domingo, 25 de setembro de 2016

Eles são assim...


São nove os temperamentos em que se classificam os maridos. A uma categoria pertencerá também o teu. Conhecendo teus caracteres, te será mais fácil uma acomodação prudente ou um contorno mais indicado em certas ocasiões.
Eis os temperamentos: o linfático, o sanguíneo, o colérico, o melancólico, o nervoso, o sanguíneo- bilioso, o sanguíneo- linfático, o sanguíneo- melancólico e o muscular. Analisaremos apenas os cinco principais, sob a orientação de Dubois.

O  linfático - É lento e lerdo nos seus movimentos. Nascido com meia de atraso, nunca mias tira essa diferença na vida. Não possui nem vícios nem virtudes em destaque. Não é nem brasa nem gelo. Tem um carater calmo, conciliador, amante de suas comodidades, apreciador de bons quitutes. Acha natural que todos o sirvam com devotamento, mas nunca sentirá vontade de imitar esse gosto. Achará natural que a esposa se canse em servi-lo e estranhará que ela lhe peça que se incomode. Gosta mais de ver na esposa uma Marta solícita do que uma Maria que o contempla com elevo. - Diante de tal marido é preciso que a esposa seja firme e resoluta para acordá-lo, pô-lo em movimento, sacudir-lhe o topor. Seja destemida para lhe afugentar impressionismos e medos de doenças, de infelicidades.

O sanguíneo - Tem o rosto alegre, uma prosa amena, uma inteligência viva, ao lado de uma memória pronta, mas cigana. Seu modo de julgar é superficial. Não se pode confiar muito nele. Leviano, facilmente leva uma empresa à ruina e, porque gosta do prazer, sobretudo do carnal, lhe sacrificará sem mais remorsos a honra e a reputação. Consideração alguma lhe fará romper com uma relação ilícita e infeliz. Por ser inconstante, um nada bastará para esquecê-la. É-lhe inacessível a virtude sólida, embora lhe mereça admiração e aplausos. A esposa deve ser engenhosa para conter nos limites do dever uma natureza tão rica em recursos. Procurará dar duração a um ardor tão generoso, moderando-o. Esse ardor está pronto a servir a esposa, consagrando-lhe tempo, crédito, bolsa e pessoa. Tudo isso o marido sanguíneo põe à disposição da esposa, porém muito depressa se esqueçe das belas juras e promessas. Erra, por conseguinte, a esposa que levantar uma briga por causa de uma promessa esquecida. Tal esquecimento é tão peculiar à natureza do sanguíneo! Não procure uvas nessa urtiga. 

O colérico - Costuma ter uma fisionomia rude em seus traços, tem uma vontade tenaz, desconhecedora de obstáculos, desejosa de mandar e dominar. Nele predomina o amor ao mundo, como no sanguíneo o amor ao prazer e no linfático o amor ao sossego. É o temperamento de um chefe, de um guia. Com tal marido, a mulher precisa renunciar aos carinhos frequentes, às atenções delicadas. Tudo isso poderá encontrar com mais facilidade em temperamentos menos inclinados à atividade externa. Não poderá mandar em tal marido, mas em troca nele encontrará um sólido apoio, porque realmente pode apoiá-la quem é capaz de impor-se e mandar a outros homens. O dever da esposa é salvaguardar a vida afetiva dessa natureza retesada pela luta e consumida pela ambição. Saiba também orientar essa energia para uma finalidade nobre e inspirar-lhe sacrifícios por amor a Deus.

O melancólico - É bem mais difícil a convivência com o temperamento melancólico. Marido que o possui é pessimista, é dono de uma fantasia funebre e exaltada. Com os amigos é fiel, mas é misterioso com os outros. Vive desconfiado, todo enciumado no seu amor e gosta da vingança. É do tipo conspirador. Sua religião é sem alegria e seus prazeres são cruéis. Torna-se um peso para si próprio e para os outros. Se a vida lhe corre mal, pensa facilmente em suicídio. Tarefa da esposa ao lado de tal temperamento é distraí-lo, alegrá-lo, ocupá-lo. Para isso precisa pôr em movimento toda as reservas do espírito e do coração para encontrar consolações eficazes e encorajamentos constantes que inspirem confiança a essa natureza atormentada. Afaste dele todas as coisas que possam impressioná-lo. 

O nervoso - Caracteriza-se por uma sensibilidade excessiva. Costuma ser o temperamento dos artistas. Mas martiriza quem o possui. O nervoso ama com excesso, com sinceridade e devotamento. Exige, porém, igual amor e reconhecimento. A esposa cujo marido tem semelhante matiz no temperamento deve compreendê-lo, favorecer-lhe a confiança e expansão, sem nunca insistir sobre desacordos que possam surgir entre ela e ele. 

Essa divisão de temperamentos não existe com contornos bem definidos. Há, em geral, misturas e tinturas várias. Daí a necessidade do estudo contínuo, da observação diária por parte da esposa, a fim de bem conhecer o marido. Desta forma ficará ao par da fisionomia moral do esposo e evitará erros de tática no cumprimento dos deveres conjugais e domésticos. Conhecendo as qualidades do teu marido, bem como os seus defeitos, terás, leitora, tua vida mais garantida contra surpresas. Servi-te-ás das primeiras sem provocar os segundos. Eis aí a tua tarefa diária. Atenções e intuições diárias te levarão a um feliz resultado. Sobretudo quando procederes como cristã que reza, reflete e é sincera no exame de si mesma. 
É teu marido um vulção de violência? Deixa-o deitar fogo e lava, conservando-te silenciosa, impassível durante a tormenta. Terminada a irrupção, poderás vir com suave e meiga voz expor teus projetos e tuas objeções. 
Nunca estudes teu marido com a sombria preocupação de dominá-lo para teu proveito. Tal usurpação te faria infeliz. Seria contra o plano de Deus que, dando ao homem uma companheira, a quer submissa e obediente. Diz acertadamente Dubois: "A esposa é o coração que anima a cabeça. Saiba permitir que a cabeça dirija o coração". 

Fonte: Livro as Três Chamas do Lar.  Vol I