, as quais passam facilmente por devoções verdadeiras. O demônio, como um moedeiro falso e em enganador fino e experimento, tem já enganado e perdido inúmeras almas, inculcando uma falsa devoção à Santíssima Virgem, e todos os dias vale-se de sua experiência diabólica para lançar outras mais à eterna condenação, divertindo-as e acalentando-as no pecado, sob o pretexto de algumas orações malrecitadas e de algumas práticas exteriores que lhes inspira. Como o moedeiro falso só falsifica ordinariamente moedas de ouro e prata, raras vezes imitando outros metais, que não compensam o trabalho, do mesmo modo o espírito maligno não se detém em falsificar outras devoções que não sejam as de Jesus e de Maria, à santa comunhão, e à Virgem Santíssima, porque são estas como o ouro e a prata entre os metais. 
91. É, portanto, de grande importância conhecer primeiramente as falsas devoções à Santíssima Virgem, para evitá-las, e a verdadeira, para abraçá-la; segundo, entre tantas práticas diferentes da verdadeira devoção à Virgem Santíssima distinguir a mais perfeita, a que mais glória dá a Deus, a mais santificante para nós, para a esta nos apegarmos. 


sábado, 3 de janeiro de 2015

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem

Fonte: Livro Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem 
Autor: São Luís Maria Grignion de Montfort; Missionário Apostólico, Fundador da Congregação dos Missionários da Companhia de Maria e da Congregação das Filhas da Sabedoria. 
44° edição- Editora Vozes- Petrópolis, 2014.

ARTIGO V
É muito para nós conservar as graças e tesouros recebidos de Deus

87. Quinta verdade. - É extremamente difícil, devido à nossa fraqueza e fragilidade, conservarmos em nós as graças e os tesouros que recebemos de Deus:
1°) Porque este tesouro, mais valioso que o céu e a terra, nós o guardamos em vasos frágeis; "Habemus thesaurum istum in vasis fictilibus" (2Cor 4,7); em um corpo corruptível, em uma alma fraca e inconstante que um nada perturba e abate. 
88. 2°) Porque os demônios, que são ladrões finórios, buscam surpreender-nos de improviso para nos roubar e despojar; espreitam dia e noite o momento favorável a seu desígnio; andam incessantemente ao redor de nós, prontos a devorar-nos (cf. 1Pd 5,8) e, pelo pecado, arrebatar-nos, num momento, tudo que em longos anos conseguimos alcançar de graças e méritos. E tantos mais devemos temer esta desgraça, sabendo quão incomparável é sua malícia, sua experiência, suas astúcias e seu número. Pessoas têm havido muito mais cheias de graça do que nós, mais ricas em virtudes, mais experientes, mais elevadas em santidade, que foram supreendidas, roubadas, saqueadas lamentavelmente. Ah! quantos cedros do Líbano, quantas estrelas do firmamento se têm visto cair miseravelmente, perdendo em pouco tempo toda a sua altivez e claridade. A que atribuir tão estranha mudança? Não foi falta de graça, pois a graça não falta a ninguém; foi falta de humildade. Essas pessoas acreditavam-se mais fortes e suficientes do que o eram na realidade, julgavam-se capazes de guardar seus tesouros; fiaram-se e apoiaram-se em si próprias; creram sua casa bastante segura e bem fortes os seus cofres para guardar o precioso tesouro da graça, e, devido a essa segurança imperceptível que tinham em si (conquanto lhes parecesse que se apoiavam na graça de Deus), é que o justíssimo Senhor, abandonando-as às próprias forças, permitiu que fossem roubadas. Ah! se tivessem conhecido a devoção admirável que vou expor, em seguida, teriam confiado seu tesouro à Virgem poderosa e fiel, que o teria guardado como seu próprio bem, fazendo mesmo, disso, um dever de justiça. 
89. 3°) É difícil perseverar na justiça, por causa da corrupção do mundo. O mundo está, atualmente, tão corrompido, que é quase necessário que os corações religiosos sejam manchados, se não pela lama, ao menos pela poeira dessa corrupção; de modo que se pode considerar um milagre o fato de uma pessoa manter-se firme no meio dessa torrente impetuosa sem que o turbilhão a arraste; no meio desse mar tempestuoso sem que o furor das ondas a submerja ou a pilhem os piratas e corsários; no meio desse ar empestado sem que os miasmas a contaminem. É a Virgem, a única fiel, na qual a serpente não teve parte jamais, que faz este milagre em favor daqueles e daquelas que a servem da mais bela maneira.